Articulação entre linguagem, discurso e cultura na Pedagogia dos Multiletramentos

Como os diferentes mundos da vida se fazem presentes em práticas escolares situadas ao sul do equador

Autores

DOI:

https://doi.org/10.46230/2674-8266-13-5565

Palavras-chave:

Pedagogia dos multiletramentos, Linguística Aplicada, Decolonialidade

Resumo

Este ensaio parte da proposta do New London Group (NLG) para pensar como os quatro fatores que integram a pedagogia dos multiletramentos podem ser considerados em perspectiva decolonial, por ser assumida a necessidade de “sulear” as pesquisas em Linguística Aplicada. Para tanto, esta breve reflexão foi dividida em duas partes: a primeira recupera os sentidos dos conceitos de “prática situada”, “instrução explícita”, “enquadramento crítico” e “prática transformada” para sugerir como podem ser considerados dentro de uma perspectiva revistada da epistemologia da pluralidade; a segunda destaca critérios que podem orientar o desenvolvimento de experiências didático-pedagógicas que visam a articular linguagem, discurso e cultura por grupos de adolescentes e jovens situados em centros urbanos. Ao final, são acentuadas algumas dificuldades que podem prejudicar os diálogos dentro e fora da escola. Também são marcados alguns encaminhamentos que podem orientar a construção de saberes locais, a fim de promover a inter-relação entre o mundo da escola e o mundo da vida.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

CANCLINI, N. Culturas híbridas: estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo, 2000.

CHAUÍ, M. S. Política cultural, cultura política e patrimônio histórico. In: CUNHA, M. C. P. (org.). Direito à memória: patrimônio histórico e cidadania em São Paulo. São Paulo: Departamento de Patrimônio Histórico, 1992, p. 37-46.

COPE, B.; KALANTZIS, M. Multiliteracies: Literacy learning and the design of social futures. London: Routledge, 2000.

DAYRELL, J. A música entra em cena: o rap e o funk na socialização da juventude em Belo Horizonte. 2001. 412 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2001. Disponível em: http://bdae.org.br/bitstream/123456789/1591/1/tese.pdf. Acesso em: 18 mai. 2021.

DUSSEL, E. Transmodernidad e interculturalidad. (Interpretación desde la Filosofía de la Liberación). In: FORNET-BETANCOURT, R. (org). Crítica Intercultural de la Filosofía Latinoamericana Actual. Madrid: Editorial Trotta, 2004, p. 123-160.

FARACO, C. A. Linguagem & Diálogo: as ideias linguísticas do círculo de Bakhtin. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.

FLÓREZ-FLÓREZ, J. Lectura no eurocéntriica de los movimientos sociales latinoamericanos. Las claves analíticas del proyecto moderndad/colonialidad. In: Castro-Gómez, S.; Grosfoguel, R. (orgs.) El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontifícia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007, p. 243-265.

FREIRE, P. Educação e mudança. 37. ed. rev. São Paulo: Paz e Terra, 2016.

GRILLO, S. Ensaio introdutório. In: VOLÓCHINOV, V. (Círculo de Bakhtin). Marxismo e filosofia da linguagem. Problemas fundamentais do método sociológico na ciência da linguagem. São Paulo: Editora 34, 2017, p. 07-79.

KLEIMAN, A. B. Agenda de pesquisa e ação em Linguística Aplicada: problematizações. In: LOPES, L. P. M. Linguística aplicada na modernidade recente: festschrift para Antonieta Celani. São Paulo: Parábola, 2013, 39-58.

LIBERALI, F. et al. Projeto Digit-M-Ed BRASIL: uma proposta de desencapsulação da aprendizagem escolar por meio dos multiletramentos. Revista Prolíngua, v. 10, n. 3, p. 2-17, nov/dez de 2015.

MAIA, C. L. Entre gingas e berimbaus: culturas juvenis e escola. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2008.

MIGNOLO, W. Prefácio. In: MIGNOLO, W. Historias locales/diseños globales: colonialidad, conocimientos subalternos y pensamiento fronterizo. Madrid: Akal, 2003, p. 19-60.

MIGNOLO, W. El pensamiento decolonial: desprendimiento y apertura. Un manifesto. In: Castro-Gómez, S.; Grosfoguel, R. (orgs.) El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistémica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores; Universidad Central, Instituto de Estudios Sociales Contemporáneos y Pontifícia Universidad Javeriana, Instituto Pensar, 2007, p. 29-46.

MIGNOLO, W. Desafios decoloniais hoje. Epistemologias do Sul, Foz do Iguaçu, v. 1, n. 1, p. 12-32, 2017.

QUIJANO, A. Colonialidad del poder, eurocentrismo y América Latina. In: LANDER, E. (org.) La colonialidad del saber: eurocentrismo y ciencias sociales. Perspectivas Latinoamericanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005, p. 117-142.

REIS, R. H. A constituição do sujeito político, epistemológico e amoroso na alfabetização de jovens e adultos, 2000. 267 f. Tese (Doutorado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade Estadual de Campinas, Campinas/SP, 2000. Disponível em: http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/251411. Acesso em: 18 maio 2021.

SANTOS, M. Metamorfoses do espaço habitado. 6. ed. 2. reimp. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2014.

THE NEW London Group. A Pedagogy of Multiliteracies: Designing Social Futures. Harvard Educational Review, v. 66, n. 1, 1996.

VIANNA, E.; STETSENKO, A. Transformando resistência em paixão pelo conhecimento com as ferramentas da agência: ensino-aprendizagem sobre teorias da evolução para a justiça social entre jovens adotivos. Perspectiva, Florianópolis, v. 37, n. 4, p. 864-886, out./dez. 2019.

Downloads

Publicado

2021-06-25

Como Citar

AZEVEDO, I. C. M. Articulação entre linguagem, discurso e cultura na Pedagogia dos Multiletramentos: Como os diferentes mundos da vida se fazem presentes em práticas escolares situadas ao sul do equador. Revista Linguagem em Foco, Fortaleza, v. 13, n. 2, p. 75–85, 2021. DOI: 10.46230/2674-8266-13-5565. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/linguagememfoco/article/view/5565. Acesso em: 22 dez. 2024.