Racismo Institucional:
uma Análise da Composição do Ministério Público do Estado do Ceará
DOI:
https://doi.org/10.32335/2238-0426.2024.14.33.15129Palavras-chave:
racismo institucional, ministério público, perfil racialResumo
Este artigo versa sobre a importância da implantação da política de cotas raciais no Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE). São demarcadores teóricos a história da escravidão no Brasil e os conceitos de raça, racismo e branquitude. Utilizou-se análise documental e levantamento quantitativo de dados sobre raça no MPCE. Ao analisar o perfil constitucional do Ministério Público (MP), vê-se que a instituição está imersa, institucional e socialmente, em uma ambiência antinegra, o que enfraquece o exercício de suas atribuições constitucionais. Restou nítido que essa instituição ainda privilegia a população branca, silenciando a população negra e perpetuando as desigualdades sociais. Dessa maneira, não está imune ao racismo e, sendo um espaço de poder, reproduz o modelo de desigualdade racial que perpassa toda a nossa sociedade.
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