A EXCEÇÃO NA EXPERIÊNCIA CONTEMPORÂNEA:
O ESFUMAÇAR DAS FRONTEIRAS ENTRE TOTALITARISMO E DEMOCRACIA.
Palabras clave:
Estado de Exceção, Totalitarismo, Democracia, Filosofia PolíticaResumen
Dentre as teses sustentadas pelo fi lósofo italiano Giorgio Agamben (1942) na sua tetralogia Homo Sacer, se destaca aquela que é produto de suas leituras dos regimes totalitários dos novecentos sob a perspectiva da biopolítica, a saber: nazismo e fascismo se confi guraram como regimes de exceção por terem feito da decisão sobre a vida nua (a vida matável, que se relaciona com o ordenamento por meio de uma exceptio - é incluída sob a forma da sua exclusão) o critério político supremo. Tal asserção não se dissolve no plano historiográfi co, ou seja, com as supostas derrotas de Hitler e Mussolini, mas se desdobra na constatação de que a mesma estrutura que possibilitou a criação dos sistemas concentracionários (que teve sua expressão máxima em Auschwitz), longe de ter sido uma experiência in illo tempore e, portanto, superada, tornou-se paradigma de governo; no seio de uma democracia foi possível ainda a criação de Guantánamo, um limbo jurídico tão obscuro quanto os campos nazistas. Estabelecendo a referida tese como ponto de partida e buscando nas obras Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua I (1995) e Estado de Exceção (2003) os referenciais teóricos necessários, o presente trabalho se propõe a apresentar de que maneira a exceção - sob a forma constitucional Estado
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Citas
AGAMBEN, Giorgio. Estado de Exceção. Tradução de Iraci D. Poleti. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2004.
____________. Homo Sacer: O poder soberano e a vida nua I. Tradução de Henrique Burigo. 2. ed. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2010.
CASTRO, Edgardo. Introdução a Giorgio Agamben: uma arqueologia da potência. Tradução de Beatriz de Almeida Magalhães. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2012.
SCHMITT, Carl. Teología política. Trad. arg. Francisco Javier Conde. Buenos Aires: Editorial Struhart & Cía., 2005.
AZEVEDO, Estenio Ericson. Estado de exceção, Estado penal e o paradigma governamental da emergência. São Paulo, 2013, p. 14. Tese (Doutorado em Filosofia) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (USP), 2013.