Começo e progressão expositiva na filosofia política de Spinoza:

Um encontro com Hegel

Autores

  • André dos Santos Campos

DOI:

https://doi.org/10.23845/kalagatos.v1i2.5632

Palavras-chave:

Começo, Hegel, Dialéctica, Spinoza, Política

Resumo

Partindo de problemas metodológicos inerentes à filosofia política hegeliana, como o problema do seu começo e a verificação e desenrolar de uma dialéctica política, procura-se a identificação do começo da filosofia política de Spinoza e uma compreensão do seu desenvolvimento expositivo, como meio determinativo de uma dialéctica política spinozista. Uma releitura da política hegeliana impõe-se-nos primeiramente: o começo é identificado como pura imediatez e máxima abstracção, avançando progressivamente num esquema dialéctico triádico representado pelo Direito Abstracto, a Moralidade e a Eticidade, na qual o Estado na história universal culmina a objectivação e efectivação do espírito subjectivo que se quer livre. Spinoza, por sua vez, inicia o pensar político pela definição de direito natural que, aplicada ao indivíduo finito humano, isolado no estado de natureza, não passa de mero enunciado formal: é pela constituição de alianças e mediações crescentes que o mesmo indivíduo se potencia e se torna mais natural. Enfim, é analisada a crítica de Hegel, presente nas Lições sobre a História da Filosofia, à metodologia de Spinoza, e um enquadramento sobreposto de ambas as exposições abordadas conduz à possibilidade de uma semelhança dialéctica, com excepções específicas quanto ao pensar hegeliano.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AURÉLIO, Imaginação e Poder. Estudo sobre aFilosofia Política de Espinosa, Edições Colibri, Lisboa, 2000

BERTAULD, Méthode spinosiste et méthode hégélienne, Felix Alcan,Paris, 1891

CARMO FERREIRA, «O Abstracto e o Concretona Filosofia Política de Hegel», Philosophica, 17/18, Lisboa, 2001.

CHIEREGHIN, Dialettica dell’assoluto e ontologia dellasoggettività in Hegel, Verifiche, Trento, 1980.

LUCAS, “Hegel et l’édition de Spinoza par Paulus”, Cahiers Spinoza,Éd. Réplique, Paris, n.º 4, 1983.

MACHEREY, Hegel ou Spinoza, La Découverte, Paris,1990.

MOREAU, “Approche de Hegel”, RevuePhilosophique de Louvain, Louvain-la-Neuve, t. 80, 1982, n.º45, p. 5-34, e n.º 46,

HEGEL, Vorlesungenüber die Geschichte der Philosophie, 1833, trad. cast. de Wenceslao Roces,Mexico, Fondo de Cultura Económica, vol. III, 1955

HEGEL, Grundlinien der Philosophie des Rechts, ed.Johannes Hoffmeister, Felix Meiner, Hamburg, 1955.

HEGEL, Einleitung in die Geschichte der Philosophie, ed. JohannesHoffmeister, Felix Meiner, Hamburg, 1966.

HEGEL, Wissenschaft der Logik, ed.Georg Lasson, Felix Meiner,Hamburg, 1966, vol. 1.

KAPLAN, L’Éthique de Spinoza et la Méthode Géometrique,Flammarion, Paris, 1998.

SPINOZA,Tractatus politicus, II, 1; Spinoza Opera, ed. Carl Gebhardt (doravante:G), Heidelberg, 1972, vol. III

WOLFSON, The Philosophy of Spinoza:Unfolding the Latent Processes of His Reasoning, Harvard UniversityPress, Harvard, 1990.

ZAC, “Introduction”, in Spinoza. Traité Politique, texte,traduction et notes, Vrin, Paris, 1968.

Downloads

Publicado

2021-06-26

Como Citar

DOS SANTOS CAMPOS , A. . Começo e progressão expositiva na filosofia política de Spinoza:: Um encontro com Hegel. Kalagatos , [S. l.], v. 1, n. 2, p. 11–43, 2021. DOI: 10.23845/kalagatos.v1i2.5632. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/5632. Acesso em: 5 nov. 2024.

Edição

Seção

Artigos