COVID-19, Parentalidade Equânime e Igualdade de Gênero:

um debate em termos

Autores

  • Laura Hêmilly Campos Martins Doutoranda do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas da Universidade Estadual do Ceará - UECE https://orcid.org/0000-0002-7609-4678
  • Maria do Socorro Ferreira Osterne Doutora em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e Professora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas UECE https://orcid.org/0000-0001-5627-6784

DOI:

https://doi.org/10.32335/2238-0426.2021.11.26.4269

Palavras-chave:

COVID-19, parentalidade, guarda compartilhada, igualdade de gênero

Resumo

Este artigo versa sobre o uso do modelo compartilhado de guarda, delimitando fronteiras com o exercício parental no cenário pandêmico. Para tanto, recorre-se a uma revisão bibliográfica sobre as perspectivas que demarcam nexos de legitimidade e fundamentação desse fenômeno jurídico, lançando luz sobre as orientações dos órgãos de saúde e do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente (CONANDA). Conclui-se que a guarda compartilhada desestabiliza a assimetria de gênero, desenhando modalidades plurais de maternidade e paternidade. Todavia, seja antes da Corona Virus Disease 2019 (COVID-19) ou em tempos de pandemia, ela não representa o fim das desigualdades entre mulheres e homens naquilo que concerne à parentalidade.

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Biografia do Autor

Maria do Socorro Ferreira Osterne, Doutora em Serviço Social pela Universidade Federal de Pernambuco - UFPE e Professora do Programa de Pós-Graduação em Políticas Públicas UECE




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Publicado

2021-01-09

Como Citar

Martins, L. H. C., & Osterne, M. do S. F. (2021). COVID-19, Parentalidade Equânime e Igualdade de Gênero:: um debate em termos. Conhecer: Debate Entre O Público E O Privado, 11(26), 93–112. https://doi.org/10.32335/2238-0426.2021.11.26.4269

Edição

Seção

Dossiê