SOBRE A LITERATURA COMO MEIO PARA A FILOSOFIA MORAL FORA DE UM ÂMBITO ARGUMENTATIVO
Mots-clés :
Filosofia Moral, Metaética, Filosofia e LiteraturaRésumé
A história da filosofia moral é marcada por discussões acerca da própria disciplina, sobre a natureza das suas investigações. Mais do que um problema de demarcação disciplinar, os métodos de investigação empregados e os propósitos dos mesmos estão em alvo. A argumentação e a análise argumentativa podem ser ferramentas heurísticas, podem ser métodos (justificadores) e podem ser sistemas comunicativos. Em cada uma dessas funções, contudo, elas encontrarão certos limites em função de certos propósitos. Na história da filosofia moral, a análise argumentativa enquanto método é um dos principais legados da tradição moderna, o qual atribui certa primazia à deliberação argumentativa sobre escolhas e ações nas investigações da área. O questionamento dos seus limites e da sua suficiência frente aos diferentes propósitos legítimos da filosofia moral consiste em um ataque a esse legado, o qual reivindica um âmbito relevante de ação e reflexão que esteja para além do mesmo: um campo em que as questões morais possam ser adequadamente tratadas, mas não através de argumentos e da sua análise. Nesse panorama, o presente trabalho questiona o que poderia ser uma maneira de proceder nesse campo não argumentativo, a sua importância e as suas funções, sugerindo a literatura como um dentre outros meios disponíveis.
Téléchargements
Références
ADAMS, D. O restaurante no fim do universo. São Paulo: Arqueiro, 2010.
ANSCOMBE, G.E.M. “Modern Moral Philosophy” Philosophy, v. 33, nº 124, 1958, p. 1-16.
DIAMOND, C. The Realistic Spirit: Wittgenstein, Philosophy and the Mind. Cambridge: MIT Press, 1995.
EDWARDS, J. Ethics without Philosophy: Wittgenstein and the Moral Life. Gainesville: University Press of Florida, 1982.
ESTEVES, J. Kant, Santos e heróis. Síntese - Rev. de Filosofia v. 35, nº 113, p. 341-36, 2008.
GONZALEZ, F. “Propositions or objects? A critique of Gail Fine on ‘Knowledge and belief in republic V’” Phronesis. v. 41, nº 3, 1996, p. 245-275.
LAFOLLETE, H (org.). Ethics in practice: an antology. 2ª ed. Londres: Blackwell Publishing Ltd, 2002.
MURDOCH, I. The Sovereignty of Good. London, 1970.
MILLER, A. An introduction to comtemporary metaethics. Boadmin: MPG Books Group, 2003.
NUSSBAUM, M. Love’s Knowledge. New York: Oxford University, 1990.
PLATÃO. A República. São Paulo: Nova Cultura, 1997.
PLATÃO. Mênon. São Paulo: Loyola, 2001.
PLATÃO. O Banquete. In: PLATÃO Diálogos. Trad. José Cavalcante de Souza. 4ª. ed. São Paulo: Nova Cultural, 1987
RACHELS. 2006. Os elementos da filosofia da moral. 4ª ed. Barueri: Manole, 2006.
SATLER, J. Alternativas à “filosofia moral moderna”: considerações wittgensteinianas, estóicas e literárias. In: CARMO, J.; SANTOS, R (org.), Ética, linguagem e antropologia: perspectivas modernas e contemporâneas. Porto Alegre: EDIPURCS, 2012.
SATLER, J. A tarefa ético-pedagógica da filosofia no Tractatus logico-philosophicus. nov., 2006. 155 f. Dissertação (mestrado em filosofia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, nov., 2006.
URMSON, J. “Saints and Heroes. Essays” Moral Philosophy, 1958, p. 196-216.
WITTGENSTEIN, L. Tractatus logico-philosophicus. São Paulo: Edusp, 1993.