Entering and staying in prison

autoethnographic reflections on work in prison security

Authors

DOI:

https://doi.org/10.52521/21.10596

Keywords:

Prison, Criminal police, Autoethnography, Professional identity

Abstract

The purpose of this article is to discuss the everyday relationships and emotions involved in prison security work. The discussion is based on an autoethnographic narrative produced from the work of the authors as criminal police officers and researchers in public and penitentiary chains of the Ceará prison system over the last decade. The text focuses on the relationships and emotions constituted in prison daily life that are directly connected to prison conditions, work processes and their interference in the lives of professionals. The transformations in prison policy, in different moments and contexts, circumvent not only the relationships established between prisoners and professionals, but the very dynamics of work of the criminal police officers in Ceará, Brazil.

Author Biographies

Nando Rodrigues de Sousa, Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização(SAP)

Bacharel em Direito pela Faculdade Ieducare (FIED) e Policial Penal da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização(SAP) do estado do Ceará. 

Francisco Elionardo de Melo Nascimento, Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização(SAP)

Doutor em Sociologia pela Universidade Estadual do Ceará, professor na Faculdade 05 de Julho e no Centro Universitário Uninta, policial penal da Secretaria de Administração Penitenciária e Ressocialização (SAP) do Ceará, membro do Laboratório de Estudos da Conflitualidade e Violência da Universidade Estadual do Ceará (Covio-UECE). Atualmente faz Estágio de Pós-doutoramento no Programa de Pós-Graduação em Sociologia da Universidade de Brasília (UnB). Pesquisa violência urbana e conflitos sociais, processos de formação de políticas prisionais, dinâmicas do cotidiano prisional, ressocialização de apenados, processos e execução do trabalho prisional, relações de poder entre policiais penais e presos, facções criminais, sociabilidades no sistema prisional, masculinidades e polícia penal, relações sexuais e de gênero no sistema prisional, travestilidades e trajetórias. 

References

ARAÚJO, Isabela Cristina Alves; RIBEIRO, Ludmila. Entre o cuidado e a custódia: Como agentes prisionais em Minas Gerais percebem seu trabalho. Dilemas - Rev. Estud. Conflito Controle Soc., v. 16, n. 1, p. 219-245, jan-abr, 2023.

BRASIL. Ministério da Justiça e Segurança Pública. Secretaria de Políticas Penais. Portaria nº 93, 2017. Disponível em: https://www.gov.br/depen/pt-br/assuntos/forca-tarefa-de-intervencao-tatica. Acesso em: 02 abr. 2023.

BRASIL. Lei nº 7.210, de 11 de julho de 1984. Institui a Lei de Execução Penal. Brasília, 1984. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L7210.htm. Acesso em: 25 mar. 2023.

BRICEÑO-LEON, Roberto; BARREIRA, Cesar; AQUINO, Jania. ‘Facções’ de Fortaleza y colectivos de Caracas: Dos modelos de gobernanza criminal. Dilemas, Rev. Estud. Conflito Controle Soc., Edição Especial, n.4, p. 21-49, 2022.

CASTRO E SILVA, Anderson Morais. Participo que... Desvelando a punição intramuros. Rio de Janeiro: Publit, 2011.

CEARÁ. Lei nº 14.582, de 21 de dezembro de 2009. Redenomina a carreira guarda penitenciária. Disponível em: https://www2.al.ce.gov.br/legislativo/legislacao5/leis2009/14582.html. Acesso em: 20 abr. 2023.

CHIES, Luiz Antônio Bago et al. Prisionalização e sofrimento dos Agentes Penitenciários: fragmentos de uma pesquisa. Revista Brasileira de Ciências Criminais, n. 5, p. 309-335, 2005.

CRAWLEY, Elaine. Doing Prison Work: The Public and Private Lives of Prison Officers. Cullompton: Willan, 2004a.

ERIKSSON, Anna. The taint of the other: Prison work as ‘dirty work’in Australia. Punishment & Society, p. 14624745211047534, 2021.

FAVRET-SAADA, Jeanne. “Ser afetado”, de Jeanne Favret-Saada. Tradução: Paula Siqueira. Cadernos de Campo (São Paulo - 1991), [S. l.], v. 13, n. 13, p. 155-161, 2005.

GODOI, Rafael. Fluxos em cadeia: as prisões em São Paulo na virada dos tempos. São Paulo: Boitempo.

GOFFMAN, Erving. Manicômio, prisões e conventos. São Paulo: Perspectiva, 1974.

GRIFFIN, Rachel Alicia. I am an angry black woman: Black feminist autoethnography, voice and resistance. Women’s Studies in Communication, v. 35, n. 2, p. 138– 157, 2012.

HEPBURN, John R. Prison guards as agents of social control. In: The American Prison, Boston, Springer, p. 191-206, 1989.

Lessing, Benjamin ‘Criminal Governance in Latin America in Comparative Perspective: Introduction to the Special Edition’. Dilemas - Rev. Estud. Conflito Controle Soc., Edição Especial n. 4, p. 11-20, 2022.

LOURENÇO, Luiz Claudio. Batendo a tranca: Impactos do encarceramento em agentes

penitenciários da Região Metropolitana de Belo Horizonte. DILEMAS, n. 10, v. 3, p. 11-31, 2010.

LOURENÇO, Luiz Claudio. O jogo dos sete erros nas prisões do Brasil: discutindo os pilares de um sistema que não existe. O público e o privado, n. 30, p. 285-301, jul./dez. 2017.

LOURENÇO, Arlindo da Silva. O espaço de vida do agente de segurança penitenciária no cárcere: entre gaiolas, ratoeiras e aquários. Curitiba: Juruá Editora, 2011.

LOURENÇO, Luiz Claudio; ALVAREZ, Marcos César. Estudos sobre prisão: um balanço de estado da arte nas ciências sociais nos últimos vinte anos no Brasil (1997-2017). BIB, n. 84, v. 2, p. 216- 236, 2017.

MONTEIRO, Leticia Chaves. Tornar-se Agente Penitenciário: entre os significados, a vulnerabilidade e o poder. Tese de doutorado em Ciências Sociais, Universidade Federal da Bahia, Salvador, 2018.

MORAES, Pedro Bodê. Punição, encarceramento e construção de identidade profissional entre agentes penitenciários. São Paulo: IBCCRIM, 2005.

MORAES, Pedro Bodê. A identidade e o papel de agentes penitenciários. Tempo Social - Revista de Sociologia da USP, v. 25, n. 1, p. 131-147, 2013.

NASCIMENTO, Francisco Elionardo de Melo. Travestilidades Aprisionadas: narrativas de experiências de travestis em cumprimento de pena no Ceará. São Paulo: Editora Dialética, 2022.

NASCIMENTO, Francisco Elionardo de Melo. De carcereiro a policial penal: Entre nomenclaturas, imagem social e atribuições. Dilemas - Rev. Estud. Conflito Controle Soc., v. 15, n. 3, p. 883-910, 2022a.

NASCIMENTO, Francisco Elionardo de Melo. Fazendo Família e Etnografia Entre Irmãos de Farda. Mediações - Revista de Ciências Sociais, Londrina, v. 27, n. 3, p. 1–19, 2022b.

NASCIMENTO, Francisco Elionardo de Melo. Fronteiras de guerra: gestão da vida e processos de estado nas fronteiras entre policiais penais e presos. Tese (Doutorado em Sociologia). Universidade Estadual do Ceará, Fortaleza, 2021.

NASCIMENTO, Francisco Elionardo de Melo; FREITAS, Geovani Jacó de. Facções, rebeliões, violência e gestão do aprisionamento no Ceará. O público e o privado, n. 33, p 143-166, jan/jun. 2019.

NASCIMENTO, Francisco Elionardo de Melo; SIQUEIRA, Ítalo Barbosa Lima. Dinâmicas “Faccionais” e Políticas Estatais entre o Dentro e o Fora das Prisões do Ceará. TOMO, n. 40, p.123-164, jan./jun., 2022.

OLIVEIRA, Victor Neiva et al. Os agentes penitenciários em Minas Gerais Quem são e como percebem a sua atividade. Revista Eletrônica da Faculdade de Direito Porto Alegre, v. 7, n. 2, p. 175-192, 2015.

O POVO. “Eu não reconheço facção”, diz secretário da Administração Penitenciária. Diponível em: https://www.opovo.com.br/noticias/politica/2019/01/eu-nao-reconheco-faccao-diz-secretario-da-administracao-penitenciar.html. Acesso em: 14 abr. 2023.

O POVO. Retrospectiva: dez dias da maior série de ataques no Ceará. Disponível em: https://www.opovo.com.br/noticias/fortaleza/2019/01/ataques-ceara-10-dias-saiba-tudo-onda-violencia-faccao-retrospectiva.html. Acesso em: 14 abr. 2023.

PAIVA, Luiz Fábio. Aqui não tem gangue, tem facção: as transformações sociais do crime em Fortaleza, Brasil. Caderno CRH, v. 32, n. 85, p. 165-184, jan./abr. 2019.

REED-DANAHAY, Deborah. Introduction. In: REED-DANAHAY, Deborah. Auto/Ethnography - Rewriting the Self and the Social. Oxford - New York: Berg, 1997, p. 1-17.

REYNA, Carlos F. Perez. Autoetnografia e Filme: o jogo de espelhos no documentário experimental Teko Haxy. Teoria e Cultura, v. 17 n. 3, p.108-128, dezembro, 2022.

REYNA, Carlos; SANTOS, Silvio Matheus. Apresentação. Dossiê Autoetnografias: (In)visibilidades, reflexividades e interações entre “Eus” e “Outros”. Teoria e Cultura, v. 17 n. 3, p.11-16, dezembro, 2022.

RICCIARDELLI, Rosemary. Oficiais Correcionais Provinciais Canadenses: Estratégias de Gênero para Alcançar e Afirmar Masculinidades. The Journal of Men’s Studies, p.1-22, 2016.

RIBEIRO, Ludmila et al. Agentes penitenciários aprisionados em suas redes?. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 34, n. 101, p. 01-25, 2019.

RIOS, José Arthur. Políticas recentes de formação, treinamento e aperfeiçoamento de pessoal penitenciário. R. Inf. Legisl. Brasília, v. 20, n. 80, p. 91-112, 1983.

RYAN, Cathal et al. Prison officer training and education: a scoping review of the published literature. Journal of Criminal Justice Education, v. 33, n. 1, p. 110-138, 2022.

ROSENTHAL, Gabriele. História de vida vivenciada e história de vida narrada: A interrelação entre experiência, recordar e narrar. Civitas, Porto Alegre, v. 14 n. 2, p. 227-249, 2014.

RODRIGUES, Fernando et al. Apresentação do Dossiê: Políticas, Mercados e Violência no Norte e Nordeste do Brasil. TOMO, n. 40, p. 9-38, 2022.

SABAINI, Raphael T. Agentes penitenciários de Itirapina, SP: identidade e hierarquia. Ponto Urbe, n. 5, 2009.

SANTOS, Silvio Matheus Alves. Autoetnografia, W. E. B. Du Bois e Meu “Fazer Autoetnográfico” – controle, estratégias e um estudo sobre experiências de discriminações numa fast-fashion no Brasil. Teoria e Cultura, v. 17 n. 3, p.17-30, dezembro, 2022.

SYKES, Gresham. M. Society of Captives: a study of a maximum security prison. Princeton: Princeton University Press, 1958.

SIQUEIRA, Ìtalo; NASCIMENTO, Francisco Elionardo; MORAES, Suiany. Dinâmicas inter-regionais de mercados e governança criminal em perspectiva comparada entre Fortaleza e Manaus. Dilemas - Rev. Estud. Conflito Controle Soc., Edição Especial, n. 4, p. 441-468, 2022.

SORIA BATISTA, Analía; CODO, Wanderley. Trabalho sujo e estigma: cuidadores da morte em cemitérios. Revista de Estudios Sociales, n. 63, p. 172-183, 2018.

SORIA BATISTA, Analía et al. Das negociações com as facções à afirmação do monopólio da violência do Estado nas prisões: preços a serem pagos. Ciências Sociais Unissinos, v. 58, n. 2, p. 143-155, mai/ago, 2022.

SOUSA. Nando Rodrigues. Na linha de frente: alterações recentes da política prisional cearense sobre a perspectiva dos policiais penais. Monografia de Graduação em Direito – Faculdade Ieducare, Tianguá, 2022.

TAETS, Adriana Rezende Faria. Em Trânsito: o Cotidiano de Algumas Agentes de Segurança Penitenciária do Estado de São Paulo. Mediações - Revista de Ciências Sociais, n. 18, p. 246-259, 2013.

TAETS, Adriana Rezende Faria. Abrindo e fechando celas: narrativas, experiências e identidades de agentes de segurança penitenciária femininas. Dissertação de mestrado em Antropologia Social, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2012.

TAIT, Sarah. A typology of prison officer approaches to care. European Journal of

Criminology, v. 8, n. 6, p. 440-454, 2011.

TOMPSON, Augusto. A questão penitenciária. 3 ed. Rio de Janeiro, Forense, 1991.

VELHO, Gilberto. Trajetória individual e campo de possibilidades. In: VELHO, Gilberto [Hermano Vianna, Karina Kuschnir, Cerso Castro (orgs.)]. Um antropólogo na cidade: Ensaios de antropologia urbana. Rio de Janeiro: Zahar, 2013, p. 125-138.

Published

2023-12-15

How to Cite

SOUSA, N. R. de; NASCIMENTO, F. E. de M. Entering and staying in prison: autoethnographic reflections on work in prison security. O Público e o Privado, Fortaleza, v. 21, n. 45, p. 17–39, 2023. DOI: 10.52521/21.10596. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/opublicoeoprivado/article/view/10596. Acesso em: 14 may. 2024.