Entre o particular e o universal: o ensino de Filosofia Brasileira
DOI:
https://doi.org/10.52521/kg.v22i2.14938Resumo
Este artigo tem como finalidade examinar a instrução da Filosofia Brasileira no Instituto Federal do Ceará (IFCE), campus Fortaleza, bem como as Olimpíadas de Ciências Humanas do Estado do Ceará (OCHE), sob a ótica da racionalidade comunicativa proposta por Jürgen Habermas. O ambiente de pesquisa ocorreu, especificamente, na vivência como docente nos cursos de Telecomunicação, Informática e Química do IFCE, em Fortaleza. A escolha deste tema é sustentada pela exigência de uma abordagem mais contextualizada e situada do ensino da Filosofia Brasileira, especialmente no âmbito do Ensino Médio. Historicamente, o ensino da filosofia no Brasil tem sido caracterizado por uma perspectiva centrada em modelos eurocêntricos, que desconsideram as particularidades culturais, históricas e sociais do país. A questão principal a ser discutida neste estudo consiste em como o ensino da Filosofia Brasileira, aliado às práticas pedagógicas das OCHE e à luz da razão comunicativa habermasiana, pode auxiliar na construção de um conhecimento que seja ao mesmo tempo local e global, teórico e prático, crítico e transformador. A investigação das práticas pedagógicas nas OCHE e a aplicação da razão comunicativa revelam de que maneira a filosofia brasileira pode ser utilizada para favorecer um processo educativo que transcende a mera transferência de conteúdos, envolvendo os alunos em um esforço ativo de reflexão e transformação.
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