As trajetórias afro-diaspóricas na reterritorialização afro-brasileira e suas memórias de resistência negra no século XX

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52521/geouece.v13i25.12785

Palavras-chave:

Ancestralidade; Afro-brasileira; Reterritorialização; Bacabal; Socioambiental.

Resumo

Na trajetória afro-diaspórica afro-brasileira a assunção identitária e a apropriação do espaço configuram diferentes territorializações. Este artigo tem por objetivo identificar nos contextos socioambientais a reterritorialização a partir da ancestralidade afro-brasileira no povoado Mata Fome, Bacabal (MA). Associa-se o nome do povoado ao nome de uma fruta local e à sua geografia, composta pelo Rio Bambu, o lago do Mata Fome e igarapé, relacionando sua identidade com a terra para se viver, trabalhar e comer. Na metodologia usamos a pesquisa etnográfica através de incursões ao povoado, registros em diários de campos e a realização de entrevistas, além da revisão bibliográfica sobre a temática; este conjunto de procedimentos possibilitou a recomposição de memórias dos sujeitos pesquisados por entre fios e rastros. Foi verificado que as relações entre afro-brasileiros com sujeitos externos dessa identidade fragmentaram o acesso e a permanência no território, modificaram as relações comunitárias e familiares, além da insistência do apagamento da identidade afro-brasileira. Consideramos que o autorreconhecimento coletivo e individual é intrínseco à apropriação e permanência no território, derivando na reparação histórica e a equiparação social.

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Biografia do Autor

Jucilane de Souca Carlos, Universidade Vale do Taquari - UNIVATES/Doutoranda

Doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento pela UNIVATES/RS, pesquisa sobre “A Territorialidade Quilombola em Bacabal (MA) como espaço de resistência, sustentabilidade e preservação histórica-social entre os séculos XIX e XX". Mestre em História e Cultura pela Universidade Estadual do Ceará - UECE, na Linha de Pesquisa: PRÁTICAS URBANAS e Eixo Temático: Urbanidade e Ruralidade: transposições indenitárias entre campo e espaço. Especialista em História e Sociologia pela Universidade Regional do Cariri - Urca (2007), graduada em Pedagogia pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2002) e licenciada em História pela Universidade Estadual Vale do Acaraú (2007). Já atuou na Universidade Estadual Vale do Acaraú - UVA como Professora Convidada no Curso de História, ministrando disciplinas de cunho teórico, metodológico e práticas didáticas. Professora Efetiva de História no IFMA - Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Maranhão, Campus Bacabal, membro do Núcleo de Estudos Afrobrasileiro e Indiodescendente - NEABI/IFMA, Núcleo Local e do Grupo de Pesquisa Mnemósine - Centro de Estudos e Pesquisas em História Oral e Memória - IFMA/CNPq, com discussão sobre memória, cidade e oralidade.

Luís Fernando da Silva Laroque, Univates ; Professor;

Possui graduação em Estudos Sociais pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1992), graduação em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1996), mestrado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2000) e doutorado em História pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2006). Atualmente é professor da Universidade do Vale do Taquari - UNIVATES e professor da rede de ensino do Estado do Rio Grande do Sul. Em ensino tem experiência na Educação Básica em História; no Ensino Superior atua como professor e pesquisador do Programa de Pós-Graduação em Ambiente e Desenvolvimento, ministrando as disciplinas Sociedade e Natureza, Desenvolvimento, Espaço e Território e Estágio de Docência; na Graduação atua no Curso de História com as disciplinas de História do Brasil História do Rio Grande do Sul e História Regional. Em pesquisa trabalha com os seguintes temas: populações tradicionais (indígenas, quilombolas, pescadores e riberinhos), cultura, etno-história, arqueologia, territorialidades, fronteiras, grupos étnicos, história ambiental, história regional e história do Brasil. 

 

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Publicado

2025-01-30

Como Citar

DE SOUCA CARLOS, J.; DA SILVA LAROQUE, L. F. As trajetórias afro-diaspóricas na reterritorialização afro-brasileira e suas memórias de resistência negra no século XX. Revista GeoUECE, [S. l.], v. 13, n. 25, 2025. DOI: 10.52521/geouece.v13i25.12785. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/GeoUECE/article/view/12785. Acesso em: 31 jan. 2025.

Edição

Seção

Dossiê - Povos Indígenas, Quilombolas e Comunidades Tradicionais: contracolonização, terra-território, corpos e ambientes