Multiletramentos na Escola
Um Relato de Experiência à luz das reflexões de gênero e dos letramentos críticos
DOI:
https://doi.org/10.46230/2674-8266-12-4027Palavras-chave:
Multiletramentos, Letramentos Críticos, Gênero, EscolaResumo
Este texto apresenta considerações sobre relações de gênero e identidade feminina a partir de reflexões acerca da abordagem da pedagogia dos multiletramentos e dos letramentos críticos no processo de ensino e aprendizagem de estudantes de uma escola pública do estado de Mato Grosso do Sul, Campo Grande-MS. As ações desenvolvidas tiveram como propósito substancial o trabalho com um conjunto variado de gêneros discursivos, como representação gráfica, desenho, videografia, ilustração, dentre outros, a fim de construir com os discentes práticas de linguagem e de letramentos mais inclusivos e igualitários para o sujeito feminino. Com o intuito de efetivar esse objetivo, buscou-se suporte teórico na concepção de multiletramentos de Rojo (2009) (2012) e de multimodalidade de Ribeiro (2016), no que tange à utilização de múltiplas semioses textuais no ambiente educacional. Além disso, foram empregadas as proposições de Butler (2017) e Colling (2014) (2015), no que diz respeito à temática de gênero e identidade. Pretendeu-se contribuir com pautas que pudessem favorecer ressignificações discursivas e sociais historicamente construídas a respeito da categoria de mulher, bem como pôr em relevo a emergência das tecnologias digitais de informação e comunicação (TDIC’s) na produção, reprodução e difusão de (hiper)textos no ensino, em especial, de língua portuguesa, conforme preconizam os Parâmetros Curriculares Nacionais (1998) (2000). Os resultados obtidos demostram que as composições dos estudantes podem oferecer dados capazes de contribuir para dirimir desigualdades e difundir textos verbovisuais de alta circulação social.
Downloads
Referências
ANTUNES, Irandé. Muito Além da Gramática: por um ensino de línguas sem pedras no caminho. São Paulo: Parábola Editorial, 2007.
BOURDIEU. Pierre. A dominação masculina. Tradução de Maria Helena Kuhner. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2002.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: terceiro e quarto ciclos do ensino fundamental: língua portuguesa / Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/portugues.pdf. Acesso em: 22 jul. 2020.
BRASIL. Documento subsidiário à política de inclusão. Brasília: Ministério da Educação/Secretaria de Educação Especial, 2005. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seesp/arquivos/pdf/livro%20educacao%20inclusiva.pdf. Acesso em: 22 jul. 2020.
BRASIL. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: Ministério da Educação, 2017. Disponível em: http://basenacionalcomum.mec.gov.br/images/BNCC_EI_EF_110518_versaofinal_site.pdf. Acesso em: 24 jul. 2020.
BRASIL. Parâmetros curriculares nacionais: ensino médio. Brasília: Ministério da Educação, 2000. Disponível em: http://portal.mec.gov.br/seb/arquivos/pdf/blegais.pdf. Acesso em: 23 jul. 2020.
BUTLER, Judith. Problemas de gênero: feminismo e subversão da identidade. 13. ed. Trad. Renato Aguiar. Rio de Janeiro, RJ: Civilização Brasileira, 2017.
COLLING, Ana Maria. Tempos diferentes, discursos iguais: a construção do corpo feminino na história. Dourados, MS: editora UFGD, 2014.
COLLING, Ana Maria. Inquietações sobre educação e gênero. Revista Trilhas da História. Três Lagoas, v.4, nº8 jan.-jun. p.33-48, 2015. Disponível em: https://periodicos.ufms.br/index.php/RevTH/article/view/687. Acesso em: 25 jul. 2020.
GOELLNER, Silvana Vilodre. A produção cultural do corpo. In: GUACIRA, Lopes Louro; NECKEL, Jane Felipe; GOELLNER, Silvana Vilodre (Orgs.). Corpo, gênero e sexualidade. Petrópolis: Rio de Janeiro: Vozes, 2003. p. 28-41.
HALL, Stuart. Pensando a diáspora: Reflexões sobre a Terra no exterior. In: Da diáspora: identidades e mediações culturais. Tradução de Adelaine La Guardia Resende et al. Belo Horizonte: Ed. UFMG, 2013. p. 25-50.
HALL, Stuart. A identidade cultural na pós-modernidade. Tradução de Tomaz Tadeu da Silva e Guacira Lopes Louro. 10. ed. Rio de Janeiro: DP & A, 2005.
JUCÁ, Leina. Ensinado inglês na escola regular: a escolha dos caminhos a seguir depende de onde se quer chegar. In: JESUS, Dánie Marcelo de; CARBONIERI, Divanize (orgs.). Práticas de multiletramentos e letramento crítico: outros sentidos para a sala de aula de línguas. Campinas, SP: Pontes editores, 2016. p. 99-120.
KLEIMAN, A. B. Modelos de letramento e as práticas de alfabetização na escola. In: KLEIMAN, A. B. (Org.). Os significados do letramento: uma nova perspectiva sobre a prática social da escrita. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2008, p. 29-61.
MOREIRA, Antonio Flavio Barbosa; KRAMER, Sônia. Contemporaneidade, educação e tecnologia. Revista Educação & Sociedade, Campinas, vol. 28, n. 100 - Especial, p. 1037-1057, out. 2007. Disponível em: https://www.scielo.br/pdf/es/v28n100/a1928100.pdf. Acesso em: 25 jul. 2020.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. Tradução de Carlos Irineu da Costa. São Paulo: Ed.34, 1999.
MISKOLCI, Richard. Teoria Queer: um aprendizado pelas diferenças. Belo Horizonte: Autêntica editora: UFOP – Universidade Federal de Ouro Preto, 2017.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. Jan. 2009. Disponível em: https://nacoesunidas.org/wp-content/uploads/2018/10/DUDH.pdf. Acesso em: 10 Jul. 2020.
RANGEL, M.; FREIRE, Wendel. Educação com tecnologia: texto, hipertexto e leitura. 1. ed. Rio de Janeiro, RJ: WAK Editora, 2012.
ROJO, Roxane H. R. Pedagogia dos multiletramentos: diversidade cultural e de linguagens na escola. In: ROJO, R.; MOURA, Eduardo (Orgs.). Multiletramentos na escola. São Paulo, SP: Parábola Editorial, 2012.
ROJO, Roxane H; BARBOSA, Jaqueline. Hipermodalidade, multiletramentos e gêneros discursivos. São Paulo: Parábola Editorial, 2015.
ROJO, Roxane. Letramentos múltiplos, escola e inclusão social. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
RIBEIRO, Ana Elisa. Textos Multimodais: leitura e produção. São Paulo: Parábola Editorial, 2016.
SAFFIOTI, Heleieth I. B. O poder do macho. São Paulo, SP: Moderna, 1987.
SARDINHA, Patrícia Miranda Medeiros. Letramento crítico: uma abordagem crítico-social dos textos. In. Revista Linguagem e Cidadania do Departamento de Letras Vernáculas da Universidade Federal de Santa Maria. v. 20, Jan-dez. 2018, p. 1-17. Disponível em: https://periodicos.ufsm.br/LeC/article/view/32421. Acesso em: 25 maio 2020.
SIGNORINI, Inês. Letramentos multi-hipermidiáticos e formação de professores de língua. In: SIGNORINI, Inês; FIAD, Raquel Salek (orgs.). Ensino de Língua: das reformas, das inquietações e dos desafios. Belo horizonte: editora UFMG, 2012.
SOARES, Magda. Novas práticas de leitura e de escrita: letramento na cibercultura. Revista Educação e Sociedade, 2002, v. 23, n. 81, p. 143-160. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/es/v23n81/13935. Acesso em: 22 maio 2020.
SAID, Edward. As novas bases do estudo e das práticas humanistas. In: _____. Humanismo e crítica democrática. Tradução de Rosaura Eichenberg. São Paulo: Cia. das Letras, 2007. p. 52-79.
SOUZA, Ana Lúcia Silva. Letramentos de reexistência: poesia, grafite, música, dança: Hip-hop. São Paulo: Parábola Editorial, 2011.
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os autores que publicam na Linguagem em Foco concordam com os seguintes termos:
- Os autores mantêm os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação. Os artigos estão simultaneamente licenciados sob a Creative Commons Attribution License que permite a partilha do trabalho com reconhecimento da sua autoria e da publicação inicial nesta revista.
- Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores. Para tanto, solicitamos uma Declaração de Direito Autoral, que deve ser submetido junto ao manuscrito como Documento Suplementar.
- Os autores têm autorização para disponibilizar a versão do texto publicada na Linguagem em Foco em repositórios institucionais ou outras plataformas de distribuição de trabalhos acadêmicos (ex. ResearchGate, Academia.edu).