COMIDA DE RUA: COMPREENDER PARA INTERVIR

Autores

  • Catarina Joelma Magalhães Braga Braga Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde, Curso de Medicina
  • Maria das Graças Barbosa Peixoto Universidade Estadual do Ceará, Centro de Ciências da Saúde, Curso de Medicina, Fortaleza, CE

DOI:

https://doi.org/10.59171/nutrivisa-2020v7e9377

Palavras-chave:

Segurança alimentar, Boas práticas de manipulação de alimentos, Vendedores ambulantes, Doenças transmitidas por alimentos

Resumo

A comida de rua é um fenômeno mundial de grande importância cultural, econômica e nutricional, porém as precárias condições de comercialização dos alimentos constitui elevado risco de aquisição de doenças. No presente estudo, por meio de uma revisão integrativa analisou-se a produção científica dos últimos dez anos sobre o tema com o objetivo de conhecer o perfil socioeconômico dos vendedores ambulantes e as condições higienicossanitárias dos alimentos comercializados nas ruas das principais cidades brasileiras. A amostra final desta pesquisa constituiu-se de dez artigos originais cujos resultados caracterizaram a comida de rua brasileira como precária em relação à higiene de utensílios, de equipamentos e de locais de instalação dos ambulantes, situação agravada pela ausência de higienização das mãos dos vendedores que manipulam dinheiro e comida simultaneamente. A análise microbiológica em alimentos, bancadas e mãos dos vendedores detectou quantidades de microrganismos acima do permitido pela legislação, corroborando as pesquisas feitas por meio de observações in loco. Percebeu-se na análise dos referidos artigos que a ausência de padronização dos dados coletados nesses estudos é prejudicial à extrapolação dos resultados. Dessa forma, no presente artigo foi proposto um instrumento de coleta de dados que permitirá a obtenção de informações padronizadas sobre o setor.

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Publicado

2022-11-16

Como Citar

BRAGA, C. J. M. B.; PEIXOTO, M. das G. B. . COMIDA DE RUA: COMPREENDER PARA INTERVIR. Nutrivisa - Revista de Nutrição e Vigilância em Saúde, Fortaleza, v. 7, n. 1, p. 5–22, 2022. DOI: 10.59171/nutrivisa-2020v7e9377. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/nutrivisa/article/view/9377. Acesso em: 11 maio. 2024.

Edição

Seção

Artigos de revisão