“Nós Não Somos Feministas. Só Queremos Ser Reconhecidas como Pescadoras”

Interseccionalidades e Performances Narrativas de Pescadoras Negras em Arraial do Cabo

Autores

  • Maria Aparecida Gomes Ferreira

DOI:

https://doi.org/10.46230/2674-8266-11-2918

Palavras-chave:

Interseccionalidade, Performances Narrativas, Pescadoras, Arraial do Cabo

Resumo

Partindo de uma visão performativa da linguagem (AUSTIN, [1962] 1990; DERRIDA, 1972) sobre performances de gênero e raciais (BUTLER, 1990; 1993; BUCHOLTZ, 2011), o presente trabalho é um estudo de narrativas (SANTOS, 2007; FERREIRA, 2016) que objetiva discutir a relevância das performances D/discursivas de gênero e de raça para melhor compreensão da cultura de pesca em Arraial do Cabo (FERREIRA, 2016) e analisar as ordens de indexicalidade (BLOMMAERT, 2010) sugeridas nessas performances, a partir de uma análise interseccional dos dados (CRENSHAW, 2002; AKOTIRENE, 2018; LOVE, 2019). Os resultados apontam para ordens de indexicalidade com relações de menor competitividade e maior interdependência (HOOKS, 2018) entre pescadores e pescadoras.

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Publicado

2020-03-23

Como Citar

FERREIRA, M. A. G. “Nós Não Somos Feministas. Só Queremos Ser Reconhecidas como Pescadoras”: Interseccionalidades e Performances Narrativas de Pescadoras Negras em Arraial do Cabo. Revista Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 11, n. 2, p. 148–164, 2020. DOI: 10.46230/2674-8266-11-2918. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/2918. Acesso em: 16 abr. 2024.