BIOPOLÍTICA:

ESTADO DE EXCEÇÃO E ECONOMIA TRINITÁRIA EM AGAMBEN

Autores

  • Dilson Brito da Rocha

Palavras-chave:

Biopolítica, estado de exceção, homo sacer, economia trinitária, vida nua

Resumo

O presente estudo tem como objetivo examinar o modus operandi com o qual o filósofo italiano Giorgio Agamben (1942) rastreia a biopolítica, aprofundando questões que giram em torno do estado de exceção e da economia trinitária. Ele se vale de alguns conceitos, tais quais, homo sacer, soberano, vida nua etc., a fim de defender a ideia de que a política desde tempos mais remotos é biopolítica. A “vida nua”, sua tese crucial, é a situação na qual todos estão expostos. Ocorre que, ao estabelecer uma relação entre zoé e bios, termos dantes presentes em Aristóteles, assere que a vida do homem foi aniquilada, reduzida à condição de homo sacer. Este homem sequer pode ser sacrificado, nem tampouco pode recair sobre aquele que o mata alguma pena, tendo, por conseguinte, uma vida matável e insacrificável. À vista disso, a inferência a que chegamos, em consonância com o filósofo, é de que o estado de exceção está em vigor, em razão de que, exempli gratia, por meio da biopolítica, os seres humanos foram limitados a meros corpos biológicos ou, se quisermos, a bios foi transformada, por meio de dispositivos, em zoé.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

AGAMBEN, G. Altíssima Pobreza. Tradução de Selvino J. Assmann e Nélio Schneider. São Paulo: Boitempo, 2014.

AGAMBEN, G. Che cos'è il contemporaneo? Nottetempo, 2008.

AGAMBEN, G. Che cos'è un dispositivo? Nottetempo, 2006.

AGAMBEN, G. Estado de exceção. Tradução de Iraci D. Poleti. São Paulo: Boitempo, 2004.

AGAMBEN, G. Homo sacer. Il potere sovrano e la nuda vita. Torino: Einaudi, 2002.

AGAMBEN, G. Homo Sacer: o poder soberano e a vida nua 1. Tradução de Henrique Burigo. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002.

AGAMBEN, G. Il mistero del male: Benedetto XVI e la fine dei tempi. Roma: Laterza, 2013.

AGAMBEN, G. Il regno e la gloria. Per una genealogia teologica dell'economia e del governo. Homo sacer. Vol 2/2, Neri Pozza, 2007.

AGAMBEN, G. Il tempo che resta: un commento alla Lettera ai Romani. Torino: Bollati Boringhieri Editore, 2005.

AGAMBEN, G. L'uomo senza contenuto. Milano, Rizzoli, 1970.

AGAMBEN, G. Nuditá. Roma: Notetempo, 2009.

AGAMBEN, G. Opus Dei: arqueologia do ofício. Tradução de Daniel Arruda Nascimento. São Paulo: Boitempo, 2013.

AGAMBEN, G. O Reino e a Glória. Tradução de Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2011.

AGAMBEN, G. Profanações. Tradução de Selvino J. Assmann. São Paulo: Boitempo, 2007.

AGAMBEN, G. Profanazioni. Nottetempo, 2005.

AGAMBEN, G. Quel che resta di Auschwitz. L'archivio e il testimone. Torino: Bollati Boringhieri, 1998.

AGAMBEN, G. Stato di Eccezione. Torino: Bollati Boringhieri, 2004.

ARENDT, H. A Condição Humana. Rio de Janeiro: Forense-Universitária, 1981.

ARENDT, H. Origens do totalitarismo. Companhia de bolso, 2018.

BARSALINI, G. Direito e política na obra de Giorgio Agamben. Soberania e estado de exceção permanente. São Paulo: Fabris, 2013.

BENJAMIN, W. Crítica do Poder: Crítica da Violência. In: Documentos de Cultura, Documentos de Barbárie: escritos escolhidos. Seleção e apresentação Willi Bolle. São Paulo: Cultrix/Editora da Universidade de São Paulo, 1986.

BENJAMIN, W. O capitalismo como religião. Org. MichaelLöwy. Trad. Nélio Schneider. 1ª ed. São Paulo: Boitempo, 2013.

BENJAMIN, W. Sobre o conceito da História. In: Magia e técnica, arte e política. Ensaios sobre literatura e História da Cultura. Trad. Sérgio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1994.

DE SÁ, A. F. Um olhar teológico-político sobre o liberalismo político contemporâneo. Revista Filosófica de Coimbra, n. 7, v. 25, p. 63-94, 2004.

FOUCAULT, M. Em defesa da sociedade – Curso no Collège de France (1975-1976). Tradução Maria Ermantina Galvão. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

FOUCAULT, M. Microfísica do Poder. Trad. de Roberto Machado. 14ª ed. Rio de janeiro: Graal, 2004.

FOUCAULT, M. Nascimento da Biopolítica: curso dado no Collège de France (1978-1979). Tradução de Eduardo Brandão. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

FOUCAULT, M. Vigiar e Punir. Trad. de Raquel Ramalhete. 28º ed. Petrópolis: Vozes, 2002.

RIBEIRO, de O. R. (Org.) Giorgio Agamben em Foco. Curitiba: Prismas, 2017.

ROUSSEAU, J-J. Emílio ou Da Educação. R. T. Bertrand Brasil, 1995.

SCHMITT, C. Le categorie del politico. Bologna: il Mulino, 1972.

SCHMITT, C. Teologia Política. Tradução Francisco Javier Conde e Jorge Navarro Pérez. Madrid: Editorial Trotta, 2009.

SMITH, A. A riqueza das nações: investigação sobre a sua natureza e suas causas. Tradução: Luiz João Baraúna. São Paulo: Abril Cultural, 1983.

Downloads

Publicado

2021-07-26

Como Citar

BRITO DA ROCHA, D. . BIOPOLÍTICA: : ESTADO DE EXCEÇÃO E ECONOMIA TRINITÁRIA EM AGAMBEN. Polymatheia - Revista de Filosofia, [S. l.], v. 14, n. 24, 2021. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/revistapolymatheia/article/view/6568. Acesso em: 28 mar. 2024.

Edição

Seção

Artigos