Consumo de alimentos ultraprocessados em crianças de 6 a 23 meses nas mesorregiões de Minas Gerais: análise dos dados do SISVAN (2015-2022)

Autores

DOI:

https://doi.org/10.52521/nutrivisa.v12i1.15064

Palavras-chave:

saúde da criança; inquéritos epidemiológicos; consumo alimentar. ABSTRACT

Resumo

A alimentação tem um papel fundamental na saúde humana, especialmente na infância, sendo crucial para o crescimento e o desenvolvimento. No entanto, o alto consumo de alimentos ultraprocessados ​​(AUP) está associado a impactos negativos para a saúde. Diante disso, o objetivo deste estudo foi avaliar a prevalência do consumo de AUP entre crianças de 6 a 23 meses acompanhados pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN) nas mesorregiões do estado de Minas Gerais, entre os anos de 2015 e 2022. Trata-se de um estudo ecológico de série temporal, realizado a partir da análise de dados do SISVAN. Os municípios foram agrupados em mesorregiões conforme proposto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  O consumo de AUP foi mensurado por meio dos marcadores de consumo alimentar do dia anterior. Ao longo do período analisado, foram acompanhadas 468.175 crianças. Observou-se um aumento na cobertura do SISVAN, refletido tanto pelo crescimento do número de municípios analisados ​​quanto pelo aumento do número de crianças acompanhadas ao longo do período investigado. Verificou-se também uma redução na prevalência do consumo de AUP em todas as mesorregiões ao longo dos anos específicos. Os resultados obtidos indicam que as políticas públicas inovadoras geraram resultados positivos na saúde nutricional infantil, com a ampliação da cobertura do SISVAN e a redução do consumo de AUP.

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Publicado

2025-03-22

Como Citar

FROIS, L. F.; COSTA, L. M.; RODRIGUES, L. P.; SILVEIRA, L. . V. M.; TEIXEIRA, L. . G. Consumo de alimentos ultraprocessados em crianças de 6 a 23 meses nas mesorregiões de Minas Gerais: análise dos dados do SISVAN (2015-2022). Nutrivisa Revista de Nutrição e Vigilância em Saúde, Fortaleza, v. 12, n. 1, p. e15064, 2025. DOI: 10.52521/nutrivisa.v12i1.15064. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/nutrivisa/article/view/15064. Acesso em: 2 abr. 2025.

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