MEDEIA E GOTA D’ÁGUA: ESPAÇOS EM DESVARIO E O DEVIRVIDA
Palavras-chave:
Medeia e Gota D’Água, Espaços em desvario, Linhas de fuga; Devir-vidaResumo
O objetivo deste texto é analisar questões espaciais nas obras Medeia (Sêneca) e Gota D’Água (Chico Buarque e Paulo Pontes) – a segunda, produção intertextual da primeira. Em Medeia, a mãe, Medeia, contra o desterro, mata os filhos; em Gota D’Água, Joana, a Medeia carioca-brasileira, mata os filhos como “solução” final contra o despejo. Ambas, tragédias! Será? Aqui propomos pensar as mortes como “linhas de fuga”, deslocando as tragédias dos mundos da normalidade e da normatividade do reino gerido pelo rei (Medeia) e do conjunto habitacional controlado pelo dono (Gota D’Água). Em uma e em outra narrativa as mortes criam espaços em desvario, denunciando que as vidas são mais que objetos a serem comandados por forças de linhas duras ou segmentares, e inventam, extraordinariamente, um devir-vida sem culpa.
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