Causalidade divina e determinação humana na Ética I de Espinosa
Palavras-chave:
Causalidade. Imanência. Determinismo. Finalismo. Fatalismo. Espinosa.Resumo
Espinosa define Deus na Parte I da Ética como a causa eficiente imanente de todas as coisas e não transitiva, um ser necessário, infinito e eterno pela causa. Deus é causa de si mesmo e envolve em sua essência a existência e ao mesmo tempo é causa eficiente não apenas da existência das coisas, mas também da essência. Assim, qualquer efeito que segue na natureza possui uma causa determinada, na natureza das coisas nada é dado de contingente, tudo é determinado pela necessidade da natureza divina a existir e operar de maneira certa. Todavia não há uma finalidade que destine o indivíduo a fazer aquilo que ele faz. Talvez a crítica mais contundente de Espinosa é negar a finalidade na natureza e refutar aqueles que desvendam a sua finalidade. Sendo assim, afirmar que tudo o que é produzido seja efeito de uma vontade livre divina é admitir a possibilidade de tudo ser diferente do que é através de uma projeção antropomórfica. A imaginação, através do finalismo, transforma Deus no monarca absoluto do universo, o qual coloca todos os meios naturais a serviço dos fins humanos. Entretanto, através da ideia de destino os homens pensam numa necessidade desconhecida que rege as suas vidas. Tentaremos mostrar nesse artigo que ao antropomorfizar Deus os homens pensam num fatalismo mais cego do que o próprio determinismo defendido por Espinosa.
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