Formação de professores: interdisciplinaridade, letramento e direitos humanos
DOI:
https://doi.org/10.52521/revccc.v1i5.14485Palavras-chave:
Formação de professores, Educação inclusiva, Direitos humanos, Projeto interdisciplinarResumo
Vivenciar práticas inclusivas para que seja possível promovê-las em diferentes contextos é um desafio permanente no ensino superior, muitas vezes, reprodutor de uma educação freireanamente reconhecida como “bancária”. A formação inicial de professoras/es para a educação inclusiva, na perspectiva dos direitos humanos, requer que os cursos promovam experiências para as/os alunas/os construírem saberes respeitando seus repertórios e singularidades. Partindo da relação discente-docente, as professoras de um curso de Pedagogia, a partir da leitura de uma obra literária e de discussões acerca do papel das/os profissionais da educação para a superação da exclusão de estudantes nas escolas, propuseram um projeto interdisciplinar entre artes, ciências da natureza e língua portuguesa. A partir da perspectiva de Ângela Kleiman em torno da questão da leitura e interdisciplinaridade, cada área do saber assumiu percursos próprios e complementares ao longo de três meses. Contemplando os letramentos múltiplos, explorados por Roxane Rojo, as professoras partiram de uma obra literária, para discutir aspectos relacionados às três áreas envolvidas à construção dos saberes. Buscando ensinar o pensamento crítico, como quer bell hooks, o projeto culminou em uma feira de ciências e letramentos, promovendo diversas etapas formativas e o envolvimento de turmas do curso de Pedagogia. Os resultados mais evidentes afirmam que projetos interdisciplinares, pautados em letramentos múltiplos e nos direitos humanos, contribuem para construção de relações de ensino e de aprendizagem inclusivas, reflexivas e mobilizadoras do protagonismo dos/as futuros/as professores/as.
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