Variações gastronômicas do mungunzá ao percorrer o Brasil: estudo bibliográfico
DOI:
https://doi.org/10.59171/nutrivisa-2023v10e10513Palavras-chave:
munguzá, canjica, gastronomia, cultura alimentarResumo
Com o milho é possível criar vários preparos, podendo servi-lo de diversas formas e satisfazer todos os gostos. Dentre os preparos, figura o mungunzá, alimento que é consumido nas festividades juninas, variando suas terminologias ligadas ao regionalismo. Este estudo teve como objetivo descrever as transformações que ocorreram na produção do mungunzá no Brasil ao longo dos tempos. Foi formulada uma pergunta de investigação: quais transformações ocorreram na produção do mungunzá no Brasil? Foram encontrados 958 trabalhos a partir da busca dos descritores nas bases de dados: CAPES, Science Direct, ScieELO e Repositório Institucional da Universidade Federal do Ceará. Somente 14 foram selecionados com base na avaliação do conteúdo e na pesquisa bibliográfica. Diante da leitura dos trabalhos, pode-se perceber que canjica, curau, mungunzá, servem para designar preparações diferentes à base de milho e estão presentes de norte a sul do Brasil, se diversificando na alimentação e no campo linguístico com funções semelhantes. A nomenclatura “munguzá” tem influência africana e seu consumo está ligado às festividades juninas e julhinas. As diferentes trajetórias alimentares, baseadas em matérias-primas comuns, mostram que os estudos gastronômicos precisam levar em consideração as culturas e a história dos processos de produção dos pratos. O mungunzá em sua versão salgada é servido no sertão nordestino como refeição, preparações salgadas representam o alimento energético, que provoca saciedade. Considera-se assim que diversas transformações ocorrem na produção e denominação do mungunzá no Brasil, sendo elas no campo linguístico, histórico, cultural, social, geográfico e gastronômico.
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