Arcangela Tarabotti: Igualdade entre os sexos e o problema da liberdade das mulheres
DOI:
https://doi.org/10.52521/kg.v22i3.16679Palavras-chave:
Tarabotti, mulheres na filosofia, livre-arbítrio, paixões, liberdadeResumo
Trata-se de apresentar a discussão acerca da liberdade das mulheres, tal como tratada por Arcangela Tarabotti (1604-1652). Em seu tratado, "Tirania Paterna", a filósofa veneziana denuncia a arbitrariedade dos pais ao enviar suas filhas para conventos sem o consentimento delas, privando-as da liberdade sem que tenham cometido crime algum. Tarabotti critica a contradição entre a devoção a Deus e o claustro forçado, ressaltando a importância do livre arbítrio, que, segundo ela, é concedido igualmente a homens e mulheres. Sua obra é uma defesa fervorosa da liberdade, feita em meio a um período que deixava as mulheres à margem de uma longa e profícua discussão filosófica em torno de temas como igualdade e a liberdade política. Para defender a liberdade para as mulheres, ela rejeita a ideia de que o convento seja o único local de devoção a Deus, enxergando-o como uma forma de tirania exercida pelos homens sobre as mulheres, indo contra a vontade divina. A partir disso, pretende-se investigar o problema do livre arbítrio, o tema das paixões e a questão da fragilidade que diz respeito ao corpo das mulheres, de modo a compreender as especificidades das limitações impostas às mulheres, tal como compreendidas por Tarabotti.
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