Walter Benjamin e o teatro épico brechtiano
interrupção, estranhamento e despertar
Palavras-chave:
Interrupção, estranhamento, teatro épico, revolução, despertar.Resumo
O presente artigo pretende analisar as duas versões do ensaio O que é o teatro épico?, de Walter Benjamin, escritas em 1931 e em 1939, respectivamente. O foco residirá nas inter-relações entre os conceitos de interrupção, estranhamento e despertar, com os quais o autor esclarece as novas técnicas teatrais brechtianas e, simultaneamente, desenvolve aspectos da sua própria reflexão estética quanto aos liames entre arte, política e revolução. O artigo detém-se ainda em uma análise comparativa entre o romance A mãe, de Gorki, e a peça homônima de Brecht, com o objetivo de aquilatar mais concretamente o avanço do trabalho teórico.
Downloads
Referências
ARISTÓTELES. Poética. Tradução de Ana Maria Valente. 4. ed. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2011.
BENJAMIN, Walter. Documentos de cultura, documentos de barbárie (escritos escolhidos). Seleção e apresentação de Willi Bolle; tradução de Celeste H. M. Ribeiro de Sousa et. al. São Paulo: Cultrix/Edusp, 1986.
BENJAMIN, W. Ensaios sobre Brecht. Tradução de Claudia Abeling. São Paulo: Boitempo, 2017.
BENJAMIN, W. Gesammelte Schriften I. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1991a.
BENJAMIN, W. Gesammelte Schriften II. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1991b.
BENJAMIN, W. Gesammelte Schriften VII. Frankfurt am Main: Suhrkamp, 1991c.
BENJAMIN, W. Origem do drama barroco alemão. Tradução, apresentação e notas: Sergio Paulo Rouanet. São Paulo: Brasiliense, 1984.
BRECHT, Bertold. Estudos sobre teatro. Tradução de Fiama Pais Brandão. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1978a.
BRECHT, B. A mãe. Tradução de Y. K. Centeno e Teresa Balté. Lisboa: Ática, 1978b.
BRECHT, B. Teatro completo em 12 volumes. Tradução de Wolfgang Bader, Marcos Roma Santa e Wira Selanski. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988. Vol.11.
CHKLOVSKI, Viktor. A arte como procedimento. In: TOLEDO, Dionísio de Oliveira (Org.). Teoria da literatura: formalistas russos. Tradução de Ana Mariza Ribeiro, Maria Aparecida Pereira, Regina L. Zilberman e Antônio Carlos Hohlfeldt. Porto Alegre: Editora Globo, 1971.
COSTA, Gilmário Guerreiro da. A resistência à catarse da indiferença na filosofia da nova música de Theodor Adorno. In: COUTINHO, Luciano; DE CARVALHO, Tiago; MARQUES, Lúcia Helena. (Org.). Limites do humano. Brasília: Tanto Mar Editores, 2021
GAGNEBIN, Jeanne Marie. Críticas estéticas e políticas da kátharsis compreendida como identificação. In: DUARTE, Rodrigo; FREITAS, Verlaine; KANGUSSU, Imaculada (Org.). Kátharsis: reflexões de um conceito estético. Belo Horizonte: C/Arte, 2002.
GORKI, Máximo. A mãe. Tradução de José Augusto. 2. ed. São Paulo: Expressão Popular, 2011.
LEHMANN, Hans-Thies. A escritura política no texto teatral: ensaios sobre Sófocles, Shakespeare, Kleist, Büchner, Jahnn, Bataille, Brecht, Benjamin, Müller, Schleef. Tradução de Priscila Nascimento e Werner S. Rothschild. São Paulo: Perspectiva, 2002.
MÜLLER-SCHÖLL, Nikolaus. Berthold Brecht. In: LINDNER, Burckhardt (Hrsg.). Benjamin Handbuch: Leben – Werk – Wirkung. Stuttgart/Weimar: J. B. Metzler, 2011.