A Filosofia Edificante de Kierkegaard: o tricotar do filosofar kierkegaardiano

Auteurs

  • Marcos Érico de Araújo Silva UERN

DOI :

https://doi.org/10.52521/poly.v18i3.16429

Mots-clés :

Kierkegaard, Devir, Pseudonímia, Edificante, Crístico

Résumé

Neste artigo aponto, num primeiro nível de análise, como o edificante aparece expresso na chamada Teoria dos estádios existenciais, no devir espiritual do homem. Num segundo nível de análise interpretei que o edificante aparece e demonstra-se na produção filosófica em dois sentidos. No primeiro sentido (modo temático) o edificante, sendo do âmbito do estádio religioso, situa-se como ponto crítico, entre a pseudonímia e o crístico. Num segundo sentido (modo operativo) o edificante atravessa toda a produção filosófica pro-movendo o movimento existencial da pseudonímia para os Discursos, sejam edificantes, sejam crísticos. Nessa leitura fenomenológica-hermenêutica toda obra pseudônima é inconclusa, em virtude do método da comunicação indireta, conduzindo o leitor (a) para uma complementaridade originária nos Discursos. Os Discursos, pois, complementam e, assim, continuam apropriando-se, numa outra tonalidade afetiva (Stemning), do que foi pensado ou mostrado na pseudonímia. Nessa leitura, com efeito, o edificante não é apenas um momento da produção, mas é o que mobiliza a totalidade da filosofia kierkegaardiana.

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Biographie de l'auteur

Marcos Érico de Araújo Silva, UERN

Professor do Departamento de Filosofia da UERN, Campus Caicó-RN – Brasil. Editor-chefe da revista Trilhas Filosóficas (A4). Líder do Grupo de Pesquisa NEFHEM - Núcleo de Estudos em Fenomenologia, Hermenêutica e Mística (CNPq/UERN). Membro da Sociedade Brasileira de Estudos de Kierkegaard (SOBRESKI). Franciscano Secular. E-mail: marcoserico@uern.br

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Publiée

2025-10-16

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SILVA, M. Érico de A. A Filosofia Edificante de Kierkegaard: o tricotar do filosofar kierkegaardiano. Polymatheia - Revista de Filosofia, [S. l.], v. 18, n. 3, p. e25048, 2025. DOI: 10.52521/poly.v18i3.16429. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/revistapolymatheia/article/view/16429. Acesso em: 5 déc. 2025.