Sob a sombra do cajueiro: mocororó do tremembé, alimentando a tradição e colhendo cultura
DOI:
https://doi.org/10.59171/nutrivisa-2023v10e10876Palavras-chave:
bebidas fermentadas, povo indígena, mocororó, Tremembé, identidade culturalResumo
Os povos indígenas americanos utilizam diversos vegetais para produzir alimentos e bebidas fermentados, como milho, mandioca, mel e diversas frutas. A fermentação preserva e transforma os alimentos e beneficia a saúde humana. Mais especificamente, no Nordeste do Brasil, onde o cajueiro (Anacardium occidetale L.) é encontrado naturalmente, produz-se o mocororó. É uma bebida fermentada a partir do suco de caju pelos povos indígenas do Ceará. Dentre as práticas de resistência que persistem entre os Tremembé, este estudo destaca a bebida fermentada do Mocororó e sua contribuição para a identidade cultural desse povo. Este artigo tem como objetivo dissertar a identidade cultural por meio de uma revisão narrativa da literatura, elencar a importância dos saberes e modos de fazer do Mocororó, e discutir seu consumo e valores antropológicos e culturais tradicionais. Através dos resultados encontrados neste estudo, é possível afirmar que o mocororó faz parte da identidade cultural do povo Tremembé.
Referências
ABREU, F.P.; DORNIER, M.; DIONISIO, A.P.; CARAIL, M., CARIS-VEYRAT, C., DHUIQUE-MAYER, C. Cashew apple (Anacardium occidetale L.) extract from by-product of juice processing: A focus on carotenoids, Food Chemistry. v.138, p. 25-31, 2013. doi: https://doi.org/10.1016/j.foodchem.2012.10.028
RAUDEL, F. Civilização material, economia e capitalismo, séculos XV-XVIII. 1ª edição, Martins Fontes, São Paulo, 1995.
CARNEIRO, H. Comida e Sociedade: uma história da alimentação. 1ª edição, Elsevier, Rio de Janeiro. 2003.
CHAUÍ, M. Cultura e democracia. Crítica y emancipación. Revista Latino-Americana de Ciencias Sociales, v. 1, p. 53-76, 2008. http://biblioteca.clacso.edu.ar/ojs/index.php/critica/article/view/195
CORDEIRO, A.M.; OLIVEIRA, G.M.D.; RENTERÍA, J.M.; GUIMARÃES, C. A. Revisão sistemática: uma revisão narrativa. Revista do Colégio Brasileiro de Cirurgiões, v. 34, p. 428-431, 2007.
CASTRO, A.C.R.; VASCONCELOS, L.F.L. Bancos genéticos de Anacardium (caju e cajuí), in: Silva Junior, J.F. da, Souza, F.V.D.; Pádua, J.G. (Eds.), A arca de Noé das frutas nativas brasileiras. Embrapa, Brasília, pp. 63-72, 2021. http://www.alice.cnptia.embrapa.br/alice/handle/doc/1136147
DIMIDI, E.; COX, S.; ROSSI, M.; WHELAN, K. Fermented foods: Definitions and characteristics, impact on the gut microbiota and effects on gastrointestinal health and disease. Nutrients, v.11, p.1806, 2019. doi: https://doi.org/10.3390/nu11081806
GIDDENS, A. Modernidade e identidade. 1ª. edição. J. Zahar, Rio de Janeiro, 2002.
GIL, A.C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 6ª edição. Atlas, São Paulo, 2008.
HALL, S. A identidade cultural na pós-modernidade. 1ª edição. DP&A, Rio de Janeiro, 2006.
HALL, S. Da diáspora: Identidades e mediações culturais. 1ª edição, Editora UFMG, Belo Horizonte, 2003.
MARCIANO, A.B.T. O segredo da pedra: projeto editorial de um livro-imagem a partir de aspectos da cultura indígena Tremembé [Trabalho de Conclusão de Curso]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2019. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/50830
MONTANARI, M. Comida como cultura. 1ª edição, Editora Senac, São Paulo, 2013.
OLIVEIRA, R.L. O torém como lugar de memória e espaço de formação na educação escolar diferenciada indígena Tremembé [Dissertação de mestrado]. Fortaleza: Universidade Federal do Ceará, 2015. http://www.repositorio.ufc.br/handle/riufc/16650
RODRIGUEZ-AMAYA, D.B.; KIMURA, M.; AMAYA-FARFAN, J. Fontes Brasileiras de Carotenóides: Tabela Brasileira de Composição de Carotenoides em Alimentos, MMA/SPF, Brasília, 2008.
RUTHERFORD, J. Identity: Community, Culture, Difference. Universidade de Michigan: Lawrence & Wishart, 1990.
SAMPIERI, R.H.; COLLADO, C.F.; LUCIO, P.B. Metodologia de Pesquisa. 1ª edição, McGraw, São Paulo, 2006.
ŞANLIER, N.; GÖKCEN, B.B.; SEZGIN, A.C. Health benefits of fermented foods. Critical Review in Food Science and Nutrition, v.59, p.506-527, 2019. doi: https://doi.org/10.1080/10408398.2017.1383355
SANTOS, C.M.; LIMA, A.E.F.; MORAIS, A.C. da S.; FERREIRA, M.C. O mocororó e sua importância para os povos indígenas do litoral cearense – Resistencia e espiritualidade nos modos de fazer e consumir, in Pereira, D., Santo, J.P. do E. (Eds.), Cultura e história dos povos indígenas. Atena, Ponta Grossa, pp. 146-159, 2020.
SILVA, R.S.S.; LIMA, A.E.F.; MORAIS, A.C. da S. Um estudo sobre a bebida indígena mocororó: Aceitação por não indígenas e cultura alimentar do Povo Kanindé de Aratuba, Brazilian Journal of Development, v.6, p.31985-32005, 2020. doi: https://doi.org/10.34117/bjdv6n5-592
VENTURINE FILHO, W.G., 2018. Bebidas alcoólicas: Ciência e Tecnologia. 1ª edição, Blucher, São Paulo, 2018.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2023 Rafael Amaral, Marina Miranda Ribeiro Gonçalves, Fernando Matias, Adriana Siqueira, Ana Erbênia Mendes, Francisca Elisângela Lima, Paulo Sousa
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.