Linguagem e modos de subjetivação na relação práticas escolares e televisão
Palavras-chave:
discurso, modo de subjetivação, escola, televisãoResumo
Em tempos de cultura midiática, onde os objetos culturais, as relações sociais e a subjetividade encontram-se necessariamente atravessadas pela tecnologia
audiovisual, é comum o debate a respeito do declínio da palavra escrita. A sociedade contemporânea seria marcada pelo colapso dos textos e pela hegemonia das imagens. Por outro lado, a disponibilidade da imagem na educação é vendida como um dos
grandes trunfos, por exemplo, da educação à distância. Entre a resistência à imagem como produtora de conhecimento e o discurso da disponibilidade pela tecnologia da imagem, a escola parece oscilar. O presente trabalho pretende articular a discussão conceitual acerca da linguagem da televisão com base em autores como, Pierre Bourdieu e Rosa Bueno Fischer dentre outros, e a experiência na coordenação de curso de extensão universitária "Diálogos Escolares Contemporâneos" realizado com professores da rede pública municipal de Fortaleza, Maranguape e Maracanau.
A partir do conceito de discurso de Michel Foucault, o presente trabalho discute a televisão como um campo de subjetivação presente no cotidiano escolar, onde se destaca o fato de tanto a escola quanto a mídia se destinarem a "modos de educar" distintos e muitas vezes conflitantes entre si. Por outro lado, em ambas, a despeito da veiculação de um ideal de cidadania e criticidade, suas práticas cotidianas apontam para uma propensão à passividade seja do espectador, do aluno ou do próprio professor (com relação à gestão e às políticas públicas educacionais).