Paralaxe da casa: o lugar-do-ser e o ser-do-lugar

Autores

  • Jahan Natanael Domingos Lopes Unicamp

Palavras-chave:

Pensamento geográfico, Geografia social, Ontologia, Hermenêutica, Economia

Resumo

Para uma compreensão da casa, tece-se o sentido da paralaxe (método) como prumo para sua fenomenologia (logia). Nisso, a casa, enquanto lugar, admite a dialética aristotélica: o lugar-do-ser (rumo ao construir) e o ser-do-lugar (rumo ao constituir). Desse modo, guia-se a trama dos conceitos entrelaçados aos sentidos da casa: o morar (lugar-do-ser) e o residir (ser-do-lugar), aos extremos do morar sem residir (habitar) e o residir sem morar (abrigar). Assim, tenciona-se a lugaridade, ao fundamento ontológico, da paralaxe política e da paralaxe científica. Dessarte, à abertura da paralaxe geográfica, visou-se a entretecer o modo de ser da casa: a casidade.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Referências

ARISTÓTELES. O tratado do lugar e do vazio (Física IX, 1-9). Tradução do grego de Arlene Reis, Fernando Coelho e Luís Felipe Bellintani. Anais de Filosofia Clássica, v. 9, p. 86-105, 2011.

BACHELARD, Gaston. A poética do espaço. São Paulo: Martins Fontes, 2008.

BERGSON, Henri. O que Aristóteles pensou sobre o lugar. Campinas: Ed. UNICAMP, 2013.

BETTELHEIM, Bruno. A psicanálise dos contos de fadas. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1980.

BRANDÃO, Gabriela. A paisagem e a casa: da porta para fora e da porta para dentro. Revista Geografias, Edição especial, p. 41-54, 2019.

BRANDÃO, Jacyntho. Econômico de Xenofonte. Kléos, n. 2/3, p. 221-227, 1998/1999.

BRASIL. Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria da Penha). Lex: Casa Civil da Presidência da República, Brasília, p. 1, 2006.

BUTTIMER, Anne. Lar, horizontes de alcance e o sentido de lugar. Geograficidade, v. 5, n. 1, p. 4-19, 2015.

CORSO, Diana; CORSO, Mário. Fadas no divã: psicanálise nas histórias infantis. Porto Alegre: Artmed, 2006.

DARDEL, Eric. O homem e a Terra: natureza da realidade geográfica. São Paulo: Perspectiva, 2011.

DEFFONTAINES, Pierre. Introduction à une géographie du sommeil et de la nuit. In: DEFFONTAINES, Pierre; DELAMARRE, Mariel; JOURNAUX, André. Géographie générale. Paris: Gallimard, p. 1055-1062, 1966.

DEFFONTAINES, Pierre. L’homme et sa maison. Paris: Gallimard, 1972.

DICKINSON, Emily. Poemas escolhidos. Porto Alegre: L&PM Pocket Plus, 2007.

FONSECA, Fernando. Materialismo dialético e finitude ontológica em Slavoj Žižek: da paralaxe kantiana à paralaxe hegeliana. Kínesis, Marília, v; 11, n. 28, p. 76-96, 2019.

FOUCAULT, Michel. Vigiar e Punir. 42° ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

FRÉMONT, Armand. La région, espace vécu. Champs: Flammarion, 1999.

GONÇALVES, Leandro. O estudo do lugar sob o enfoque da geografia humanista: um lugar chamado Avenida Paulista. 2010. 267 f. Dissertação (Mestrado em Geografia) – Universidade de São Paulo (USP). São Paulo, 2010.

GUADAGNIN, Alana. Os três porquinhos em duas versões. REI - Revista de educação do IDEAU, v. 12, n. 26, p. 1-17, 2007.

HEGEL, Georg. Fenomenologia do espírito. 9ª ed. Petrópolis: Vozes, 2014.

HEIDEGGER, Martin. Construir, habitar, pensar. In: HEIDEGGER, Martin. Ensaios e conferências. 8a ed. Petrópolis: Vozes, p. 125-142, 2012.

HEIDEGGER, Martin. Remarques sur art – sculpture – espace. Tradução do alemão de Didier Franck. Les Temps Modernes, Paris, v. 4, n. 650, p. 46-55, 2008.

HEIDEGGER, Martin. Ser e Tempo. 10ª ed. Petrópolis: Editora Vozes, 2015.

JACOBS, Joseph. English Fairy Tales. 1ª ed. London: David Nutt, 1890.

KANT, Immanuel. Antropologia de um ponto de vista pragmático. São Paulo: Iluminuras, 2006.

KHALDUN, Ibn. Os prolegômenos ou Filosofia Social. São Paulo: Safady Ltda, v. 1, 1958.

LIVERANI, Mario. Antigo Oriente: História, Sociedade e Economia. São Paulo: Ed. USP, 2020.

LOPES, Jahan. Geografia, escalas e a lua: do geocentralismo à ontologia. GEOgrafias, v. 29, n. 1, p. 103-120, 2021.

LÖWY, Michael. As aventuras de Karl Marx contra o Barão de Münchhausen: marxismo e positivismo na sociologia do conhecimento. São Paulo: Busca Vida, 1987.

MARX, Karl. Manuscritos econômico-filosóficos de 1844. Petrópolis: Vozes, 2022.

PAHL, Raymond. Modelos Sociológicos em Geografia. In: HEGGET, Peter; CHORLEY, Richard. Modelos socio-econômicos em geografia. São Paulo: Ed. USP, p. 48-69, 1975.

RODRIGUES, Susana. O fogo como centro e símbolo da casa. Arq. urb., São Paulo, n. 15, p. 7-25, 2016.

SAFFIOTI, Heleieth. O poder do macho. São Paulo: Moderna, 1987.

TUAN, Yi-Fu. Espaço e lugar: a perspectiva da experiência. Londrina: Eduel, 2013.

XENOFONTE. Econômico. Tradução e introdução de Anna Lia Amaral de Almeida Prado. São Paulo: Martins Fontes, 1999.

ŽIŽEK, Slavoj. A visão em paralaxe. Tradução: Maria Beatriz de Medina. São Paulo: Boitempo, 2008.

Publicado

2024-02-22

Como Citar

LOPES, J. N. D. Paralaxe da casa: o lugar-do-ser e o ser-do-lugar. Kalagatos , [S. l.], v. 21, n. 1, p. eK240003, 2024. Disponível em: https://revistas.uece.br/index.php/kalagatos/article/view/9982. Acesso em: 27 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos