O absoluto enquanto Processo em Heráclito e Hegel (Uma leitura a partir dos fragmentos de Heráclito e do prefácio da Enciclopédia das Ciências Filosóficas de Hegel)
Palavras-chave:
Dialética, Hegel, Heráclito, Pré-socráticosResumo
Esse artigo pretende fazer uma aproximação entre as filosofias de Heráclito e Hegel, a partir da compreensão de que o absoluto só pode ser apreendido enquanto processo. Trata-se, pois, de partir da leitura dos fragmentos de Heráclito, identificar sua concepção de Logos e relacioná-la com a idéia de movimento, de devir. Pois para Heráclito o Logos se dá a partir da luta (pólemos) dos contrários, ou seja, da unidade das diferenças; essa unidade é o devir, o movimento. O Logos só pode ser apreendido quando se pensa conforme esse processo, que é o resultado da negação determinada entre ser e não-ser. Essa mesma compreensão possui Hegel, quando expõe o absoluto a partir de um processo de diferenciação do próprio absoluto com ele mesmo, a começar por suas mediações consigo mesmo. Ou seja, para Hegel, o fundamento de todo conhecimento em si dá-se no seu próprio desdobramento em si e para si, que é por outro lado, mediado pelo outro de si. A necessidade da filosofia dá -se então, em passar pelos vários objetos do espírito (sensibilidade, imagens, os fins da vontade, etc.) e apreender o que é o objeto por excelência da filosofia: o pensar.
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