Intuição do caos e inversão do ônus da prova

Perspectivismo e filosofia experimental em Nietzsche

Autores

  • Thiago Mota Universidade Estadual do Ceará

DOI:

https://doi.org/10.23845/kalagatos.v17i1.6454

Resumo

O objetivo deste artigo é compreender, de forma sumária, a concepção de perspectivismo em Nietzsche. Basicamente, argumenta-se a fim de mostrar que tão plausível quanto intuir que o mundo é em si mesmo ordenado, como fez a tradição, é intuir que o mundo é caótico, como fez Nietzsche. Ocorre que, se se admite a simplicidade como critério de decisão entre argumentações plausíveis concorrentes, valendo-se da navalha de Ockham, temos que reconhecer que intuir o caos é menos que intuir a ordem, pois isto implica um comprometimento ontológico maior que aquilo. Desse modo, o ônus da prova vê-se invertido, passando a caber àquele que pressupõe a ordem provar que ela de fato existe. Assim, enquanto não se chegar a tal prova, partir da intuição do caos será mais simples e, por conseguinte, mais plausível. Por fim, defendemos que o perspectivismo de Nietzsche, sua filosofia experimental, é uma posição plausível porque nasce precisamente da intuição do caos.

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Publicado

2021-08-13

Como Citar

MOTA, T. Intuição do caos e inversão do ônus da prova: Perspectivismo e filosofia experimental em Nietzsche. Kalagatos , [S. l.], v. 17, n. 1, p. 49–61, 2021. DOI: 10.23845/kalagatos.v17i1.6454. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/6454. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos