Introdução à hermenêutica do pecado como símbolo do mal em Paul Ricoeur e alienação existencial em Paul tillich entre os aspectos mítico-religiosos, etimológico-literários, bíblico-teológicos e filosófico-teológicos
Palavras-chave:
Pecado; Símbolo do Mal; Paul Ricoeur; Alienação Existencial; Paul Tillich.Resumo
Detendo-se no pecado enquanto construção histórico-cultural e sociorreligiosa em um processo que encerra os seus aspectos mítico-religiosos, o artigo assinala que o conceito que expressa a sua noção guarda raízes nas fronteiras envolvendo o fracasso humano no sentido de corresponder ao arcabouço paradigmático e o seu sistema de tabus, leis e códigos morais. Dessa forma, convergindo para os aspectos etimológico-literários e bíblico-religiosos do pecado, o artigo sublinha que, encerrando o sentido de errar o alvo, a tradução do referido termo como “pecado” mantém correspondência com a transposição textual instaurada pela versão Septuaginta em um movimento de abstração da noção de culpa moral. Baseado na leitura dos aspectos filosófico-teológicos do pecado em Paul Ricoeur, o artigo sublinha que o pecado não consiste em um termo capaz de esgotar o sentido da realidade que implica como símbolo da ruptura entre essência e existência, convergindo para a sua caracterização como símbolo do mal e “grandeza mítica” através de uma construção que assinala o pecado enquanto intersecção envolvendo o mal e o mundo e atribui a sua emergência ao ato e determina a sua identificação como produto e simultaneamente causa. Assim, detendo-se nos aspectos bíblico-teológicos do pecado em Paul Tillich e na construção do conceito como alienação entre a “não-fé” e o “não-amor”, o artigo enfatiza o caráter irredutível da concepção que, segundo o Apóstolo Paulo, encerra a condição de um poder quase pessoal que controla este mundo, o que implica a sobreposição de um estado de coisas caracterizado pela objetividade e a configuração do acontecimento ora designado como ruptura envolvendo essência e existência em um movimento que possa representar a separação humana do “Ser-em-Si” e expressar o elemento de responsabilidade pessoal imbricado em sua dinâmica existencial.
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