Depressão pós-parto em mulheres vítimas de violência obstétrica em hospitais brasileiros
revisão integrativa
DOI:
https://doi.org/10.70368/gecs.v2i1.12938Palavras-chave:
violência obstétrica, saúde mental, parturientesResumo
Esta pesquisa teve como objetivo analisar os impactos da violência obstétrica na saúde mental das mulheres atendidas em hospitais brasileiros. As buscas foram realizadas nas bases de dados LILACS, SciELO e PubMed, utilizando os descritores “violência obstétrica”, “saúde mental” e “parturientes”. Foram incluídos estudos que abordassem mulheres maiores de 18 anos, em trabalho de parto, pós-parto e puerpério, que tratassem da violência obstétrica institucional cometida por profissionais de saúde no Brasil e das complicações psicológicas decorrentes dessa violência. Foram escolhidos 10 artigos, dos quais emergiram três categorias temáticas: I) qualidade da assistência ao parto, II) vivências das mulheres e III) relação entre violência obstétrica e aspectos psicológicos. A revisão identificou que a violência obstétrica é uma prática recorrente e frequentemente normalizada, resultando em intervenções médicas desnecessárias que podem transformar o parto em uma experiência traumática. As mulheres frequentemente são privadas de seu protagonismo durante o parto, enfrentando uma relação assimétrica com os profissionais de saúde, que são vistos como os detentores do saber. Essa assistência inadequada não apenas coloca em risco a saúde física da parturiente, mas também pode comprometer o vínculo mãe-bebê e aumentar o risco de transtornos psicológicos, como a depressão pós-parto. A falta de conhecimento sobre violência obstétrica e direitos reprodutivos torna essas mulheres mais vulneráveis. Destacamos a escassez de estudos focados nas implicações psicológicas da violência obstétrica, especialmente no campo da psicologia, indicando a necessidade de mais investigações para ampliar o entendimento sobre os fatores psicológicos envolvidos e melhorar a assistência à saúde das mulheres.
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