A “Deficiência” como problema filosófico
DOI:
https://doi.org/10.52521/kg.v21i3.13897Palavras-chave:
História da Filosofia, problema filosófico, deficiência, maquinarias de controle, capacitismoResumo
O que comumente se denomina de “História da Filosofia” caracteriza-se como um conjunto de reflexões de cunho filosófico, levadas a cabo em períodos e territorialidades distintas. Em cada um desses períodos e territorialidades há uma profusão das construções de conceitos e categorias que têm como premissa fundamental tencionar um tema/problema específico, que funciona como ponto inicial de todo ato de filosofar, um espanto admirativo – thaumadizem (θαυμαδιζέμ) – diante de tudo o que é como é. A “deficiência”... a pessoa com deficiência e sua existencialidade pode ser compreendida enquanto um tema/problema filosófico no interior da “História da Filosofia”? A “deficiência” é capaz de despertar um espanto admirativo iniciador um ato de filosofar? São escassas as páginas de escritos filosóficos que tratam da “deficiência” e, quando tencionada, é com o intuito de explicitar que a “deficiência” se constitui em uma desarticulação dos padrões da natureza e da cultura. Minha proposta no presente artigo é pensar o lócus da deficiência enquanto tema/problema filosófico, tendo como fio condutor algumas reflexões de Platão, Aristóteles e Lucrécio. Posteriormente, tencionarei as maquinarias de controle enquanto constituidoras restritivas dos corpos das pessoas com deficiência, as quais determinam o que um o corpo de uma pessoa com deficiência pode ou não fazer, onde esse corpo pode ou não estar. Assim, essas maquinarias edificam uma compreensão preconcebida, capacitista, sobre o que é “deficiência”.
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