Liberdade e o liberalismo como razão governamental:
Um percurso do nascimento da biopolítica em Michel Foucault
DOI:
https://doi.org/10.23845/kalagatos.v14i2.6274Keywords:
Biopolítica, Liberalismo, Liberdade, Razão governamentalAbstract
Ao nos debruçarmos sobre as aulas ministradas por Michel Foucault no Collège de France entre os dias 10 e 24 de janeiro do ano de 1979, as quais compõem, juntamente com outras aulas, o curso intitulado Nascimento da Biopolítica, nos deparamos com exposições sistemáticas acerca do liberalismo, o qual é definido como uma nova arte de governar no século XVIII. É a partir da descrição foucaultiana do liberalismo enquanto uma “razão governamental”, que produz e consome liberdades, que o autor pode posicioná-lo na nascente da biopolítica, pois é através da frugalidade do governo, da liberdade econômica, do poder pastoral e das técnicas normatizadoras, que o liberalismo racionalizará os problemas propostos à prática governamental, tais como saúde, higiene, natalidade, no intuito de subjetivar os indivíduos, de majorar as forças vitais. Diante do exposto, algumas questões podem ser fomentadas: seria a liberdade um dos primeiros alvos de fomento e adestramento da biopolítica? Estariam no cerne da biopolítica mecanismos deturpadores de um verdadeiro sentido da liberdade? Esvaziar as características agonísticas da liberdade é uma prerrogativa do liberalismo? Assim, o objetivo central do presente artigo é analisar o liberalismo enquanto lócus do nascedouro da biopolítica na perspectiva foucaultiana, uma vez que este se configura como fabricante, consumidor e direcionador de liberdades.
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