CANTORIA COMO TRADIÇÃO ORAL:

A POÉTICA DA VOZ E A ARTIMANHA FEMININA

Autores

  • Ingrid Monteiro Pinheiro Laboratório de Estudos e Pesquisas em História e Culturas - DÍCTIS.
  • Francisco José Gomes Damasceno UECE/DÍCTIS

Palavras-chave:

Cantoria, Mulheres, Tradição Oral, Artimanha feminina

Resumo

O presente artigo tem como objetivo central refletir sobre as formas que mulheres encontraram para romper com os silêncios impostos sobre suas existências no contexto da cantoria de repente, além de pensar a cantoria enquanto tradição secular relacionada à comunidade performática observamos como os/as artífices desta manifestação artística, cultural e popular reverberam a estrutura patriarcal de nossa sociedade e como nossos atores sócio-históricos, as mulheres, se inserem e permanecem na cantoria não mais como público apenas, mas também como artistas.Para alcançar tal intento, nos amparamos na metodologia da História Oral, através da ferramenta da entrevista, por meio da qual extraímos uma faceta da trajetória da cantadora cearenseToinha Brito, na qual percebemos o que chamaremos de artimanha feminina no repente.

Biografia do Autor

Ingrid Monteiro Pinheiro, Laboratório de Estudos e Pesquisas em História e Culturas - DÍCTIS.

Graduada em História/Licenciatura plena pela Universidade Estadual do Ceará - UECE. Possui pesquisa em desenvolvimento na área de cultura popular e mulheres. É membro do Laboratório de Estudos e Pesquisas em História e Culturas - DÍCTIS.

E-mail: ingridmonteiropinheiro@gmail.com 

Francisco José Gomes Damasceno, UECE/DÍCTIS

Professor do Curso de História da Universidade Estadual do Ceará - UECE e coordenador do Laboratório de Estudos e Pesquisas em História e Culturas - DÍCTIS.

E-mails: francisco.damasceno@uece.br / dictis@uece.br

Referências

BOM MEIHY, José Carlos Sebe. Manual de História Oral, 3. ed. revista e ampliada. São Paulo: Edições Loyola, 2000.

BORN, Claudia. Gênero, trajetória de vida e biografia: desafios metodológicos e resultados empíricos. In: Sociológicas. Porto Alegre, ano 3, Nº 3, jan/jun 2001, p. 240-265.

BURKE, Peter. Cultura popular na idade moderna: Europa, 1500-1800. 1° reimpressão. Tradução: Denise Bottmann. São Paulo: Companhia da Letras, 2010.

CARVALHO, Gilmar de.Sobre tradições, mídias e espetáculos. Reflexões sobre consumo e cultura. In: História(s) E(m) Artes(s) : Reflexões Sobre Sujeitos. Campina Grande - PB: EDUFCG, 2012.

CASCUDO, Câmara. Vaqueiros e Cantadores.São Paulo: Global, 2005.

CASCUDO, Câmara. Apresentação. In: MOTA, Leonardo. Cantadores – Poesia e linguagem do sertão cearense. 7ª Edição. Fortaleza: ABC Editora, 2002.

DAMASCENO, Francisco José Gomes. Versos quentes e baiões de viola: cantorias e cantadores do/no Nordeste Brasileiro no século XX. Campina Grande: EDUFCG, 2012.

FERREIRA, J. P. Tantas memórias ou um difícil passeio pelos modos de pensar a memória. Resgate: Revista Interdisciplinar de Cultura. Campinas, SP, v. 12, n. 1, p. 65-74, 2006. Disponível em: https://periodicos.sbu.unicamp.br/ojs/index.php/resgate/article/view/8645612. Acesso em: 17 jun. 2023.

HOBSBAWN, Eric; RANGER, Terence (orgs.). A invenção das Tradições. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1984. Disponível em: <http://www.janduarte.com.br/textos/teoria/invencao_tradicoes.pdf>. Acesso em: 01/02/2016

JUCÁ, Gisafran Nazareno Mota. A Oralidade dos velhos na polifonia urbana. Fortaleza - CE: Premius, 2011.

LE GOFF, Jacques. História e Memória.Campinas, SPEditora da UNICAMP, 1990.

LUVIZOTTO, CK. As tradições gaúchas e sua racionalização na modernidade tardia. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2010. Disponível em: <https://static.scielo.org/scielobooks/cq8kr/pdf/luvizotto-9788579830884.pdf>.

PERROT, Michelle Perrot. Práticas da memória feminina. In: Revista Brasileira de História. “A mulher e o espaço público”. ANPUH. Marco Zero. v. 9, n° 18, 1989.

RAMALHO, Elba Braga. Cantoria Nordestina: pensando uma estética da cultura oral. Actas del IV Congresso Latinoamericano de la Associación Internacional par el Estudio de la Música Popular. IASPM/LA, Ciudad de México, 2002. Disponível em: <http://www.iaspmal.net/anais/mexico2002/pdfs/>. Acesso em: 01/02/2016.

SAUTCHUK, João Miguel Manzolillo. A poética do improviso: prática e habilidade no repente nordestino. 2009. 214 f. Tese (Doutorado em Antropologia) - Universidade de Brasília, Brasília, 2009.

SOUZA, Laércio Queiroz de. Mulheres de Repente: vozes femininas no repente nordestino.2003. 186 f. Dissertação (Mestrado em Letras e Linguística) – Universidade Federal de Pernambuco. Recife , 2003.

ZUMTHOR, Paul. Introdução à Poesia Oral. São Paulo: Hucitec, 1997.

________. Performance, recepção e leitura. São Paulo: Cosac Naify, 2007.

Publicado

2023-08-27

Como Citar

MONTEIRO PINHEIRO, I.; GOMES DAMASCENO, F. J. CANTORIA COMO TRADIÇÃO ORAL:: A POÉTICA DA VOZ E A ARTIMANHA FEMININA. Revista de História Bilros: História(s), Sociedade(s) e Cultura(s), [S. l.], v. 10, n. 21, p. 22, 2023. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/bilros/article/view/11334. Acesso em: 28 abr. 2024.

Edição

Seção

ARTIGOS