Um USO DE SUBSTÂNCIAS PSICOATIVAS EM SITUAÇÃO DE VULNERABILIDADE SOCIAL: UMA PERSPECTIVA ANALÍTICO-COMPORTAMENTAL
DOI:
https://doi.org/10.52521/revccc.v2i4.8078Palavras-chave:
Substâncias Psicoativas, Vulnerabilidade Social, Análise do ComportamentoResumo
Os estudos baseados na filosofia do Behaviorismo Radical concebem o comportamento humano como produto das relações de interação entre organismo e ambiente, tendo seu comportamento controlado pelas consequências, assim como pelos estímulos antecedentes. Um dos produtos deste ambiente e que afetam diretamente o organismo são as substâncias psicoativas, definidas como aquelas capazes de gerar alterações fisiológicas, comportamentais e proporcionar sensações agradáveis de imediato ao indivíduo (MALBERGIER e AMARAL, 2013). O presente artigo se debruça a analisar, a partir da perspectiva analítico-comportamental, como os aspectos fisiológicos, ontogenéticos e culturais podem tornar prováveis ou não prováveis o processo de dependência química. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica do tipo conceitual, com o intuito de verificar as publicações sobre a análise do comportamento e dependência química. Busca-se desenvolver os principais conceitos de: (1) comportamento respondente e operante orientados pelo Behaviorismo Radical, visando entender melhor como se desenvolve o uso, abuso e dependência química; (2) o comportamento de consumir drogas psicoativas, descrevendo como a análise do comportamento entende os processos de tolerância, síndrome de abstinência e overdose; (3) a técnica por Manejo de Contingência, intervenção que vem sendo estudada para reduzir o consumo de substâncias psicoativas; e, (4) o uso de drogas psicoativas no contexto de vulnerabilidade social, que para além dos aspectos fisiológicos, deve-se considerar as contingências aversivas e reforçadoras presentes na história ambiental. A partir da análise, concluiu-se que através dos estudos da Análise do Comportamento é possível entender que a dependência química não é apenas pelas substâncias químicas, pois muitas razões estão envolvidas nesse comportamento. Além disso, apresenta-se considerações no que diz respeito ao método em manejo de contingências, tendo em conta o alto valor de custo e as realidades de condições de acesso ao método nos contextos vulneráveis.
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