O rigor do discurso poético segundo Aristóteles

Authors

  • Rafael Adolfo IFTO

Keywords:

Aristotle;, poetry;, clarity;, coherence;, non-contradiction.

Abstract

O objetivo do presente artigo é mostrar o rigor com que Aristóteles
concebe e trata o discurso poético. Em que pese a inequívoca diferença de propósito e estatuto discursivo relativamente ao discurso científico, Aristóteles não deixa de pensar a poesia sem certo rigor. Além de aproximá-la da filosofia, não por outra razão senão pelo seu mais alto nível de universalidade se comparada à história, ele afirma ser a escrita uma forma de expressão mais rigorosa que a fala. A escrita é a forma primária de composição do discurso poético e qualquer poesia, só pela leitura, deve garantir todos os efeitos que lhe são próprios. Enquanto se trata de um argumento, a poesia deve ser clara, coerente e não-contraditória. Esperamos mostrar que embora o discurso poético não coincida com o rigor do discurso científico, Aristóteles não destitui a poesia de certo rigor racional. Tal rigor torna a linguagem do discurso poético mais eficiente sobre o ânimo da audiência.

Downloads

Download data is not yet available.

References

ARISTÓTELES. Metafísica. Ensaio introdutório, texto grego com tradução e comentário de Giovanni Reale. Tradução de Marcelo Perine. São Paulo: Loyola, 2002, v. 2.

________. Arte Poética. Tradução de Eudoro de Souza. São Paulo: Ars Poetica, 1993.

ARISTÓTELES. Poética. Tradução, prefácio, introdução, comentário e apêndices de Eudoro de Sousa. 8. Lisboa: Ed. Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 2010.

________. Retórica. 2 ed. Tradução de Manuel Alexandre Júnior et al. Lisboa: Imprensa Nacional/Casa da Moeda, 2005, v. VIII. Tomo I (Obras Completas de Aristóteles).

________. Ética a Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim. São Paulo: Nova Cultural, 1987. (Os pensadores)

ARISTOTLE. Nicomachea Ethics. Translated by E. D. Ross. In. BARNES, J. Complete Works (Aristotle). Princeton: Princeton University Press, 1991.

ARISTOTLE. Politics. Translated by B.Jowett. In. BARNES. J. The complete works of Aristotle. Princeton, 1995, v. II.

ARISTOTLE. Physics. Translated by R. P. Hardie and R. K. Gaye. In. BARNES. J. The complete works of Aristotle. Princeton: Princeton University Press, 1995.

________. De interpretatione. Translated by J. L. Ackrill. In. BARNES. J. The complete works of Aristotle. Princeton: Princeton University Press, 1995.

ADOLFO, R. O estatuto ontológico da emoção e sua relação com a linguagem na Poética de Aristóteles. In. CARVALHO, M; FIGUEIREDO, V. (Orgs). Filosofia antiga e medieval. São Paulo: ANPOF, 2013.

BERNAYS, J. Aristotle on the Effect of Tragedy. In. BARNES, J. et al. Articles on Aristotle: psychology and aesthetics. London: Duckwoth, 1979.

CASSIN, B. Aristóteles e o Logos. São Paulo: Loyola, 1999.

GULLEY, N. Aristotle on the purposes of literature. In. BARNES, J. et al. Articles on Aristotle: psychology and aesthetics. London: Duckwoth, 1979.

HALLIWELL, Stephen. Aristotle’s Poetics. With a new introduction. Chicago: The University of Chicago Press, 1998.

MONDOLFO, R. O homem na cultura antiga. São Paulo: Editora Mestre Jou, 1968.

ROSS, W. D. Aristotle. London/ New York: Routledge, 1995.

SANTORO, Fernando. As potências da linguagem: um panorama das investigações aristotélicas sobre o logos. Disponível em: http://www.ifcs.ufrj.br/~fsantoro/ousia/artigo_linguag.htm. Acesso em: 24 jun. 2014.

SANTOS, F. Filosofia aristotélica da linguagem. Chapecó: Argos, 2002.

VATTIMO, G. Il concetto di fare in Aristotele. Turim: Università di Torino, 1961.

VELOSO, C. W. Aristóteles mimético. São Paulo: Discurso Editorial, 2004.

YARZA, F. I. S. Dicionário griego-español. Barcelona: Ramón Sopena,1964.

Published

2023-07-07

How to Cite

ADOLFO, R. O rigor do discurso poético segundo Aristóteles. Polymatheia - Philosophical Journal, [S. l.], v. 16, n. 2, p. 9–34, 2023. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/revistapolymatheia/article/view/10564. Acesso em: 17 may. 2024.