Kalagatos
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<p>A <strong>Kalagatos - Revista de Filosofia</strong> (Qualis A3) foi criada em 2004, segundo a iniciativa de professores do Programa de Pós-Graduação em Filosofia da Universidade Estadual do Ceará - PPGFIL-UECE. Desde sua criação, os editores do periódico vêm se empenhando para trazer aos leitores, semestralmente, novas edições com artigos inéditos, resenhas, ensaios e traduções, visando à divulgação de textos de professores e pesquisadores dos programas de pós-graduação em Filosofia e áreas afins, do Brasil e de outros países. Frisa-se que os artigos a serem publicados deverão ter a titulação mínima de doutorandos e que as submissões em português deverão, caso aprovadas, ter uma versão em outra língua estrangeira para publicação bilíngue.</p> <p><span style="vertical-align: inherit;">Qualis Capes 2017-2020: A3<br />Prefixo DOI: 10.23845<br />e-ISSN: 1984-9206 | ISSN: 1808-107X</span></p>PPGFil-UECEpt-BRKalagatos 1808-107X<p><a href="http://creativecommons.org/licenses/by/4.0/" rel="license"><img src="https://i.creativecommons.org/l/by/4.0/88x31.png" alt="Creative Commons License" /></a></p>The Evolution of Materialism from Democritus to Karl Marx
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<p>Este artigo investiga a evolução do materialismo desde suas origens com Demócrito até seu desenvolvimento por Karl Marx. Começa com o atomismo de Demócrito, que propunha que tudo é feito de átomos indivisíveis, lançando as bases para uma visão de mundo materialista. O estudo explora então como Epicuro expandiu essas ideias, concentrando-se na experiência sensorial e na busca de uma vida tranquila. Passando para o Iluminismo, o artigo examina o materialismo mecanicista de pensadores como Hobbes e La Mettrie, que viam os humanos como máquinas complexas governadas por leis físicas. Por fim, aborda o materialismo dialético e histórico de Marx, que combinou a filosofia materialista com a dialética hegeliana para explicar a influência das condições materiais e das estruturas econômicas na sociedade e na história. Esta análise destaca a importância duradoura do pensamento materialista na compreensão dos processos sociais e históricos.</p>Nguyen Duy Cuong
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2024-09-082024-09-08213eK24077eK2407710.52521/kg.v21i3.14007Abordagem para Libertação e Salvação: Uma Análise Comparativa do Nirvana Budista e da Redenção Cristã
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13971
<p style="font-weight: 400;">Este estudo oferece uma análise comparativa da libertação no Budismo, com foco no Nirvana, e da salvação no Cristianismo, enfatizando a redenção. Explora como o Budismo e o Cristianismo abordam a busca humana fundamental pela realização espiritual. A análise revela que o Budismo vê o Nirvana como a cessação do sofrimento através da extinção dos desejos e da ignorância, em vez de simplesmente um estado de felicidade. O Cristianismo, por outro lado, apresenta a redenção como um processo transformador que envolve fé, arrependimento e renascimento espiritual, em vez de confiar apenas na graça divina. O estudo destaca que enquanto o Budismo enfatiza o esforço pessoal através da conduta ética e da meditação, o Cristianismo combina a graça divina com o compromisso pessoal e a adesão aos ensinamentos de Cristo. Ao destacar a interação matizada do esforço pessoal e da orientação espiritual em ambas as tradições, o estudo proporciona uma compreensão mais equilibrada de como cada religião aborda a busca pela libertação e salvação.</p>Dipty D SangmaBharani M
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2024-09-082024-09-08213eK24078eK2407810.52521/kg.v21i3.13971Racionalismo e Espírito Iluminista: O Espírito Principal da Filosofia Iluminista Francesa no Século XVIII
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13578
<div> <p class="Vnbnnidung0">A permear a filosofia iluminista francesa do século XVIII estava um profundo espírito racionalista e ideais iluministas. Este movimento intelectual emergiu dos esforços para se desligar da religião organizada e da igreja, afirmando uma fé inabalável no poder ilimitado da razão e do conhecimento científico sobre as forças da teocracia e dos poderes seculares. Este artigo investiga uma análise dos elementos racionalistas e iluministas da filosofia iluminista francesa do século XVIII, com o objetivo de reivindicar a sua posição como o espírito predominante e a força motriz da era do Iluminismo. Ao examinar estes elementos, podemos traçar tanto os valores como as limitações deste movimento filosófico no desenvolvimento da história do pensamento humano.</p> </div>Trang DOKhue Dinh Pham
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2024-09-082024-09-08213eK24079eK2407910.52521/kg.v21i3.13578Alguns paradoxos dos devaneios da infância
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<p>O texto "Alguns paradoxos dos devaneios da infância", apresentado por Jean-Jacques Wunenburger, é um resumo de uma palestra realizada no evento online "Bachelard Brasil: 140 anos de nascimento do filósofo". Na palestra, Wunenburger explora a relação entre a infância e a imaginação, destacando a importância dos devaneios na formação do espírito científico e na poética, com base nas ideias de Gaston Bachelard. O autor propõe três perspectivas sobre a infância, abordando a transição de uma abordagem psicanalítica para uma fenomenologia da memória, enfatizando a valorização das memórias de felicidade e a idealização da infância como um estado atemporal. A palestra convida os participantes a refletirem sobre as complexidades e a beleza do mundo infantil, bem como as ambiguidades que Bachelard deixou em aberto em sua obra.</p>Jean-Jacques Wunenburger
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2024-09-082024-09-08213eK24066eK2406610.52521/kg.v21i3.13748Gaston Bachelard e José Américo: Caminhos da Imaginação para a Realização do Impossível
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<p style="font-weight: 400;">O objetivo deste trabalho é de revisitar dois filósofos contemporâneos, cujas ideias sobre a noção de imaginação são muito próximas. O primeiro é um pensador francês, Gaston Bachelard, de importância inegável. O outro, José Américo Pessanha, é um pensador brasileiro que em seus cursos e conferencias, deixava entrever nas entrelinhas, o ensinamento de suas próprias ideias filosóficas. Os dois filósofos renovam a noção de imaginação, apoiando-se na critica à tradição filosófica. Mostram que a imaginação não pode ser compreendida como simulacro do real percebido, pois isto faria com que esta fosse menosprezada diante da percepção e da ideia. José Américo propõe, então, para corroborar esta tese três exercícios de imaginação, retomando para isso a cosmogonia de Empédocles, analisando depois o quadro de Bosch “A tentação de Santo Antão” que mostra o mundo às avessas e, retomando, por último, o livro de Umberto Ecco procura mostrar que as imagens delirantes que não respeitam a sintaxe natural e ordenada do mundo não são frutos do mal e do pecado de dar asas à imaginação, mas, ao contrário, são resultado de uma hilaridade que provoca o riso e a alegria.</p>Marly Bulcão
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2024-09-082024-09-08213eK24067eK2406710.52521/kg.v21i3.13747Contributos de Gaston Bachelard para uma educação da e para a imaginação
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<p style="text-align: justify;"><span style="color: black;">O artigo discute os principais contributos do pensamento de Gaston Bachelard para uma educação voltada para a imaginação, a partir da complementaridade entre conceito e imagem. O objetivo principal é desenvolver uma pedagogia do não, inspirada na filosofia do não de Bachelard, que encoraja uma formação que transite entre o racionalismo científico e a imaginação poética. Tendo por base as obras de Gaston Bachelard, Gilbert Durand e Jean-Jacques Wunenburger, estuda-se, num viés metodológico pautado pela hermenêutica, a relação entre imaginação e educação. Mobilizada a pedagogia do não e o <em>cogito sonhador</em>, e tendo por base a imaginação material e formal, além da função de eufemização da imaginação, conclui-se que uma tal pedagogia, inspirada nos contributos de Bachelard, pode efetivamente realizar uma educação da e para a imaginação, ao oferecer uma nova perspectiva sobre a valorização tanto do conhecimento científico quanto do desenvolvimento imaginativo.</span></p>Rogério de AlmeidaAlberto Filipe Araújo
Copyright (c) 2024 Rogério de Almeida, Alberto Filipe Araújo
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2024-09-082024-09-08213eK24068eK2406810.52521/kg.v21i3.13478A Teoria Geral dos Complexos: uma leitura do mundo inscrita no coração do filósofo-poeta Gaston Bachelard.
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<div> <p class="Corpo"><span lang="PT">O artigo objetiva discutir a relevância da Teoria Geral dos Complexos na obra do filósofo Gaston Bachelard e autores diversos, considerando que seu olhar sobre o mundo e as coisas é profundo e curioso, remetendo-nos para uma leitura do mundo ao modo do educador-filósofo Paulo Freire. A pesquisa teve início no mestrado e se estendeu por toda a vida da pesquisadora, que compreende quase trinta anos de pesquisa e buscas em redes de internet, revistas, jornais e fontes documentais e bibliográficas. Este artigo trata de discutir a relevância de uma segunda edição, revista e ampliada com realinhamento do título nesta nova versão. A metodologia utilizada foi a crítico-investigativa.</span></p> </div>Luzia Batista de Oliveira Silva
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2024-09-082024-09-08213eK24069eK2406910.52521/kg.v21i3.13982Devaneio de grotescas - Transfigurações do imaginário no afresco romano de épocas imperial e renascentista ou: O realismo da irrealidade – Metamorfoses na arte grotesca
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13717
<p style="font-weight: 400;">Encontrei no antigo estilo de afresco mural da Roma Antiga, conhecido como grotesca, a ocasião para trançar os fios estéticos que unem arte e filosofia, abordando o estilo ainda pouco conhecido, segundo a metodologia de pesquisa fundada em contradições, que identifiquei no bachelardismo. Entre conhecimento racional e devaneio poético, seguirei intuições de Bachelard, buscando assim, esclarecer o ancestral e enigmático evento pictórico das grotescas romanas, em sua oposição à tradicional definição greco-romana da arte como imitação da natureza (<em>imitatio naturae</em>). Não deixaremos também de ressaltar embates de contrários e ambiguidades que, espelhados nos afrescos, parecem constituir aspecto decisivo do panorama cultural da época.</p>Marcelo de Carvalho
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2024-09-082024-09-08213eK24070eK2407010.52521/kg.v21i3.13717A poética do espaço numa ópera para crianças, em pílulas digitais
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/14004
<p style="font-weight: 400;">Este artigo tem como objeto de pesquisa a ópera para crianças, a partir de seus sobrevoos no tempo e no espaço. Seu intuito é identificar o que seja esse gênero, acolhendo seus aspectos dramatúrgicos, poéticos, imagéticos e simbólicos. O caminho eleito para análise foi a escuta sensível de crianças e, braços dados com ela, uma caminhada por aspectos importantes de teoria e prática. Utilizou-se como referencial um estudo de caso – o processo criativo da ópera infantil <em>Bem no meio</em>, base para a produção de minidocumentários em pílulas digitais. Os minidocs, que oferecem suporte pedagógico para a sensibilização e formação de alunos, pais, professores e novos públicos, tiveram como propósito gerar literatura visual da ópera para crianças, gênero ainda pouco difundido e estudado no Brasil. A pesquisa agregou conceitos da fenomenologia do imaginário, notadamente de Gaston Bachelard (2008).</p>Karen AciolyCristina Rego Monteiro da Luz
Copyright (c) 2024 Karen Acioly, Cristina Rego Monteiro da Luz
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2024-09-082024-09-08213eK24071eK2407110.52521/kg.v21i3.14004A oposição entre razão e imaginação na filosofia de Gaston Bachelard
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13895
<p style="font-weight: 400;">Este artigo tem como objetivo apresentar o projeto de separação entre razão e imaginação formulado por Gaston Bachelard, com base nas principais obras em que ele expõe explicitamente esse empreendimento filosófico, a saber: <em>Le matérialisme rationnel</em> (1953), <em>La poétique de l’espace</em> (1957) e <em>La poétique de la rêverie</em> (1960). Para tanto, realizamos uma análise de suas argumentações acerca da distinção entre <em>materialismo racional</em> e <em>materialismo imaginário</em>, <em>consciência racional</em> e <em>consciência imaginante</em>, bem como <em>imagem</em> e <em>conceito</em>. Este trabalho não se propõe a defender a tese da complementaridade entre os domínios da razão e da imaginação, uma posição amplamente discutida por uma das vertentes dos estudos bachelardianos. Em vez disso, buscamos contribuir para o enriquecimento desse debate ao revisitar os argumentos do filósofo e destacar uma perspectiva diferente sobre a questão.</p>David Velanes de Araújo
Copyright (c) 2024 Davi Velanes de Araújo
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2024-09-082024-09-08213eK24072eK2407210.52521/kg.v21i3.13895O Tempo Lógico da Epistemologia Bachelardiana
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13796
<p> Existem duas maneiras principais de estudar a epistemologia de Bachelard. A primeira é aproximando-a das questões da História das Ciências, considerando como pensar historicamente a epistemologia, especialmente ao analisar as conexões entre a <em>consciência de modernidade </em>e a <em>consciência de historicidade</em>. A segunda maneira é associando-a a um programa de pesquisa mais recente, que explora o papel desempenhado pela lógica e pela matemática na epistemologia de alguns autores dos primórdios do empirismo lógico, a partir da década de 1930, bem como o debate em torno dos trabalhos de Bachelard que tratam dessa mesma avaliação. No entanto, propomos uma abordagem alternativa para compreender a epistemologia de Bachelard. Sugerimos avaliar e identificar qual é o projeto lógico-filosófico subjacente a qualquer interpretação de sua obra.</p>Ângelo Márcio Macedo Gonçalves
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2024-09-082024-09-08213eK24073eK2407310.52521/kg.v21i3.13796Por uma pedagogia sonhadora - Contribuições a partir de Gaston Bachelard
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13685
<p><span style="font-weight: 400;">Este artigo trata-se de uma investigação na obra poética de Gaston Bachelard sobre os aspectos formativos da imaginação. Dessa forma, objetivou-se levantar contribuições a partir da obra do filósofo francês para a Filosofia da Educação, pensando, como fundo, numa revisão do próprio conceito de formação. A partir de uma abordagem fenomenológica e hermenêutica, foram realizadas incursões que trouxeram imagens e pensamentos que dialogam já não mais com os ideais da filosofia moderna, mas com a transição paradigmática da filosofia contemporânea a qual vivenciamos. Sendo assim, no lugar de procurar pelas essências, pelas verdades primeiras, tal como preconizavam as forjadas necessidades das metafísicas do ser e da consciência, o existencialismo poético aqui permitiu a </span><em><span style="font-weight: 400;">construção </span></em><span style="font-weight: 400;">de outras imagens poético-educacionais, as quais se apresentaram como o resultado das potentes investigações que podem ainda ser realizadas </span><em><span style="font-weight: 400;">com </span></em><span style="font-weight: 400;">a filosofia da imaginação de Bachelard.</span></p>William Gustavo Machado
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2024-09-082024-09-08213eK24074eK2407410.52521/kg.v21i3.13685Uma leitura transdisciplinar de “A poética do espaço” a partir da somaestética dos estados meditativos em ioga, meditação cristã e mindfulness
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13955
<p>Em “A poética do espaço” Bachelard apresenta ideias que contribuem a compreensão fenomenológica dos estados meditativos em ioga, meditação cristã e <em>mindfulness</em> (atenção plena). E, por outro lado, de modo transdisciplinar, transpondo-se as fronteiras entre sujeito e objeto de pesquisa, pondera-se que as práticas do êxtase contribuem à compreensão somaestética (cf. Richard Shusterman) das imagens poéticas, ambas experienciadas a partir da totalidade da percepção estético-somática alicerçada no momento presente. As práticas meditativas, interpretadas como experiência somaestética, se aproximam da ponderação de que as imagens poéticas têm um ser próprio, advindo de uma ontologia direta (Bachelard), também alicerçada no momento presente em que elas emergem à percepção estético-somática. Nesta linha de análise, apresentam-se algumas correlações entre imagens poéticas e estados meditativos como experiências somaestéticas, que ficam mais evidentes em temas como o silêncio, a palavra, a imobilidade que abre a totalidade somática a uma experiência do infinito, entre outros.</p>Sérgio Gonçalves de Amorim
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2024-09-082024-09-08213eK24075eK2407510.52521/kg.v21i3.13955Sebastán Jorgi: memórias afetivas de Buenos Aires na obra Orsái (1965).
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13773
<p>Este ensaio pretende visibilizar o trabalho de pesquisa sobre o escritor argentino Sebastián Jorgi , cujas referências imaginárias para pensar a cidade reconfiguram-se através das memórias afetivas na metrópole em transformação. Portanto, ao desarticular a lógica da Buenos Aires moderna, a voz poética manifesta a decisão de nomeá-la, a partir do bairro formulado, <em>Barracas</em>, mediante um deslocamento autorreflexivo, no qual surgem questões sobre história, linguagem, tradição cultural e filiações estéticas. Nesse sentido, serão estudados alguns poemas extraídos da obra <em>Orsái </em>(1965), a partir dos pressupostos teóricos consagrados na <em>Poética do Espaço</em>, de Gaston Bachelard e nas <em>Estruturas Antropológicas do Imaginário, </em>de Gilbert Durand. Observa-se a opção pelo lunfardo, decisão que fornece não só a matéria-prima, como também, a topofilia inicial, que sobrepassa o deslumbramento e a experimentação, pois Jorgi vai nutrir-se dessa organicidade cultural entre os vários interlocutores, que com ele estabeleceram vínculos, durante sua trajetória artística, também nas décadas posteriores. Orlando Mario Punzi, da <em>Academia Porteña de Lunfardo</em>, alude à decisão programática de Sebastián Jorgi, na referida obra, mediante “uma necessidade física e espiritual, de falar do tempo feliz de sua juventude”, mas da qual, Jorgi não pode desprender-se”(Punzi, 2009). Estudá-lo, no âmbito acadêmico propicia novas possibilidades interpretativas sobre um período histórico-cultural multifacetado e aberto à pesquisa</p>Denise Scolari Vieira
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2024-09-082024-09-08213eK24076eK2407610.52521/kg.v21i3.13773The ontological space in the imaginary of Gaston Bachelard and the construction of an affective landscape
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/14056
<p>The search for an ontology of space in Gaston Bachelard’s works and the intercession of phenomenology and imaginary-driven neurobiology comprise the approach herein utilized. We present the fundamental role of space as a phenomenon within consciousness and the constitution of a being. Landscapes are sensible dimensions, affective-aesthetic, emotional and symbolical of life, generating primordial images. Our objective is to contextualize the roots of such phenomenology and present its potential as a study of consciousness, alongside current neurobiological interpretations by António Damásio, referent to cultural and affective consciousness.</p>Valéria Cristina Pereira da SilvaCarlos Fonseca Clamote Carreto
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2024-09-162024-09-16213eK24080eK2408010.52521/kg.v21i3.14056Apresentação
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13983
<p style="font-weight: 400;">Os estudos acerca dos múltiplos aspectos da existência da pessoa com deficiência começou a ganhar pujança com o surgimento dos <em>Disability Studies. </em>A partir de então, o tema da “deficiência” deixou de ser algo exclusivo do saber médico e passou a ser tencionado por áreas do conhecimento como Antropologia, Sociologia, Psicologia e Filosofia. Esse panorama epistemológico influenciará as tomadas de decisão acerca da pessoa com deficiência em âmbito social. Os estudos sobre/da deficiência vieram à tona nos anos 1970 e 1980, cuja matriz teórica predominante foi a sociológica. Esses estudos surgiram em ambientes de lutas pelos direitos das pessoas com deficiência, levados a cabo nos anos de 1960 e 1970, sobretudo em países como Estados Unidos da América, Inglaterra e Países Baixos. Essas lutas foram levadas a cabo por organizações que tinham em suas lideranças pessoas com deficiência. O desenrolar dos movimentos pelos direitos das pessoas com deficiência fizeram com que essa temática fosse refletida para além do quadro investigativo até então dominante, ou seja, de que a deficiência é uma questão que diz respeito às alterações completas ou parciais de partes do corpo humano. Dentro desse quadro investigativo, temos as ciências da saúde voltando-se para o corpo DEF como lesionado, no intuito de “consertá-lo”, de “normalizá-lo”, para que se torne eficiente e, portanto, produtivo. É nesse sentido que podemos dizer que, da segunda metade do século XX em diante, o discurso médico em ascensão procurava responder às questões relacionadas às desigualdades sociais sofridas pelas pessoas com deficiência a partir de uma perspectiva meramente biológica, naturalizando esse quadro de opressão e invisibilidade. Nesse discurso, a deficiência deixa de ser encarada como um castigo divino e passa a ser compreendida como um “erro” da natureza ou de alguma sequela advinda de um acidente, podendo ser corrigida ou mitigada através de cirurgias ou tratamentos reabilitadores. A visão da corporeidade DEF como algo defeituoso é fruto da captura desse corpo pelo saber médico, que toma para si o corpo lesionado no intuito de devolvê-lo para o convívio social, com os déficits físicos corrigidos ou atenuados. O saber médico substitui o ideal clássico de perfeição corporal pela mensuração do caráter orgânico da população, típicas da biopolítica. Esta mensuração descreve estatisticamente a população em percentuais que buscam traçar uma média de quantas pessoas possuem algum tipo de lesão física e quantas são “normais”. Todos os desvios físicos e intelectuais mensurados estatisticamente a partir dos padrões normalizadores devem ser examinados, classificados e, se possível, tratados. Embora o discurso científico tenha tirado da corporeidade DEF o estigma de ser visto como um castigo divino contra alguma transgressão de seus progenitores, ele outorga a essa corporeidade uma marca que fomenta discursos capacitistas: a ideia de que o corpo DEF é um erro que precisa ser corrigido.</p> <p style="font-weight: 400;"><strong> </strong>A “Filosofia DEF”, que busca tencionar os múltiplos aspectos da existencialidade da pessoa com deficiência a partir de categorias e conceitos filosóficos, inaugura um novo e imprescindível momento de reflexão, trazendo para a superfície do debate um tema invisibilizado. O dossiê “Filosofia DEF”, publicado pela Revista Kalagatos, configura-se como mais uma ação de conferir visibilidade à temática da deficiência em uma perspectiva filosófica. O dossiê conta com diversos artigos de importantes pesquisadores e pesquisadoras que se debruçam filosoficamente sobre o tema da pessoa com deficiência. São eles: <strong>Para além da deficiência como uma identidade: a afirmação da diferença a partir dos modos singulares do ser, de </strong>Carlos Henrique Machado; <strong>A deficiência como problema filosófico: o pensar “deficiente” e sua potência instituinte na instituição escolar</strong>, de Pedro Ângelo Pagni; <strong>A baixa visão como diretriz fenomenológica </strong>de autoria de Michele Bellato; <strong>Do Acidente da deficiência à normatividade vital e a afirmação incondicional da vida, </strong>de Joelmar Fernando Cordeiro de Souza e Reinaldo Furlan; <strong>Língua de sinais: o lugar da diferença surda</strong>, de autoria de Estenio Ericson Botelho de Azevedo e João Emiliano Fortaleza de Aquino; <strong>Cartografia como uma cripistemologia: reflexões a partir de um território autista</strong>, de Luiz Gustavo Duarte e Maira Sayuri Sakay Bortoleto; <strong>A “Deficiência” enquanto problema filosófico</strong>, de Fábio Abreu dos Passos e Elivanda de Oliveira Silva; <strong>O que é ser surdo? Percepção e sensibilidade para uma ontologia da surdez</strong>, de Carlos Henrique Carvalho Silva e <strong>Parresia e arte autista: caminhos para a coragem da verdade e o cuidado de si</strong>, de autoria de Ana Cândida Nunes Carvalho.</p>Fábio Abreu dos Passos
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2024-09-082024-09-08213eK24056eK24056Do Acidente da deficiência à normatividade vital e a afirmação incondicional da vida
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13899
<p>Neste artigo procuraremos apresentar uma leitura da ontologia do acidente de Catherine Malabou, em interface com os conceitos filosóficos de afirmação da vida, ser no mundo e normatividade vital, tomando, respectivamente, como suas referências principais, as obras de Nietzsche, Merleau-Ponty e George Canguilhem. Consideraremos que a deficiência, seja ela adquirida, congênita e/ou hereditária, pode ser uma oportunidade para o amor incondicional do nosso destino, apesar dos múltiplos acidentes que, como nos mostra Malabou, submetem-nos diante de uma plasticidade ontológica sem precedentes. Para defender essa ideia, apresentaremos o caso clínico de “O Pintor Daltônico” de Oliver Sacks, na tentativa de tomá-lo como um genuíno e possível exemplo de uma nova normatividade de vida e da aquisição de uma Grande Saúde.</p>Joelmar Fernando Cordeiro de SouzaReinaldo Furlan
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2024-09-082024-09-08213eK24057eK2405710.52521/kg.v21i3.13899A “Deficiência” como problema filosófico
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13897
<p style="font-weight: 400;">O que comumente se denomina de “História da Filosofia” caracteriza-se como um conjunto de reflexões de cunho filosófico, levadas a cabo em períodos e territorialidades distintas. Em cada um desses períodos e territorialidades há uma profusão das construções de conceitos e categorias que têm como premissa fundamental tencionar um tema/problema específico, que funciona como ponto inicial de todo ato de filosofar, um espanto admirativo – <em>thaumadizem</em> (<em>θαυμαδιζέμ</em>) – diante de tudo o que é como é. A “deficiência”... a pessoa com deficiência e sua existencialidade pode ser compreendida enquanto um tema/problema filosófico no interior da “História da Filosofia”? A “deficiência” é capaz de despertar um espanto admirativo iniciador um ato de filosofar? São escassas as páginas de escritos filosóficos que tratam da “deficiência” e, quando tencionada, é com o intuito de explicitar que a “deficiência” se constitui em uma desarticulação dos padrões da natureza e da cultura. Minha proposta no presente artigo é pensar o <em>lócus </em>da deficiência enquanto tema/problema filosófico, tendo como fio condutor algumas reflexões de Platão, Aristóteles e Lucrécio. Posteriormente, tencionarei as maquinarias de controle enquanto constituidoras restritivas dos corpos das pessoas com deficiência, as quais determinam o que um o corpo de uma pessoa com deficiência pode ou não fazer, onde esse corpo pode ou não estar. Assim, essas maquinarias edificam uma compreensão preconcebida, capacitista, sobre o que é “deficiência”.</p>Fábio Abreu dos PassosElivanda de Oliveira Silva
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2024-09-082024-09-08213eK24058eK2405810.52521/kg.v21i3.13897A deficiência como problema filosófico: o pensar “deficiente” e sua potência instituinte na instituição escolar
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13903
<p>Este ensaio discute a deficiência como um problema filosófico. Circunscreve, para tanto, a perspectiva de sua enunciação, como uma resposta à sua interdição parcial enquanto campo problemático da Filosofia e da Educação, com o objetivo de interpelar até que ponto essas áreas, ao ignorá-lo, não teriam explicitado suas próprias deficiências. Recorre às filosofias da diferença, em sincronia com as tradições nietzschianas e spinozanas, para propor essa enunciação, e, provocativamente, procurar ensaiar uma resposta a tal indagação. Sugere haver uma filosofia da deficiência que desafia a educação inclusiva, na atualidade, em virtude de sua potência instituinte na instituição escolar.</p>Pedro Ângelo Pagni
Copyright (c) 2024 Pedro Ângelo Pagni
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2024-09-082024-09-08213eK24059eK2405910.52521/kg.v21i3.13903O Que é ser Surdo? Percepção e Sensibilidade para uma Ontologia da Surdez
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13900
<p style="font-weight: 400;">Numa breve pesquisa feita através da plataforma de busca Google, elaboramos a seguinte pergunta: o que é ser surdo? Quase que invariavelmente as respostas encontradas relacionam o sujeito surdo à questão da linguagem, reduzindo sua condição humana especificamente na relevância da aquisição da <em>Libras </em>(Língua Brasileira de Sinais) no contexto do mundo vivido. Mas isto não é de fato o que nos propomos a compreender neste texto. Na verdade, o presente trabalho objetiva descrever a partir da ontologia o que significa ser surdo no mundo da vida. Além disso, pretendemos mostrar como a sensibilidade do sujeito surdo se desenvolve e caminha para além das dimensões objetivas e desvelar no mundo do silêncio o lugar de sua fala e exercício de seu perceber e sentir. Para tanto, nos ancoramos no pensamento de Merleau-Ponty (1908-1961), uma vez que sua crítica ao idealismo e realismo, bem como, as teorias do comportamento tem muito a contribuir com esta investigação. Assim, organizamos o trabalho em três momentos: no primeiro, trataremos da noção de percepção surda a partir da experiência do próprio autor do texto, no segundo, articularemos as noções descritivas de sensibilidade a partir da crítica ao pensamento objetivo. Por fim, no último momento procuramos compreender a experiência da surdez como uma condição humana que em nenhum instante pode ser visto como um limitador dos projetos e das nossas ações.</p>Carlos Henrique Carvalho Silva
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2024-09-082024-09-08213eK24060eK2406010.52521/kg.v21i3.13900Cartografia Como Uma Cripistemologia: Reflexões A Partir De Um Território Autista
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13639
<p>O artigo traz uma discussão elaborada a partir de uma cartografia realizada por um pesquisador com diagnóstico de Transtorno do Espectro Autista. Esta cartografia, é feita pelo mapeamento das linhas de desejo do próprio processo de pesquisar que transcorreu durante seis anos, compreendendo o mestrado e doutorado. Considerando as elaborações de Deleuze e Guattari a respeito da cartografia como o mapeamento das afetações vivenciadas em determinado território existencial, compreende-se aqui que esta, quando produzida a partir de um território crip - aleijado – emaranha-se e ganha potencial como uma cripistemologia, sendo, portanto, uma maneira de produzir conhecimento que rompe com o apagamento das pessoas com deficiências.</p>Luiz Gustavo DuarteMaira Sayuri Sakay Bortoletto
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2024-09-082024-09-08213eK24061eK2406110.52521/kg.v21i3.13639Parresia e Arte Autista: Caminhos para a Coragem da Verdade e o Cuidado de Si
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13898
<p>O presente artigo parte das arguições sobre os caminhos para o alcance da liberdade parresiasta de uma pessoa autista, no âmbito do cuidado de si, diante das questões impostas pelo cotidiano, evidenciando, nessa perspectiva, as manifestações artísticas desenvolvidas como via para a coragem da verdade. Visa, porquanto, o alcance de uma autoria de si, dentro da descoberta e na instauração de si mesmo como realidade ontológica distinta do corpo, a partir da emergência do conceito de <em>psykhé</em>, como maneira de ser e maneira de fazer de que se trata de dar conta ao longo de toda a existência, erigindo enquanto mola propulsora para traçar o percurso para uma autoria de si, ou seja, para o ser humano retomar a vida como beleza possível, até minimizar os resquícios do sistema de dominação dos sujeitos. Nesse sentido, a discussão resvala nas conceituações que delimitarão o quadro social em que pessoas autistas estão inseridas, como porta de entrada para propor possibilidades do agir, pautadas, ainda, na necessidade de mitigar preconceitos ou obstáculos ao processo de inclusão em todos os âmbitos do cotidiano. O embasamento bibliográfico se concentra em elementos da obra foucaultiana <em>Coragem da verdade</em>, além de alguns de seus comentadores.</p>Ana Cândida Nunes Carvalho
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2024-09-082024-09-08213eK24062eK2406210.52521/kg.v21i3.13898Língua de sinais: o lugar da diferença surda
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13904
<p>Neste artigo fazemos uma revisão bibliográfica de pesquisadores surdos e ouvintes, buscando mostrar, com base neles, que a língua de sinais constitui a diferença surda no âmbito cultural. A condição surda não compõe a diversidade no interior de uma cultura hegemônica, que é fundada na língua majoritária; mas se constitui em uma minoria linguístico-cultural, que estabelece nesse mesmo campo linguístico-cultural sua diferença em face da língua e da cultura majoritárias. Nesse aspecto, a condição surda se distingue das demais deficiências, que fazem parte de uma diversidade no interior de uma dada cultura, seja esta hegemônica ou minoritária. Essa diferença linguística constitui a comunidade surda – pois toda língua é comunitária – no interior da qual se desenvolve uma diversidade de habilidades e desabilidades, de gênero, raça e classe social.</p>Estenio Ericson Botelho de AzevedoJoao Emiliano Fortaleza de Aquino
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2024-09-082024-09-08213eK24063eK2406310.52521/kg.v21i3.13904A baixa visão como diretriz fenomenológica
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13896
<p style="font-weight: 400;">“É em nós mesmos que encontramos a unidade da fenomenologia e seu verdadeiro sentido”, diz Merleau-Ponty no prefácio da <em>Fenomenologia da percepção. </em>Amparada na obra do filósofo e, ao retornar a mim mesma como corpo-experiência efetiva de perceber, o objetivo deste texto é apresentar a baixa visão como diretriz fenomenológica de pesquisa para um caminho acadêmico na filosofia. Deparando-me com os limites do trabalho do teórico francês, tanto em termos fenomenológicos, quanto em abordagens sobre deficiência, indico um recente subcampo chamado de “fenomenologia crítica”, integrado por filósofas da deficiência, entre outros.</p>Michele Bellato
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2024-09-082024-09-08213eK24064eK2406410.52521/kg.v21i3.13896Para além da deficiência como uma identidade: a afirmação da diferença a partir dos modos singulares do ser
https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/13902
<p style="font-weight: 400;">O presente artigo se propõe a desfazer as formas de hierarquização dos diversos modos de existir no mundo, restituindo a dignidade ontológica de seres que se afastam de um padrão majoritário que se afirmou como modelo de normalidade. A partir daí, caberia desfazer os critérios que constituem a deficiência como um impedimento que pode obstruir a participação na sociedade, uma vez que o que realmente obstrui é tomar os diferentes modos de vida como um padrão desejável. Dessa forma, pretendemos discutir as reivindicações identitárias e o perigo de que elas se formem a partir do ponto de vista da normalidade. Com a problematização do conceito de diferença, veremos como é possível desmontar os esquemas reprodutores que consolidaram os matizes da anormalidade com base em critérios que definem o normal e eficiente. Objetivamos, dessa maneira, desvelar novas formas de experimentar a realidade, sentir o corpo, afirmar a diferença e resistir às formas de sujeição, na fruição antiprodutiva do desejo que desarranja o plano de organização das sociedades e suas formas de reprodução: o normal e o padrão.</p>Carlos Henrique Machado
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2024-09-082024-09-08213eK24065eK2406510.52521/kg.v21i3.13902