Alternância de poder, federalismo e políticas culturais:
os casos argentino e brasileiro
DOI:
https://doi.org/10.32335/2238-0426.2023.13.30.8681Parole chiave:
política cultural, federalismo, institucionalização das políticas públicas, coordenação intergovernamental, Sistema Nacional de CulturaAbstract
Este ensaio realiza uma reflexão acerca de como as políticas culturais argentinas e brasileiras se inserem nos modelos federalistas dos respectivos países, dando ênfase à institucionalização das políticas e à alternância de poder, mais especificamente à retomada da agenda neoliberal com as eleições de Maurício Macri e Jair Bolsonaro, que buscou desconstruir uma perspectiva de coordenação intergovernamental que vinha sendo desenvolvida a partir de 2003 com os governos dos Kirchner, na Argentina, e do Partido dos Trabalhadores (PT), no Brasil. Para tanto, fez-se uma revisão bibliográfica, dando destaque às variáveis sócio-históricas e políticas, bem como da gênese da institucionalização das políticas culturais. Assim, a partir da identificação dos marcos políticos e institucionais, que no caso das políticas culturais estão diretamente ligados aos Ministérios da Cultura da Argentina e do Brasil ou seus equivalentes político-administrativos, avançou-se na compreensão das posições dos governos centrais nos processos de coordenação ou desarticulação das políticas culturais. As políticas culturais argentinas e brasileiras ainda sofrem com a baixa institucionalidade. Essa não é uma especificidade das políticas culturais, porém, tais políticas sofrem de uma aguda fragilidade institucional que as coloca em destaque em relação a outras políticas sociais. No entanto, diferentemente da Argentina, em termos de políticas culturais, o Brasil buscou avançar na constituição de sistemas, valorizando as relações baseadas no republicanismo, enquanto a Argentina investiu na relação direta entre governos com identidade política semelhante. Mesmo assim, o período que se seguiu a esses governos atrasou ou estagnou os poucos avanços institucionais nas políticas culturais.
Downloads
Riferimenti bibliografici
Abrucio, F. L., Grin, E. J., Franzese, C., Segatto, C. I., & Couto, C. G. (2020). Combate à COVID-19 sob o federalismo bolsonarista: um caso de descoordenação intergovernamental. Revista de Administração Pública, 54(4), 663-677.
Alonso, P. (2020). Políticas culturales en la Argentina: un recorrido por sus principales planes (1983-2019). Instituto Nacional de la Administración Pública.
Anderson, G. (2009). Federalismo: uma introdução. Ed. FGV.
Arretche, M. (1999). Políticas sociais no Brasil: descentralização em um Estado federativo. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 14(40), 111-141
Arretche, M. (2004). Federalismo e políticas sociais no Brasil: problemas de coordenação e autonomia. São Paulo em Perspectiva, 18(2), 17-26.
Bakke, K. (2015). Decentralization and intrastate struggles. Cambridge University Press.
Bonet, L., & Négrier, E. (2011). The end(s) of national cultures? Cultural policy in the face of diversity. International Journal of Cultural Policy, 17, 574-589.
Braz, M. (2017). O golpe nas ilusões democráticas e a ascensão do conservadorismo reacionário. Serviço Social & Sociedade, 128, p. 85-103.
Burgess, M. (2006). Comparative federalism: theory and practice. Routledge.
Camacho, C. (2002). Propuesta de un nuevo diseño competencial para el federalismo mexicano. In J. M. La Garza (Coord.), Federalismo y regionalismo: memoria del VII Congreso Iberoamericano de Derecho Constitucional (pp. 15-22). Universidad Nacional Autónoma de México.
Campos, G. J. B. (2001). Tratado elemental de derecho constitucional argentino. Ediar.
Carmagnani, M. (Coord.). (1993) Federalismos latinoamericanos: México, Brasil, Argentina. Fondo de Cultura Económica.
Constituição da República Federativa do Brasil, de 5 de outubro de 1988. (1988). Brasília, DF.
Devoto, F., & Fausto, B. (2008). Argentina-Brasil 1850-2000: un ensayo de historia comparada. Sudamericana.
Draibe, S. M., & Riesco, M. (2009). El Estado de bienestar social en América Latina: una nueva estrategia de desarrollo. Fundación Carolina.
Fernández, S. F. (2003) El federalismo en América Latina. Cuadernos Constitucionales México-Centroamérica, 41, 707-709.
Ferreri, J. H. (1995). A federação. In C. Bastos (Org.), Por uma nova federação. Revista dos Tribunais. Forum of Federations. (n. d.). The global Network on Federalism and Devolved Governance. www.forumfed.org/contries
Harvey, E. (2014). Políticas culturales en América Latina. Evolución histórica, instituciones públicas, experiencias. Iberautor.
Morató, A. R., & Zamorano, M. M. (2018). Introduction: cultural policies in Ibero-America at the beginning of the XXI century. International Journal of Cultural Policy, 24(5), 565-576.
Pozzer, M. R. O. (2011). Políticas públicas para o patrimônio cultural na América Latina: a experiência brasileira e equatoriana e o papel do Banco Interamericano de Desenvolvimento (Dissertação de Mestrado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.
Pozzer, M. R. O. (2015). Os paradigmas da administração pública e as políticas de patrimônio cultural em museus de Brasil e México (Tese de Doutorado). Universidade de São Paulo, São Paulo, SP.
Prato, A. V., & Segura, M. S. (Orgs.). (2018). Estado, sociedad civil y políticas culturales: rupturas y continuidades en Argentina entre 2003 y 2017. RGC.
Regis, A. (2009). O novo federalismo brasileiro. Forense.
Rosas, J. R. L. (1996). Historia constitucional argentina. Astrea.
Selwood, S. (2010). Centre/periphery: devolution/federalism: new trends in cultural policy. Cultural Trends, 19, 1-2.
Watts, R. L. (2006). Origins of cooperative and competitive federalism. In S. L. Greer (Org.), Territory, democracy and justice (pp. 201-223). Palgrave Macmillan.
Zamorano, M. M. (2016). La transformación de las políticas culturales en Argentina durante la primera década kirchnerista: entre la hegemonía y la diversidad. Revista de Ciencias Sociales, 70, 53-83.
Zippelius, R. (1997). Teoria geral do Estado. Fundação Caloustre Gulbenkian.
##submission.downloads##
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
Copyright (c) 2023 Conhecer: debate entre o público e o privado
TQuesto lavoro è fornito con la licenza Creative Commons Attribuzione 4.0 Internazionale.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.