Toda mulher negra é um quilombo:
vou falar de nós ganhando, porque perdendo já falam
DOI:
https://doi.org/10.52521/geouece.v13i25.12795Palavras-chave:
Análise Crítica do Discurso, Comunidade Quilombola, Mulheres Quilombolas, Pesquisa Ação Participante, ResistênciaResumo
Este artigo tem como objetivo analisar os processos de resistência elaborados a partir da ancestralidade, das lutas, e do cotidiano de mulheres negras da comunidade quilombola da Serra do Evaristo no estado do Ceará, Brasil. No aspecto metodológico, trata-se de um estudo qualitativo, mais especificamente um estudo de caso realizado por meio de um Pesquisa Ação Participante realizada na comunidade em questão. Foram utilizadas as lentes da Análise Crítica do Discurso como categoria analítica e o Feminismo Negro para a fundamentação teórica deste estudo. Os resultados apontam que a relação com o território e com a natureza são parte importante na elaboração de estratégias de resistência a diferentes tipos de opressão vivenciados por mulheres quilombolas. Além disso, demonstram que a oralidade é a base sólida necessária para a transmissão do cuidado e das práticas tradicionais de uma geração a outra.
Downloads
Métricas
Referências
AKOTIRENE, C. Interseccionalidade. Pólen Produção Editorial, 2019.
B , A. H. A tradição viva. In J. Ki-Zerbo (Org.), História geral da África, I: Metodologia e pré-história da África, 2a Ed. UNESCO,1982.
BRASIL. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana. In: Brasil. Ministério da Educação. Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais da Educação Básica. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretoria de Currículos e Educação Integral. Brasília: MEC, SEB, DICEI, 2013. p. 496-513.
BENTO, C. O pacto da branquitude. Companhia das Letras, 2022.
BISPO DOS SANTOS, A. A terra dá, a terra quer. São Paulo-SP: Ubu Editora; Piseagrama, 2023.
CLANDININ, D. J.; CONNELLY, F. M. Pesquisa narrativa: experiência e história em pesquisa qualitativa. 2. ed. Uberlândia: EDUFU, 2015.
FAIRCLOUGH, N.; MELO, I. F. de. Análise Crítica do Discurso como método em pesquisa social científica. Linha D’Água, v. 25, n. 2, p. 307-329, 2012. https://doi.org/10.11606/issn.2236-4242.v25i2p307-329.
FAIRCLOUGH, N.; WODAK, R. Critical Discourse Analysis. In: VAN DIJK, T. (Ed.). Discourse Studies: A Multidisciplinary Introduction. 2a ed., pp. 258-284. Sage, 1997.
FERREIRA, J; FELICIO, E. Por Terra e Território: caminhos da revolução dos povos no Brasil. Arataca-BA: Teia dos Povos, 2021.
GOMES, N. L. O movimento negro educador: saberes construídos na luta por emancipação. Vozes, 2017.
GUDYNAS, E. Direitos da Natureza: Ética, biocêntrica e políticas ambientais. Tradução de Igor Ojeda. São Paulo-SP: Elefante, 2019.
hooks, b. Ensinando a transgredir: a educação como prática da liberdade (M. B. Cippola Trad.). WMF Martins Fontes, 2017.
IBGE. Síntese de indicadores sociais: uma análise das condições de vida da população brasileira: 2022. Coordenação de população e Indicadores Sociais. Rio de Janeiro. 2022.
LACERDA, N. F. Educação para emancipação: O território quilombola como “lugar de memória” e identidade étnico- cultural. Mosaico – Volume 12 – N° 18 – Ano 2020. https://doi.org/10.12660/rm.v12n18.2020.81433
MINAYO, M. C. S. O Desafio do Conhecimento: Pesquisa Qualitativa em Saúde. 14. Ed. São Paulo (SP): Hucitec-Abrasco, 2014.
OLIVEIRA, P. S. D. et al.. Itinerários terapêuticos de mulheres quilombolas do norte de Minas Gerais, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 29, n. 3, p. e01762023, 2024. https://doi.org/10.1590/1413-81232024293.01762023
OLIVEIRA, Y. M. C.; BRINDEIRO, F. O. S. As leis 10.639/2003 e 11.645/2008 e o ensino de geografia: desafios na formação e prática do professor. VI Congresso Nacional de Educação, Fortaleza, CE, Brasil, 2019. https://editorarealize.com.br/artigo/visualizar/59233
POPE, C; MAYS, N. Pesquisa qualitativa na atenção à saúde. 2ª edição. Porto Alegre: Artmed, 2005.
RIBEIRO, J.; SOUZA, F. N. de; LOBÃO, C. Editorial: Saturação da Análise na Investigação Qualitativa: Quando Parar de Recolher Dados?. Revista Pesquisa Qualitativa, v. 6, n. 10, p. iii-vii, 2018. https://editora.sepq.org.br/rpq/article/view/213.
SACRAMENTO, E. C. Da Diáspora negra ao território de terra e águas: Ancestralidade e protagonismo de mulheres na Comunidade Pesqueira e Quilombola Conceição de Salinas-BA. Curitiba-PR: Appris, 2022.
SAMPIERE, R., Collado, C., & Lucio, M. Definições dos enfoques quantitativo e qualitativo, suas semelhanças e diferenças. Porto Alegre, RS: Penso, 2013.
SANTOS, A. N. S.; NASCIMENTO, E. R. Proposições de cuidado cultural à enfermagem frente a aspectos da saúde reprodutiva de mulheres quilombolas. Revista Baiana de Enfermagem, v. 33, p. 1-15, 2019. https://doi.org/10.18471/rbe.v33.33375
SANTOS, J.; SOUSA, L. M. Guardiões da memória: um estudo na Serra do Evaristo sobre os aspectos semelhantes entre cultura africana e brasileira. Revista Brasileira de Meio Ambiente, v. 8, n. 4, p. 14-22, 2020. https://revistabrasileirademeioambiente.com/index.php/RVBMA/article/view/492
SELIESTER-Gomes, Mariana; Quatrin-Casarin, Eduarda; Duarte, Giovana (2019). O conhecimento situado e a pesquisa-ação como metodologias feministas e decoloniais: um Estudo Bibliométrico. Revista CS, 29, 47-72. https://doi.org/10.18046/recs.i29.3186.
VAN DIJK, T. A. Discurso e poder. São Paulo. Contexto, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Juliana Murta de Lima, Raimundo Nonato de Lima, James Ferreira Moura Júnior, Camila Ricarte Dantas Carvalho
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.