Vivências de trabalhadores do SAMU na pandemia Covid-19 e repercussões na qualidade de vida

Autores

DOI:

https://doi.org/10.70368/gecs.v2i1.15888

Palavras-chave:

covid-19, serviços médicos de emergência, qualidade de vida

Resumo

Este trabalho tem como objetivo descrever vivências dos trabalhadores do SAMU na pandemia COVID-19 e repercussão na qualidade de vida. Trata-se de um estudo descritivo com abordagem qualitativa realizado com onze profissionais de saúde do SAMU localizado na base de Eusébio no Ceará em 2021. Entrevista semiestruturada virtual para coleta de dados, agrupadas para formar um corpus. A ferramenta Iramuteq estruturou falas analisadas pelos autores. Questionário sociodemográfico foi utilizado para descrever perfil dos participantes por análise descritiva. A maior parte dos participantes das pesquisas foram mulheres, mães, com mais de um emprego, média de idade de 41 anos e extensa carga de trabalho. O processamento do dados no Iramuteq mostrou que das falas dos participantes há cinco classes, emergidas de dois subcorpus, que são 1) Medo da contaminação: consequências do trabalho no SAMU e 2) Impacto da gestão na qualidade de vida dos trabalhadores, tido classes relacionadas à ações do serviço no contexto da Covid-19, sentimentos vivenciados na pandemia, contaminação da família, consequências da pandemia na qualidade de vida dos trabalhadores e fragilidade do processo gerencial na visão dos trabalhadores. Questões relacionadas à qualidade de vida dos profissionais do SAMU podem ser ferramenta oportuna para evitar aparecimento de condições de saúde nesses trabalhadores.

Biografia do Autor

Rosiane Lopes Trigueiro, Serviço de Atendimento Móvel de Urgência

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará, especialista em Acupuntura e Gestão de Emergência em saúde pública, Mestre em Gestão em Saúde. Atualmente é Gerente de operação de frota - Serviço de Atendimento Móvel de Urgência - SAMU - Ceará.

Maria Eliana Peixoto Bessa, Universidade Estadual Vale do Acaraú

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (2004), mestrado em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (2007) e doutorado em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (2012). Atualmente é professora efetiva vinculada ao curso de graduação em enfermagem da Universidade Estadual Vale do Acaraú (UVA), é professora do curso de especialização saúde do idoso da Universidade Estadual do Ceará (UECE e do Mestrado profissional gestão e saúde (MEPGES) da Universidade Estadual do Ceará (UECE). Tem experiência na área de Enfermagem, com ênfase em Gerontologia e saúde mental, atuando principalmente nos seguintes temas: idoso, enfermagem, idoso fragilizado, saúde do idoso e qualidade de vida.

Emeline Moura Lopes, Centro Universitário Christus

Doutora em Enfermagem na Promoção da Saúde pela Universidade Federal do Ceará. Mestre em Enfermagem na Promoção da Saúde pela Universidade Federal do Ceará. Especialista em Qualidade em saúde e Segurança do Paciente (2020), pela Fiocruz; em Informática em Saúde (2018), pela UNIFESP; e em Enfermagem obstétrica pela Universidade Estadual do Ceará (2009), pela UECE. Possui graduação em enfermagem pela Universidade Federal do Ceará (2007). Docente do curso de graduação em enfermagem do Centro Universitário Christus (Unichristus) desde 2015. Tem experiência na área de pesquisa em Enfermagem, com ênfase em Gerenciamento de riscos assistenciais, Gestão da Qualidade, Segurança do Paciente e Vigilância em Saúde. 

Camilla Pontes Bezerra, Universidade Federal de São Paulo

Possui graduação em Enfermagem pela Universidade Federal do Ceará - UFC (2004), Mestrado em Enfermagem pela UFC (2007) e Doutorado em Saúde Coletiva também pela UFC (2014). É especialista em Enfermagem Obstétrica pelo Centro Universitário Dr. Leão Sampaio (2015). Atua como Docente no Departamento de Enfermagem na Saúde da Mulher da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), como Tutora do Programa de Residência em Enfermagem Obstétrica da Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e é Membro do Grupo de Estudos em Enfermagem Obstétrica (CENFOBS - UNIFESP). 

Raquel Sampaio Florêncio, Universidade Estadual do Ceará

Enfermeira, Doutora em Saúde Coletiva pelo Programa de Pós-graduação em Saúde Coletiva (PPSAC) na Universidade Estadual do Ceará, Mestre em Saúde Coletiva pelo PPSAC e Especialista em Saúde Pública. Professora Adjunta do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do Ceará. Editora-Chefe do Periódico Gestão e Cuidado em Saúde (GECS). Membro do grupo de pesquisa "Epidemiologia, Cuidado em Cronicidades e Enfermagem" (GRUPECCE) vinculado à UECE e tem interesse nas áreas de Saúde Pública/Saúde Coletiva, Vulnerabilidade em Saúde, Epidemiologia social/crítica, Bioestatística, Metodologia da Pesquisa e Enfermagem em Saúde Coletiva.

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Publicado

08-07-2025

Como Citar

TRIGUEIRO, R. L.; BESSA, M. E. P.; LOPES, E. M.; BEZERRA, C. P.; FLORÊNCIO, R. S. Vivências de trabalhadores do SAMU na pandemia Covid-19 e repercussões na qualidade de vida. Gestão & Cuidado em Saúde, Fortaleza, v. 2, n. 1, p. e15888, 2025. DOI: 10.70368/gecs.v2i1.15888. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/gestaoecuidado/article/view/15888. Acesso em: 23 set. 2025.

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