Atenção Psicossocial com Profissionais do Sexo:
um Relato de Experiência
DOI:
https://doi.org/10.32335/2238-0426.2024.14.33.14032Palavras-chave:
violência contra a mulher, profissional do sexo, políticas públicas, PsicologiaResumo
Embora a prostituição seja conhecida como a profissão mais antiga do mundo, ao longo dos anos, ela foi marginalizada e invisibilizada. Mesmo que atualmente seja regulamentada enquanto profissão, continua carregando o estigma produzido não apenas pela sociedade, mas também pelo Estado. A invisibilidade da prostituição para o Estado é percebida na ausência de políticas públicas para o enfrentamento da violência voltada a esse público específico e a ausência de indicadores de violência contra essa categoria profissional. Diante desse cenário, este artigo apresenta um relato de experiência sobre duas rodas de conversa com profissionais do sexo para criar vínculos e conhecer a história de vida das mulheres e as violências sofridas no trabalho. As ações descritas neste artigo ocorreram em uma cidade do interior do Estado do Ceará, em uma parceria entre a pós-graduação e a extensão universitária. Utilizamos os diários de campo como base para este artigo, como forma de produzir sentidos por meio dos nossos afetos. Assim, a partir do que foi experienciado, percebeu-se a importância das redes de afeto, de segurança e de proteção construídas e estabelecidas entre as profissionais do sexo nos territórios, assim como provocações para o campo da psicologia, abrindo possibilidades de debates e novas práticas pautadas no acolhimento, na promoção de saúde e no cuidado amplo para as profissionais do sexo.
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