Racismo Institucional:

uma Análise da Composição do Ministério Público do Estado do Ceará

Autores

  • Inês Cristina Alencar de Albuquerque Barbosa Mestra em Planejamento e Políticas Públicas pela Universidade Estadual do Ceará – Uece
  • David Barbosa de Oliveira Doutor em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e Professor Adjunto da Faculdade de Economia, Administração, Atuária e Contabilidade da Universidade Federal do Ceará - UFC

DOI:

https://doi.org/10.32335/2238-0426.2024.14.33.15129

Palavras-chave:

racismo institucional, ministério público, perfil racial

Resumo

Este artigo versa sobre a importância da implantação da política de cotas raciais no Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). São demarcadores teóricos a história da escravidão no Brasil e os conceitos de raça, racismo e branquitude. Utilizou-se análise documental e levantamento quantitativo de dados sobre raça no MPCE. Ao analisar o perfil constitucional do Ministério Público (MP), vê-se que a instituição está imersa, institucional e socialmente, em uma ambiência antinegra, o que enfraquece o exercício de suas atribuições constitucionais. Restou nítido que essa instituição ainda privilegia a população branca, silenciando a população negra e perpetuando as desigualdades sociais. Dessa maneira, não está imune ao racismo e, sendo um espaço de poder, reproduz o modelo de desigualdade racial que perpassa toda a nossa sociedade.

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Publicado

2024-08-05

Como Citar

Barbosa, I. C. A. de A., & Oliveira, D. B. de. (2024). Racismo Institucional:: uma Análise da Composição do Ministério Público do Estado do Ceará. Conhecer: Debate Entre O Público E O Privado, 14(33), 49–67. https://doi.org/10.32335/2238-0426.2024.14.33.15129

Edição

Seção

Artigos