“Deixa Ela Falar”

Uma Análise Semiolinguística de uma Obra Literária com Capa de Meme Genuinamente Brasileiro

Autores

  • Camilla Ramalho Duarte
  • Rosane Santos Mauro Monnerat

DOI:

https://doi.org/10.46230/2674-8266-11-2923

Palavras-chave:

Manuela D’Ávila, manterrupting, Semiolinguística

Resumo

O presente trabalho propõe-se a analisar uma publicação da página do Facebook “Obras literárias com capas de memes genuinamente brasileiros”, cujo objetivo era chamar a atenção do destinatário para a quantidade de vezes em que a pré-candidata à presidência da república, Manuela D’Ávila, foi interrompida por outros indivíduos, ao participar do programa Roda Viva, da TV Cultura. Para tal, recorreu-se ao livro “Garota Interrompida”, deslocando o sentido deste último vocábulo, criando o que Charaudeau (2005) chama de novo Processo de Semiotização do Mundo, pois se substituiu a ilustração da capa do livro por uma foto de Manuela, sentada nos estúdios do referido programa. Além disso, recorrer-se-á à noção de imaginário sócio-discursivo(2013), cunhada pelo teórico em questão, para explicar a crença de que mulheres podem ter suas falas interrompidas. Assim, tal página foi capaz de denunciar o machismo sofrido pela deputada, ao criticar todos que tentaram subjugá-la, dizendo, indiretamente, “deixa ela falar”.

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Referências

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Publicado

2020-03-23

Como Citar

DUARTE, C. R.; MONNERAT, R. S. M. “Deixa Ela Falar”: Uma Análise Semiolinguística de uma Obra Literária com Capa de Meme Genuinamente Brasileiro. Revista Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 11, n. 2, p. 219–230, 2020. DOI: 10.46230/2674-8266-11-2923. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/2923. Acesso em: 19 abr. 2024.