A práxis educativo-política dos movimentos camponeses e indígenas latino-americanos e a organização da cultura
DOI:
https://doi.org/10.32335/2238-0426.2022.12.28.7833Parole chiave:
cultura, hegemonia, movimentos camponeses e indígenas, educação, América LatinaAbstract
O artigo analisa o processo de organização da cultura e da disputa hegemônica no âmbito da práxis educativo-política dos movimentos indígenas e camponeses na América Latina. Para tanto, aborda-se o conceito de hegemonia atrelado ao caráter periférico dos nossos países, em que o projeto histórico de desenvolvimento é atravessado por um neocolonialismo e uma integração capitalista dependente e subordinada. Outrossim, argumenta-se que o processo de formação do intelectual orgânico não se restringe a uma tarefa exercida unicamente por um partido revolucionário e popular. A história política latino-americana é cenário de muitas lutas e rebeliões articuladas por diferentes organizações e movimentos populares de caráter urbano e rural. Para o caso dos projetos educativo-políticos articulados pelos movimentos indígenas e camponeses, identificam-se quatro premissas: (1) A construção de um processo educativo que permita a interpretação crítica do processo histórico de formação sociocultural e política da América Latina e que promova uma ruptura com a dialética colonial, patriarcal, racista e classista da opressão historicamente erigida na região; (2) A formação do intelectual orgânico intrínseco aos seus próprios processos organizativos; (3) O vínculo com uma crítica onto-epistêmica da imposição do paradigma moderno ocidental capitalista eurocentrado como alma mater e cânone interpretativo do mundo e das relações socioculturais, de produção e política; e (4) Constitutiva de uma disputa hegemônica como força social e histórica, na qual a práxis educativo-pedagógica é concebida como um projeto de hegemonia, o que exige a gênese de uma nova cultura política que responda aos desafios da crise civilizatória.
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