Fatores sociais e parentais associados ao excesso de peso em crianças e adolescentes: Inquérito de Saúde Domiciliar-ISAD/PI
DOI:
https://doi.org/10.52521/nutrivisa.v12i1.15432Palabras clave:
estado nutricional; obesidade infantil; fatores de risco; poder familiar.Resumen
A prevalência global do excesso de peso infanto-juvenil configura-se como um crítico problema de saúde pública. Desse modo, a obesidade parental é um importante determinante no estado nutricional dos filhos. Assim, o objetivo do estudo foi estimar a prevalência de excesso de peso em crianças e adolescentes e analisar fatores sociais e parentais associados. Trata-se de um estudo transversal que utilizou dados do "Inquérito Domiciliar de Saúde no Piauí-ISAD/PI, Brasil", envolvendo 507 crianças e adolescentes e seus pais. O excesso de peso infanto-juvenil foi identificado conforme o índice de massa corporal por idade. Coletou-se dados demográficos e socioeconômicos por meio de questionários estruturados e avaliados o estado nutricional e a obesidade abdominal nos pais. Análises estatísticas foram razões de prevalência brutas e ajustadas por sexo e idade (IC95%) estimadas, adotando-se p<0,05. A prevalência de excesso de peso infanto-juvenil foi 25,05%. Após ajuste por sexo e idade, verificou-se que o excesso de peso foi mais prevalente em crianças e adolescentes de maior renda familiar (p<0,05). Em relação às variáveis parentais, foi observado elevada prevalência de excesso de peso nos adolescentes e crianças cujas mães tinham mais escolaridade (p=0,012) e eram obesas (p=0,004); e cujos pais tinham idade de 35-49 anos (p=0,037). A obesidade abdominal no pai (p=0,023) ou mãe (p=0,028) associou-se significativamente ao excesso de peso nos filhos. O excesso de peso teve como importantes determinantes variáveis sociodemográficas e o estado nutricional do pai ou da mãe. Assim, evidencia-se a necessidade de intervenções para melhorar a alimentação e os hábitos da família.
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