Corpos-Fronteira e o Conto Maria: Um Diálogo Entre Mbembe e Conceição Evaristo
Mots-clés :
Brutalismo, Fronteirização, Corpos-fronteira, Inimizade, Conceição EvaristoRésumé
O objetivo deste ensaio é fazer uma leitura do conto Maria, de Conceição Evaristo, a partir das reflexões do filósofo Achille Mbembe, principalmente, com base em seus apontamentos presentes em suas obras Políticas da Inimizade e Brutalismo. Somando-se a isso, buscamos refletir a partir da imagem criada pela literatura de Conceição as questões de inimizades e extermínio do outro. Diante da sociedade da inimizade, o outro é marcado principalmente pelas questões raciais, suscitando assim a construção de fronteiras. Partimos da reflexão que Maria torna-se o corpo-fronteira, o corpo brutalizado, o corpo que é visto como o inimigo, e dentro dessa lógica, deve ser eliminado. Em conformidade, com o filósofo camaronês a sociedade da inimizade é movida pela pulsão de separação, e do aniquilamento, e dessa forma, constrói o cenário ético-político, denominado pelo pensador de brutalismo.
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