Arqueologia do saber e Teoria Crítica da Sociedade
Foucault segundo Honneth
Resumo
Este texto analisa a hipótese, articulada por Axel Honneth, segundo a qual a arqueologia do saber de Michel Foucault poderia ser integrada a um projeto de refundação da teoria crítica da sociedade. O ponto de partida da discussão é o problema do déficit sociológico da teoria crítica clássica, isto é, sua incapacidade de pensar o “social” por si mesmo. A esse respeito, Honneth sustenta que, por exemplo, em Foucault, encontra-se uma redescoberta do social, que fornece elementos-chave para uma nova fundamentação da teoria crítica. Entre esses elementos estariam a etnologia de nós mesmos e a arqueologia do discurso, que são desenvolvidas por Foucault, nos anos 1960. No entanto, Honneth concebe inadequadamente a relação entre ordem do discurso e ordem do poder, que é muito importante para a arqueologia do saber. Além disso, ele menospreza o anti-fundacionismo que é característico da arqueologia e que impossibilita que ela sirva de fundação, seja para a teoria crítica da sociedade, seja para qualquer tipo de teoria.