A categoria da particularidade como mediação para a produção do conhecimento: contribuições de György Lukács
DOI:
https://doi.org/10.33241/cadernosdogposshe.v1i1.487Resumo
O artigo tem como objetivo apresentar as análises de György Lukács sobre a categoria da particularidade, na sua relação dialética com a universalidade e a singularidade. Trata-se de resultado de estudo teórico acerca da obra do autor, o qual visa explicitar as contribuições da teoria marxista na superação de perspectivas analíticas que supervalorizam ou subestimam a singularidade e a universalidade, assim como daquelas que realizam reducionismos mecanicistas, por desconsiderarem as complexas mediações dialéticas. A busca por suplantar, tanto as generalizações teóricas abstratas, quanto as simplificações, na produção do conhecimento, encontra, na teoria da objetividade do autor húngaro, a ampliação dos fundamentos marxianos sobre a unidade contraditória entre fenômeno e essência. O tertium datur lukacsiano entre a totalidade abstrata e a imediaticidade fragmentada contribui para destacar a necessária apreensão dialética das mediações complexas para a adequada direção da ação humana. O esforço do autor é direcionado para a superação da fetichização empirista, que apaga as contradições mais profundas do ser-propriamente-assim e seu vínculo com as legalidades fundamentais, assim como a fetichização da razão. Nesse sentido, a singularidade, a particularidade e a universalidade são entendidas como categorias lógicas que possuem uma gênese ontológica, por isso, tanto a teoria científica, quanto a teoria estética têm o mesmo referente objetivo, representando, ao mesmo tempo, uma relação de unidade e distinção.
Métricas
Referências
KANT, I. Crítica da faculdade de julgar. São Paulo: Ícone, 2009.
LUKÁCS, G. La categoría de la particularidad. In: ______. Estética: La peculiaridad de lo estético. Barcelona; México: Grijalbo, 1967. 3 v. p. 199- 275.
______. Introdução a uma estética marxista: sobre a categoria da particularidade. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1978.
______. Pensamento vivido: autobiografia em diálogo – Entrevista a István Eörsi e Ersébet Vezér. São Paulo: Estudos e Edições Ad Hominem; Viçosa, MG: UFV, 1999.
______. Prolegômenos para uma ontologia do ser social. São Paulo: Boitempo, 2010.
______. Para uma ontologia do ser social I. São Paulo: Boitempo, 2012.
______. Para uma ontologia do ser social II. São Paulo: Boitempo, 2013.
MARX, K. Contribuição à crítica da economia política. 3. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2003.
MARX, K.; ENGELS, F. A ideologia alemã: crítica da novíssima filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007.
MÉSZÁROS, I. O conceito de dialética em Lukács. São Paulo: Boitempo, 2013.
OLDRINI, G. György Lukács e os problemas do marxismo do século 20. Maceió: Coletivo Veredas, 2017.
NETTO, J. P. Apresentação. In: LUKÁCS, G. Para um ontologia do ser social I. São Paulo: Boitempo, 2012.
TERTULIAN, N. Georg Lukács: etapas de seu pensamento estético. São Paulo: Unesp, 2008.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2018 Cadernos do GPOSSHE On-line
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Os autores possuem direitos autorais, sem restrição, aos seus textos. Os Cadernos do GPOSSHE On-line permitem ao autor os direitos de publicação. Os conceitos emitidos em artigos assinados são de absoluta e exclusiva responsabilidade de seus autores.
Todo o conteúdo da Revista Cadernos Gposshe On-Line é aberto para acesso público, propiciando maior visibilidade, alcance e disseminação dos trabalhos publicados.