Avaliação da presença de glúten em farinhas de aveia rotuladas como “sem glúten” comercializadas no Brasil.
DOI:
https://doi.org/10.52521/nutrivisa.v12i1.15933Palabras clave:
imunocromatografia; análise de alimentos; doença celíaca; contaminação cruzada por glúten; segurança alimentar.Resumen
O glúten é uma proteína presente em grãos como trigo, centeio e cevada, além da aveia quando contaminada. Embora seja seguro para a maioria das pessoas, pode causar sérios problemas em indivíduos com doença celíaca, sensibilidade ao glúten não celíaca, dermatite herpetiforme e ataxia por glúten. Este estudo avaliou a presença de glúten em farinhas de aveia rotuladas como “sem glúten”, comercializadas no Brasil, utilizando o método qualitativo por fitas imunocromatográficas, com limite de detecção de 5 mg·kg⁻¹. Foram analisadas nove marcas de farinha de aveia por meio de teste de fluxo lateral, realizado em triplicata. O dispositivo utilizado é indicado para detectar glúten em matérias-primas, alimentos prontos, bebidas e superfícies ambientais. Os testes mostraram que duas marcas apresentaram glúten em todas as replicatas (22,2% das amostras). Outras duas marcas testaram positivo em apenas uma das três replicatas, sendo consideradas negativas, totalizando 77,8% de amostras com resultado negativo. Os achados indicam que, mesmo com a rotulagem “sem glúten”, há risco de contaminação cruzada em alguns produtos, o que compromete a segurança de pessoas com condições relacionadas ao glúten. O estudo destaca a importância do controle rigoroso na produção de alimentos sem glúten e o uso de métodos sensíveis e padronizados para garantir a segurança do consumidor.
Citas
ALLRED, L. K.; KUPPER, C.; IVERSON, G.; PERRY, T. B.; SMITH, S.; STEPHEN, R. Definition of the “Purity Protocol” for producing gluten‑free oats. Cereal Chemistry, v.94, n.3, p.377–379, 2017. doi: https://doi.org/10.1094/CCHEM-01-17-0017-VO
BARBOSA, S. F. C.; ABREU, R. W.; ZENEBON, O. Métodos analíticos para detecção de glúten em alimentos. Revista do Instituto Adolfo Lutz, v.66, n.2, p.89–94, 2007. doi: https://doi.org/10.53393/rial.2007.66.32815
BIESIEKIERSKI, J. R. What is gluten? Journal of Gastroenterology and Hepatology, v.32, supl.1, p.78–81, 2017. doi: https://doi.org/10.1111/jgh.13703
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Lei nº 10.674, de 16 de maio de 2003. Obriga que os alimentos industrializados informem sobre a presença de glúten. 2003. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.674.htm. Acesso em: 03 out. 2023.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Caderno de perguntas e respostas para rotulagem de alergênicos. 5. ed. Brasília: ANVISA, 2017. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/alimentos/perguntas-e-respostas-arquivos/rotulagem-de-alergenicos.pdf. Acesso em: 02 set. 2023.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária – ANVISA. Resolução RDC nº 727, de 1º de julho de 2022. Dispõe sobre os requisitos para a rotulagem de alimentos. 2022. Disponível em: https://www.anvisa.gov.br. Acesso em: 03 out. 2023.
CODEX ALIMENTARIUS COMMISSION. Codex standard for foods for special dietary use for persons intolerant to gluten. 2008. Disponível em: https://www.fao.org/fao-who-codexalimentarius/. Acesso em: 27 ago. 2023.
DVORÁČEK, V.; LEIŠOVÁ-SVOBODOVÁ, L.; FAMĚRA, O. Specific avenin cross-reactivity with G12 antibody in a wide range of current oat cultivars. Foods, v.11, n.3, e567, 2022. doi: https://doi.org/10.3390/foods11030567
FALCOMER, A. L.; SANTOS ARAÚJO, L.; FARAGE, P.; SANTOS MONTEIRO, J.; YOSHIO NAKANO, E.; PUPPIN ZANDONADI, R. Gluten contamination in food services and industry: a systematic review. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v.60, n.3, p.479–493, 2020.
GONZÁLEZ, J. M.; GARCÍA, E.; FERNÁNDEZ, J. L.; GAGO, L.; BENITO, J. Técnicas analíticas para la detección de gluten en alimentos. 2007. Disponível em: https://repositorio.ub.edu.ar/handle/123456789/5161. Acesso em: 03 out. 2023.
HOCHEGGER, R.; MAYER, W.; PROCHASKA, M. Comparison of R5 and G12 antibody-based ELISA used for the determination of the gluten content in official food samples. Foods, v.4, n.4, p.654–664, 2015. doi: https://doi.org/10.3390/foods4040654
KOERNER, T. B.; CLÉROUX, C.; POIRIER, C.; CANTIN, I.; ALIMKULOV, A.; ELAMPARO, H. Gluten contamination in the Canadian commercial oat supply. Food Additives and Contaminants: Part A, v.28, 2011. doi: https://doi.org/10.1080/19440049.2011.576442
KOSOVÁ, K.; LEIŠOVÁ-SVOBODOVÁ, L.; DVORÁČEK, V. Oats as a safe alternative to Triticeae cereals for people suffering from celiac disease? A review. Plant Foods for Human Nutrition, v.75, n.3, p.295–307, 2020. doi: https://doi.org/10.1007/s11130-020-00800-8
LUDVIGSSON, J. F.; LEFFLER, D. A.; BAI, J. C.; BIAGI, F.; FASANO, A.; GREEN, P. H.; et al. The Oslo definitions for coeliac disease and related terms. Gut, v.62, n.1, p.43–52, 2013. doi: https://doi.org/10.1136/gutjnl-2011-301346
RIO GRANDE DO SUL. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Apelação Cível nº 70078985306 (CNJ: 0263742-78.2018.8.21.7000). 2018. Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/tj-rs/666039812. Acesso em: 25 fev. 2025.
RODRÍGUEZ, J. M.; ESTÉVEZ, V.; BASCUÑÁN, K.; AYALA, J.; ARAYA, M. Commercial oats in gluten-free diet: a persistent risk for celiac patients. Frontiers in Nutrition, v.9, e986282, 2022. doi: https://doi.org/10.3389/fnut.2022.986282
ROMER LABS DIVISION HOLDING GMBH. AgraStrip® Glúten G12®. Áustria: Erber Capus, 2023. Disponível em: https://www.romerlabs.com/en/shop/agrastrip-r-gluten-g12-r-sup/. Acesso em: 29 out. 2023.
ROSZKOWSKA, A.; PAWLICKA, M.; MROCZEK, A.; BAŁABUSZEK, K.; NIERADKO-IWANICKA, B. Non-celiac gluten sensitivity: a review. Medicina, v.55, n.6, e222, 2019. doi: https://doi.org/10.3390/medicina55060222
SILVESTER, J. A.; COMINO, I.; RIGAUX, L.; EO, H.; HUMPHRISS, E. Fontes de exposição, quantidades e curso temporal da ingestão e excreção de glúten em pacientes com doença celíaca em uma dieta sem glúten. Pharmacology & Therapeutics, v.52, n.9, p.1469–?, 2020. doi: https://doi.org/10.1111/apt.16075
SPECTOR COHEN, I.; DAY, A. S.; SHAOUL, R. To be oats or not to be? An update on the ongoing debate on oats for patients with celiac disease. Frontiers in Pediatrics, v.7, e384, 2019. doi: https://doi.org/10.3389/fped.2019.00384
THOMPSON, T.; LEE, A. R.; GRACE, T. Gluten contamination of grains, seeds, and flours in the United States: a pilot study. Journal of the American Dietetic Association, v.110, n.6, p.937–940, 2010. doi: https://doi.org/10.1016/j.jada.2010.03.014
THOMPSON, T.; KELLER, A. Gluten cross contact in oats: retrospective database analysis 2011 to 2023. Frontiers in Nutrition, v.10, e1284636, 2023. doi: https://doi.org/10.3389/fnut.2023.1284636
VARGAS, F. M. D.; CARDOSO, L. T.; DIDONÉ, A.; LIMA, J. P.; VENZKE, J. G.; DE OLIVEIRA, V. R. Celiac disease: risks of cross-contamination and strategies for gluten removal in food environments. International Journal of Environmental Research and Public Health, v.21, n.2, e124, 2024. doi: https://doi.org/10.3390/ijerph21020124
WIESER, H.; SEGURA, V.; RUIZ-CARNICER, Á.; SOUSA, C.; COMINO, I. Food safety and cross-contamination of gluten-free products: a narrative review. Nutrients, v.13, n.7, e2244, 2021. doi: https://doi.org/10.3390/nu13072244
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
Derechos de autor 2025 Amanda Sganzerla, Alice Sganzerla, Fabiana Magnabosco de Vargas, Wendel Silvestre, Camila Baldasso

Esta obra está bajo una licencia internacional Creative Commons Atribución 4.0.







