Obscurantismo e anticientificismo no brasil bolsonarista: anotações sobre a investida protofacista contra a inteligência no Brasil
DOI:
https://doi.org/10.33241/cadernosdogposshe.v3i1.1987Resumen
Este artigo pretende discutir a ofensiva obscurantista e anticientificista contra a inteligência e as universidades brasileiras sob o governo do presidente Jair Bolsonaro. Partindo de uma discussão sobre a importância da ciência, sua forma e conteúdo assumido ao longo dos séculos, o artigo retoma a edificação dos postulados sobre o que vem a ser ciência, como ponto de partida para a localização do debate sobre as ciências humanas e a filosofia. Em seguida, considerando como anticientíficos e anti-intelectuais as versões trazidas pelo negacionismo na história, algo surgido no Brasil a partir do revisionismo presente na academia, o artigo conclui pela indicação da necessidade de resistir às investidas, a bem do conhecimento científico e de toda a humanidade.
Métricas
Citas
DAWKINS, Richard. Deus, um delírio. São Paulo: Companhia das Letras, 2007.
DENNETT, Daniel D. Quebrando o encanto. A religião como fenômeno natural. São Paulo: Globo, 2006.
ECO, Umberto. Fascismo eterno. Rio de Janeiro: Record, 2018.
EAGLETON, Terry. As ilusões do pós-modernismo. São Paulo: Jorge Zahar, 1998.
ENGELS, Friedrich. A dialética da natureza. 6 ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2000.
FUKUYAMA, Francis. O fim da história e o último homem. Rio de Janeiro: Rocco, 1992.
FURET, François. Pensando a Revolução Francesa. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1989.
GOLDMAN, Wendy. Mulher, Estado e revolução: política familiar e vida social soviéticas, 1917-1936. São Paulo: Boitempo, Iskra Edições, 2014.
GRAMSCI, Antonio. Cadernos do cárcere. Introdução ao estudo da filosofia. A filosofia de Benedetto Croce. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1999.
HOBSBAWM, Eric. Ecos da Marselhesa: dois séculos reveem a Revolucão Francesa. São Paulo: Companhia das Letras, 1996.
_____________. Sobre história. Ensaios. São Paulo: Companha das Letras, 1998.
KUHN, Thomas. A estrutura das revoluções científicas. São Paulo: Perspectiva, s/d.
LEVITSKY, Steven; ZIBLATT, Daniel. Como as democracias morrem. Rio de Janeeiro: Zahar, 2018.
LIPSTADT, Deborah. Negação. Uma história real. São Paulo: Universo Livros, 2017.
LOFF, Manuel. “Depois da Revolução?... Revisionismo histórico e anatemização da Revolução”. In: MELO, Demian (Org.). A miséria da historiografia: uma crítica ao revisionismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Consequência, 2014, p. 53-65.
LYOTARD, Jean-François. A condição pós-moderna. Rio de Janeiro: José Olympio, 2009.
MARX, Karl. Contribuição à crítica da economia política. 2 ed. São Paulo: Martins Fontes, 1983.
_____________. O Capital. Crítica da economia política. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2008.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã. São Paulo: Martins Fontes, 1989.
MACRAE, Edward; TAVARES, Luís Alberto; RÊGO, Marlize. Entrevista realizada com o Prof. Antônio Nery Filho. In: NERY FILHO, Antonio. et al. Toxicomanias: incidências clínicas e socioantropológicas. Salvador: EDUFBA, CETAD, 2009, p. 283-305.
MATTOS, Marcelo Badaró. Os trabalhadores e o golpe de 1964: um balanço da historiografia. História & Luta de Classes, nº 1, p. 7-18, abril de 2005.
MELO, Demian Bezerra de (Org.). A miséria da historiografia. Uma crítica ao revisionismo contemporâneo. Rio de Janeiro: Consequência, 2014.
MOLES, Abraham A. As ciências do impreciso. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1995.
MOMIGLIANO, Arnaldo. As raízes clássicas da historiografia moderna. Bauru-SP: EDUSC, 2002.
MURPHY, Kevin. Revolution and counterrevolution. Class struggle in a Moscow Metal Factory. Chicago-IL: Heymarket Books, 2007.
____________. Podemos escrever a história da Revolução Russa? Uma resposta tardia a Eric Hobsbawm. Outubro. Revista do Instituto de Estudos Socialistas, São Paulo, n. 17, p. 41-65, 2008.
NORA, Pierre. “Entre memória e História: a problemática dos lugares”. Projeto História, São Paulo, nº 10, p. 7-28, 1993.
RIBEIRO, Darcy. Sobre o óbvio. Marília-SP: Lutas Anticapital, 2019.
SAFATLE, Vladimir. O circuito dos afetos. Corpos políticos, desamparo e fim do indivíduo. 2 ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016.
SAGAN, Carl. O mundo assombrado pelos demônios. A ciência vista como uma vela no escuro. São Paulo: Companhia das Letras, 2008.
SENA JÚNIOR, Carlos Zacarias de. “Revisão e revisionismo na historiografia brasileira contemporânea”. In: GODINHO, Paula; FONSECA, Inês; BAÍA, João. (Coord.). Resistência e/y memória: perspectivas ibero-americanas [E-book]. Lisboa: IHC-FCSH/UNL, 2014, p. 325-338.
______________. “A ‘boa memória’: algumas questões sobre o revisionismo na historiografia brasileira contemporânea. In: SENA JÚNIOR, Carlos Zacarias de; MELO, Demian Bezerra de; CALIL, Gilberto Grassi (Org.). Contribuição à crítica da historiografia revisionista. Rio de Janeiro: Consequência, 2017a, p. 41-77.
______________. “O historiador e o espelho da memória: um debate com o revisionismo histórico em torno do tema da ditadura 50 anos depois”. In: CARDOSO, Lucileide; CARDOSO, Célia Costa (Org.). Ditaduras: memória, violência e silenciamento. Salvador: EDUFBA, 2017b, p. 171-190.
SENA JÚNIOR, Carlos Zacarias de; MELO, Demian Bezerra de; CALIL, Gilberto Grassi (Org.). Contribuição à crítica da historiografia revisionista. Rio de Janeiro: Consequência, 2017a.
SOKAL, Alan, BRICMONT, Jean. Imposturas intelectuais. O abuso da ciência pelos filósofos pós-modernos. Rio de Janeiro: Record, 1999.
STANLEY, Jason. Como funciona o fascismo. A política do “nós” contra “eles”. Porto Alegre: L&PM, 2018.
TOLEDO, Caio Navarro de. 1964: golpismo e democracia: as falácias do revisionismo. Crítica Marxista, Campinas-SP, Revan, nº 19, p. 27-48, outubro de 2004.
TRAVERSO, Enzo. La historia como campo de batalla. Interpretar las violencias del siglo XX. Buenos Aires, Fondo de Cultura Económica, 2012.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2019 Cuadernos de GPOSSHE
Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución-NoComercial-SinDerivadas 4.0.
Os autores possuem direitos autorais, sem restrição, aos seus textos. Os Cadernos do GPOSSHE On-line permitem ao autor os direitos de publicação. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.
Todo o conteúdo da Revista Cadernos Gposshe On-Line é aberto para acesso público, propiciando maior visibilidade, alcance e disseminação dos trabalhos publicados.