Ensinando a Transgredir a Ordem do Discurso
Abstract
Este texto tem por objetivo realizar reflexões, no âmbito da linguagem, sobre a escrita da autora norte-americana bell hooks, em Lingua: ensinando novos mundos/ novas palavras, que compõe o capítulo 11 do livro Ensinando a Transgredir: a educação como prática da liberdade, situando o debate interseccional da autora a partir da análise de Michel Foucault sobre a produção do discurso, na sua aula inaugural no Collège de France: A ordem do discurso. Para isso, apontamos alguns autores que marcaram a relação entre racismo e linguagem na constituição da sociedade contemporânea: Franz Fanon e as consequências da colonialidade para a população negra; Beatriz Nascimento, advertindo a importância de o negro narrar-se a si mesmo; e Lélia González, com a designação do termo “Pretuguês”, que representaria a linguagem como uma camada fundante da cultura brasileira. Concluímos que, tanto para bell hooks como para Foucault, a linguagem é bem mais que uma ferramenta de comunicação neutra e objetiva, mas pode se tornar uma condutora poderosa na construção de identidades e do pensamento crítico à medida que provoca tensões. Daí a relevância de situar o pensamento de Foucault no debate que intersecciona gênero e raça no contexto da educação.
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Riferimenti bibliografici
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