O réealismo” de Nietzsche: marcas de uma amizade em torno da produção de humano, demasiado humano
DOI:
https://doi.org/10.23845/kalagatos.v8i16.6015Keywords:
Nietzsche, Rée, Darwinismo moral, AmizadeAbstract
O objetivo desse texto é demonstrar a importância da amizade de Paul Rée para Nietzsche no momento crucial de seu rompimento com as teses schopenhaurianas e wagnerianas e de produção de sua obra Humano, demasiado humano. Essa influência está ligada ao projeto de combate aos idealismos presentes na filosofia metafísica, na religião cristã e na arte romântica. A “arma” desse combate se chama “réealismo”, cuja expressão, como se verá, está ligada a uma prática filosófica que articula a teoria darwinista da seleção natural às análises psicológicas e às idéias evocadas pelos moralistas franceses no que diz respeito à natureza humana. Identificado por Nietzsche como um “espírito livre”, Rée é mantido no âmbito de uma amizade ambígua, mas fecunda, até o distanciamento decisivo motivado pela crítica nietzschiana ao altruísmo e à falta de questionamento da necessidade de fundamentação da moral – expediente que, posteriormente, será caracterizado como genealógico, por sua pergunta sobre o valor da própria moral.