Consumo de plantas medicinais por idosos atendidos na Estratégia Saúde da Família do interior no Ceará

Autores

  • Vitória Raina Rabelo Nutricionista Residente em Saúde da Família e Comunidade. Escola de Saúde Pública do Ceará, RIS/ESP-CE. Brasil.
  • Nathiene Patrícia Ferreira Amaral Rolim Docente do Curso de Nutrição da Faculdade São Francisco da Paraíba, Cajazeiras, Paraíba Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.59171/nutrivisa-2021v8e9930

Palavras-chave:

Plantas Medicinais, Idosos, Fitoterapia, Atenção Primária á Saúde

Resumo

O cultivo de plantas medicinais se insere como importante forma de obter tratamentos terapêuticos naturais para o combate de enfermidades. É reconhecido também, o vasto conhecimento empírico da população idosa com o uso desses insumos. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi avaliar o consumo e o nível de conhecimento sobre as ervas medicinais pela população idosa, bem como a análise dessa prática milenar na cultura interiorana. Trata-se de um estudo transversal com abordagem quali-quantitativa, realizado no município de Milagres, Ceará, na Unidade Básica de Saúde (UBS) Rosário, localizado na zona rural e integrante do Sistema Municipal de Saúde. Foram entrevistados 30 idosos, sendo 63% mulheres e 37% homens, em sua maioria analfabeta. De acordo com o questionário, 83% dos entrevistados afirmaram ter aprendido sobre os efeitos das plantas medicinais através dos pais e/ou avós. A forma mais consumida foi o chá, a partir das folhas e as plantas mais citadas foram: boldo, capim-santo, erva cidreira, erva-doce e camomila, para diversas finalidades, (incluindo o tratamento de suas doenças crônicas) que condiziam com o que consta na literatura. Concluiu-se a partir disso que, os idosos entrevistados em Milagres-CE possuem conhecimento vasto sobre as plantas medicinais e suas aplicabilidades, com ressalva da valorização popular sobre o uso de ervas nesse território. Apesar do consenso entre o conhecimento popular e cientifico encontrado, é válido salientar sobre a importância do acompanhamento pelos profissinais de saúde sobre a adequada utilização das ervas medicinais, a fim de garantir a eficácia e segurança terapêutica, especialmente pela população idosa.

Referências

ALCANTARA, Renata Giamlourenço Lante; JOAQUIM, Regina Helena Vitale Torkomian; SAMPAIO, Sueli Fatima. Plantas medicinais: o conhecimento e uso popular. Revista de APS, v. 18, n. 4, 2015.

ALMEIDA, Alessandra Vieira et al. A Feminização da Velhice: em foco as características socioeconômicas, pessoais e familiares das idosas e o risco social. Textos & Contextos (Porto Alegre), v. 14, n. 1, p. 115-131, 2015.

ALVES, Jayra Juliana Paiva et al. Conhecimento popular sobre plantas medicinais e o cuidado da Saúde Primária: um estudo de caso da comunidade rural de Mendes, São José de Mipibu/RN. Carpe Diem: Revista Cultural e Científica do UNIFACEX, v. 13, n. 1, p. 136-156, 2015.

ÂNGELO, Tamara; RIBEIRO, Charlis Chaves. Utilização de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos por idosos. Ciência & Desenvolvimento-Revista Eletrônica da FAINOR, v. 7, n. 1, 2014.

ARAÚJO, Cristina Ruan Ferreira et al. Perfil e prevalência de uso de plantas medicinais em uma unidade básica de saúde da família em Campina Grande, Paraíba, Brasil. Revista de Ciências Farmacêuticas Básica e Aplicada, v. 35, n. 2, p. 233-238, 2014.

BARROS, Simone da Cunha Tourino. A inclusão educacional e o envelhecimento: análise crítica a partir do Programa Brasil Alfabetizado. Tese (Doutorado), Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal de Uberlândia. 2019.

BRASIL. SUS. Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Brasília - DF - Brasil. 2006. Disponível em: http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/politica_nacional_fitoterapicos.pdf [Acesso em 09 de janeiro de 2020].

BORGES, Fabricia Villefort; SALES, Maria Diana Cerqueira. Políticas públicas de plantas medicinais e fitoterápicos no Brasil: sua história no sistema de saúde. Pensar Acadêmico, v. 16, n. 1, p. 13-27, 2018.

CALDAS, Ana Luiza Tauffer et al. Agricultura e etnoconhecimento em comunidades rurais do

Jequitinhonha mineiro. Anais, p. 1-20, 2019.

COSTA, José Lindemberg Bezerra; PINTO, Alisson Vasconcelos; VASCONCELOS, Anderson. Uso de fitoterápicos pela população idosa. In: Congresso Internacional de Invelhecimento Humano, 2017. Editora Realize. Campina Grande: UFCG – PB, 2017. Disponível em: http://www.editorarealize.com.br/editora/anais/cieh/2017/TRABALHO_EV075_MD4_SA3_ID 316_23102017235117.pdf [Acesso em 20 de setembro de 2021]

DAVID, Margô de; PASA, Maria Corette. O saber popular e as plantas medicinais em Várzea Grande, MT, Brasil. FLOVET-Boletim do Grupo de Pesquisa da Flora, Vegetação e Etnobotânica, v. 1, n. 5, 2013.

FIGUEREDO, Climério Avelino de; GURGEL, Idê Gomes Dantas; GURGEL JUNIOR, Garibaldi Dantas. A Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos: construção, perspectivas e desafios. Physis: Revista de Saúde Coletiva, v. 24, p. 381-400, 2014.

GHIZI, Anabel; MEZZOMO, Thais Regina. Uso de plantas medicinais e satisfação de consumidores de lojas de produtos naturais do Mercado Municipal de Curitiba, PR. 2015.

GUTIERREZ, Deliene Fracete. Plantas medicinais, cultura e saúde nos quintais rurais do Vale do Mucuri. 2015. 84 p. Dissertação (Mestrado Profissional) – Programa de Pós- Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente, Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Diamantina, 2015.

JÚNIOR, Braz José do Nascimento et al. Formas de preparo de plantas medicinais para o tratamento de doenças na cidade de Petrolina-PE, III Congresso Brasileiro de Educação Ambiental e Interdisciplinar. UNIFASV, Juazeiro, BA. 2017.

JUNIOR, Raimundo Gonçalves de Oliveira et al. Plantas medicinais utilizadas por um grupo de idosos do município de Petrolina, Pernambuco. Revista Eletrônica de Farmácia, v. 9, n. 3, p. 13-13, 2012.

LOPES, A. C. S. et al. Condições de saúde e aconselhamento sobre alimentação e atividade física na atenção primária à saúde de Belo Horizonte-MG. Epidemiol Serv Saude, v. 23, n. 3,p. 475-86, 2014.

MACÊDO, Louise Passos Vigolvino et al. Conhecimento e uso de plantas medicinais por idosos atendidos na atenção primária à saúde. Realize Editora, v. 6, n. 1, p. 384-404, 2020.

MACEDO, Wanderson de Lima Rodrigues. Uso da fitoterapia no tratamento de doenças crônicas não transmissíveis: revisão integrativa. Revista Brasileira Interdisciplinar de Saúde, 2019.

MATTOS, Sandra Maria Nascimento; OLIVEIRA, Keila Ferreira. ECOLOGIA DOS SABERES: o etnoconhecimento sobre o uso das plantas medicinais do povo Paiter

Suruí. Revista de Educação Técnica e Tecnológica em Ciências Agrícolas, v. 10, n. 19, 2019.

MAZZARI, André Luís Dias Araújo; PRIETO, Jose Maria. Monitoramento de interações farmacocinéticas entre plantas medicinais e fitoterápicos e os medicamentos convencionais pelo sistema de farmacovigilância brasileiro. Infarma, v. 26, p. 193-198, 2014.

MEIRA, Elisangela et al. O Uso de Fitoterápicos na Redução e no Tratamento de Hipertensão Arterial Sistêmica. ID on line Revista de Psicologia, v. 11, n. 37, p. 27-36, 2017.Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem. Brasília (DF): Ministério da Saúde; 2015.

PETRY, Katyanna; JÚNIOR, W. A. R. Viabilidade de implantação de fitoterápicos e plantas medicinais no Sistema Único de Saúde (SUS) do município de Três Passos/RS. Rev Bras Farm, v. 93, n. 1, p. 60-7, 2012.

RAMOS, Edlucio Souza; DAMASCENA, Rodrigo Santos. Avaliação do uso de plantas medicinais na academia da saúde do município de Rio de Contas/BA. ID on line REVISTA DE PSICOLOGIA, v. 12, n. 42, p. 75-84, 2018.

RODRIGUES, Bianca Pereira. Consumo autorreferido de plantas medicinais por idosos. 2017. 108 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) – Escola de Enfermagem e Farmácia, Programa de Pós Graduação em Ciências Farmacêuticas, Universidade Federal de Alagoas, Maceió, 2020.

SANTOS, José Alex Alves et al. Diagnóstico e educação em saúde no uso de plantas medicinais: relato de experiência. Revista Ciência em Extensão, v. 12, n. 4, p. 183-196, 2016.

SANTOS, Luzivone et al. O saber etnobotânico sobre plantas medicinais na comunidade da Brenha, Redenção, CE. Agrarian Academy, v. 5, n. 09, 2018.

SILVA, Cicero Jerfesson Ferreira et al. Uso de plantas medicinais e potencial risco de interação medicamentosa em idosos no Brasil: uma revisão integrativaRevista Interfaces: Saúde, Humanas e Tecnologia, v. 9, n. 1, p. 948-959, 2020.

SILVA, Joanda Paolla Raimundo. Perfil etnobotânico: uso de plantas medicinais pela população de Nova Olinda–PB. Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação em Farmácia)- Universidade Estadual da Paraíba, Campina Grande, 44f. 2014.

SILVA, Natália Cristina Sousa. Tudo que é natural não faz mal? Investigação sobre o uso de plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos por idosos, na cidade de Iapu-Leste de Minas Gerais. ÚNICA Cadernos Acadêmicos, v. 2, n. 1, 2016.

SOARES, Letícia Santana da Silva. Avaliação do uso de plantas medicinais por idosos cadastrados na estratégia saúde da família em Ceilândia-DF. 2014. 69 f., il. Monografia (Bacharelado em Farmácia)—Universidade de Brasília, Ceilândia-DF, 2014

STEFANELLO, Suzana et al. Levantamento do uso de plantas medicinais na Universidade Federal do Paraná, Palotina–PR, Brasil. Extensão em Foco, v. 1, n. 15, 2018.

SZERWIESKI, Laura Ligiana Dias. Uso de plantas medicinais, capacidade cognitiva, estilo e qualidade de vida de idosos usuários da atenção primária. 2016. Dissertação (Mestrado), Programa de Pós-Graduação em Promoção da Saúde. Centro Universitário Cesumar. Maringá- PR, 2016.

ZENI, Ana Lúcia Bertarello et al. Utilização de plantas medicinais como remédio caseiro na Atenção Primária em Blumenau, Santa Catarina, Brasil. Ciência & Saúde Coletiva, v. 22, p. 2703-2712, 2017.

Downloads

Publicado

2021-10-21

Como Citar

RABELO, V. R.; ROLIM, N. P. F. A. Consumo de plantas medicinais por idosos atendidos na Estratégia Saúde da Família do interior no Ceará. Nutrivisa - Revista de Nutrição e Vigilância em Saúde, Fortaleza, v. 8, n. 1, p. E9930, 2021. DOI: 10.59171/nutrivisa-2021v8e9930. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/nutrivisa/article/view/9930. Acesso em: 10 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos originais