Os limites da razão: Sobre o inacabamento do Tractatus Intellectus Emendatione
Palavras-chave:
Análise. Síntese. Modo de percepção. Razão. Verdadeira Filosofia.Resumo
Este pequeno estudo tenta mostrar que, ao contrário do que pensa boa parte da literatura secundária, o Tractatus de Intellectus Emendatione não resulta em um texto inacabado. Buscamos, portanto, fundamentar nossa premissa interpretativa através de uma análise do terceiro modo de percepção. O mote do qual partiremos será, então, estabelecer os limites do modo de percepção em questão, visando mostrar que por tratar-se de um texto escrito sob a perspectiva do terceiro e não do quarto modo, seu inacabamento é aparente. Essa aparência esconde severa critica à filosofia cartesiana, que prefere o método analítico ao invés do sintético nas investigações filosóficas. A partir de uma identificação da análise (cartesiana) do terceiro modo de percepção (espinosano), sustentaremos que a escolha de terceiro modo de percepção se dá como tentativa de mostrar que a verdadeira filosofia deve operar a partir do quarto modo de percepção e não do terceiro, e que é só por meio daquele que podemos alcançar o objetivo da filosofia.
ABSTRACT
This brief study tries to show that, in contrast with most part of secondary literature, the Tractatus de Intellectus Emendatione does not result an unfinished text. We intend, therefore, to found our interpretative premiss on an analysis of the third mode of perception. We shall begin by establishing the limits to this mode of perception, with the aim of showing that, since the text is written under the perspective of the third mode and not of the fourth one, its unfinishness is just apparent. This appearance hides severe critics to Cartesian philosophy, which adopts preferentially the analytical method instead of the synthetic one in philosophical matters. From an identification of the (Cartesian) analysis of third mode of (Espinozian) perception, we will support the idea that the choice of third mode of perception intends to show that the true philosophy must operate from the fourth mode of perception and not from the third one, and that it is just through the former we can reach/attain philosophy's aims.
KEY WORDS: analysis, synthesis, mode of perception, ratio, true philosophy.